Da/na palavra e(m) ação, discurso e poder: diálogos filosóficos
Resumo
DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v9i3.1701
Os embates filosóficos na era antiga se debruçavam sobre as questões acerca do homem e(m) suas relações sociais. Dentre as questões discutidas, a relevância da língua(gem) nesse processo de significação do homem no mundo é um ponto de concordância entre eles. Na esteira dos estudos da língua(gem), a língua surge como algo diferente, incitando a estudiosos a compreendê-la a partir de em vertentes teóricas distintas. Considerando que os discursos são estruturados numa relação entre atualidade e memória, buscamos neste trabalho percorrer os caminhos trilhados por filósofos e estudiosos da língua(gem) ao longo dos tempos – quais sejam Aristóteles, Mikhail Bakhtin e Michel Pêcheux – para melhor compreendermos o processo complexo pelo qual sujeitos e sentidos se constituem mútua e concomitantemente. Em nossa reflexão, levamos em consideração as diferentes condições de produção em que essas reflexões foram desenvolvidas, tomando como elo norteador a dialogicidade inerente à relação entre sujeito e língua, apontada, a seu modo, pelos filósofos aqui apresentados. Ao longo de nossa reflexão, compreendemos que o discurso, enquanto lugar de materialização da ideologia, é uma instância de poder na e pela qual se fundam as relações de tensão inerente às práticas entre os sujeitos.
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