Sobre a formação de professor de português como língua não materna e estrangeira no Brasil: um olhar para a realidade do estado da Paraíba

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DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.12786297
Palavras-chave: Desencapsular; currículos; formação de professores de PLNM

Resumo

Este artigo está ancorado em um contexto que aponta para uma experiência empírica, pois observa-se que, nas formações em Letras, no estado da Paraíba, independentemente da língua -se estrangeira ou materna- e, sobretudo, na formação em língua portuguesa, parece haver um olhar ínfimo para a formação de professores de português como língua estrangeira. Tais experiências advêm dos contextos em que vivemos seja como professora, e/ ou como estudante. Nasce dessa inquietação, a necessidade de melhor conhecer tal realidade no estado; assim, o nosso objetivo foi averiguar e refletir sobre como se dá a formação de professores de português como língua não materna (PLNM) no estado da Paraíba, uma vez que há diversas instituições em nível federal, estadual e privado em todo o estado, oferecendo formação em Letras. O problema que fundeia estas reflexões constitui-se em: pensar sobre a formação de professores de PLNM em um estado que recebe um número significativo de estrangeiros, sem que tenha em nenhuma de suas instituições de ensino, o curso de Letras com fim de ensinar a língua portuguesa para estrangeiros. Encontramos em Morin (2000), Freire (2001), Philippov (2015) considerações que nos ajudam a refletir sobre a importância de encontrar caminhos que desencapsulem currículos em um contexto que ainda tem discretas ações para o ensino de PLMN. Nossas considerações finais nos impulsionam a afirmar o quanto urge que os nossos currículos sejam mais flexíveis a fim de dar o suporte possível aos estudantes interessados em uma literacia na formação de professores de PLNM.

PALAVRAS-CHAVE: Desencapsular; currículos; formação de professores de PLNM

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Biografia do Autor

Josilene Pinheiro-Mariz, Universidade Federal de Campina Grande/CH-UAL

Possui graduação em Letras Português-Francês pela Universidade Federal do Maranhão (1996), mestrado (2001) e doutorado (2008) em Letras (Estudos Linguísticos, Literários e Tradutológicos em Francês) pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo e Pós-Doutorado pela Universidade Paris 8 -Vincennes-Saint Denis (2013), sobre o texto literário escrito por autoras de língua francesa fora do Hexágono. Professora Associada na Unidade Acadêmica de Letras, da Universidade Federal de Campina Grande, atuando na graduação em Letras- Língua Portuguesa e Língua Francesa e na Pós-Graduação em Linguagem e Ensino (Mestrado e Doutorado). Participou como pesquisadora no projeto DIPROLínguas: Distância e proximidade entre português, francês e outras línguas: potencial da reflexão comparativa (2018-2022) CAPES-COFECUB. Profissional de Letras: Língua e Literaturas de Língua Francesa, atuando principalmente nas seguintes áreas: Estudos da relação entre língua e literatura, confluindo para reflexões sobre literaturas "ditas francófonas", africanas e de diáspora; formação de leitores de textos literários em língua estrangeira e materna (FLE e PLE); intercompreensão de línguas românicas; didática de línguas/literaturas e ensino de FLE (crianças e adultos), estudos interculturais e ensino. Foi tutora do PET-Letras /UFCG. Foi Professora Convidada na Université Paris 8. É Editora da Revista Letras Raras. 

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Publicado em

8 de agosto de 2024

Como Citar

PINHEIRO-MARIZ, J.; SILVA, B. S. da. Sobre a formação de professor de português como língua não materna e estrangeira no Brasil: um olhar para a realidade do estado da Paraíba. Revista Letras Raras, Campina Grande, v. 13, n. 3, p. e–2409, 2024. DOI: 10.5281/zenodo.12786297. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/2409. Acesso em: 4 nov. 2024.

Seção

n. 3 - 2024 - Dossier: As línguas no contexto universitário: internacionalização e mobilidade internacional, certificações em línguas e plurilinguismo

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