Sobre literaturas 'francófonas' e o ensino do francês língua estrangeira sob um olhar do Sul-Global em terras não francófonas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.10182961
Palavras-chave: Literatura 'francófona', Ensino, Sul Global

Resumo

Este artigo tem como objetivo lançar luz sobre o ensino do francês como língua estrangeira (FLE) a partir de uma perspectiva do Sul Global, com foco nesse ensino no Brasil, terra não ‘francófona’. O conceito de Sul Global, abrangendo áreas como geografia, política, economia e literatura, entre outras, é indispensável para compreender o contexto brasileiro, onde uma parte significativa da população utiliza o francês para fins de estudo, trabalho ou lazer. Apresentamos reflexões sobre o ensino de FLE em um país conhecido por sua imensa diversidade, onde o francês é uma das principais línguas de ensino em instituições acadêmicas, escolares e privadas. Diante dessa realidade, questionamo-nos: qual é nosso projeto como professores de francês como língua estrangeira no Brasil? Portanto, o objetivo é discutir a abordagem das literaturas em língua francesa, comumente denominadas 'francófonas', como um espaço privilegiado para o ensino do francês no Brasil. Estas discussões se baseiam nas reflexões de Blondeau (2012), Allouache (2017), Mabanckou (2016; 2020), bem como na noção de Sul Global de Liu (2023) e Vergès (2017) para posicionar nosso ponto de partida nas Áfricas Líquidas. Também examinamos a língua a partir de um ponto de vista filosófico, com base no trabalho de Cassin (2023; 2013). Argumenta-se que o ensino das literaturas 'francófonas' a partir de uma perspectiva do Sul Global pode se tornar um projeto essencial para o ensino da língua francesa e de suas literaturas em terras não francófonas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Josilene Pinheiro-Mariz, Universidade Federal de Campina Grande

Possui graduação em Letras Português-Francês pela Universidade Federal do Maranhão (1996), mestrado (2001) e doutorado (2008) em Letras (Estudos Linguísticos, Literários e Tradutológicos em Francês) pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo e Pós-Doutorado pela Universidade Paris 8 -Vincennes-Saint Denis (2013), sobre o texto literário escrito por autoras de língua francesa fora do Hexágono. Professora Associada na Unidade Acadêmica de Letras, da Universidade Federal de Campina Grande, atuando na graduação em Letras- Língua Portuguesa e Língua Francesa e na Pós-Graduação em Linguagem e Ensino (Mestrado e Doutorado). Participou como pesquisadora no projeto DIPROLínguas: Distância e proximidade entre português, francês e outras línguas: potencial da reflexão comparativa (2018-2022) CAPES-COFECUB. Profissional de Letras: Língua e Literaturas de Língua Francesa, atuando principalmente nas seguintes áreas: Estudos da relação entre língua e literatura, confluindo para reflexões sobre literaturas "ditas francófonas", africanas e de diáspora; formação de leitores de textos literários em língua estrangeira e materna (FLE e PLE); intercompreensão de línguas românicas; didática de línguas/literaturas e ensino de FLE (crianças e adultos), estudos interculturais e ensino. Foi tutora do PET-Letras /UFCG. Foi Professora Convidada na Université Paris 8. É Editora da Revista Letras Raras. 

Referências

ALLOUACHE, F. Réflexions à propos des littératures dites “francophones”. Revista Letras Raras. v. 1, Universidade Federal de Campina Grande. Campina Grande, 2012. p. 17-28.

BLONDEAU, N. Littératures dites “francophones” et enseignement/ apprentissage du français langue étrangère: un rendez-vous manqué ? In: NIKODINOVSKI, Zvonko (dir.). Langue, littérature et culture françaises en contexte francophone. Skopje : Faculté de philologie “Blaže Koneski”, 2012. p. 300-310.

CASSIN, B. Plus d’une langue. Paris. Bayard Éditions. 2023.

CASSIN, B. Nostalgie. Quand donc est-on chez soi ? Paris : Editions Autrement. 2013.

DEVI, A. Quand la nuit consent à me parler. Paris: Ed. Bruno Doucey. 2011.

DJAVANN, C. Comment peut-on être français. Paris : Flammarion. 2006.

DELEUZE, G. Crítica e Clínica. Trad. Peter Pál Pelbart. 2. ed. São Paulo: Ed. 34. 2011.

JABES, E. Le livre de l’hospitalité. Paris : Gallimard. 1991.

LIU, Y. Le « Sud Global » confiant dans la construction d'un monde multipolaire égalitaire et ordonné. French Peopledaily. Disponible sur :http://french.peopledaily.com.cn/Horizon/n3/2023/0817/c31362-20059663.html. Accès le 20 août 2023.

MABANCKOU, A. Le monde est mon langage. Paris : Grasset. 2016.

MARTIN, P.; DREVET, C. La langue française vue de l’Afrique et de l’océan Indien. Lunay : Ed. Zellige. 2003. p. 35-38.

SANTOS, B. S. Épistémologies du Sud. Études rurales [Online], 187 | 2011. Online since 12 September 2018. Disponible sur : http://journals.openedition.org/etudesrurales/9351. Accès le : 04 septembre 2022.

VERGÈS, F. Afriques, océaniques, Afriques liquides. In : MABANCKOU, A. Penser et écrire l’Afrique aujourd’hui. Paris, Seuil : 2017. p. 50-59.

VERGÈS, P. La Francophonie dans l'océan Indien : un enjeu majeur face aux défis de la mondialisation. Revue internationale et stratégique vol. 3. n. 71, p. 53-56. 2008.

Downloads

Publicado em

23 de novembro de 2023

Como Citar

PINHEIRO-MARIZ, J. Sobre literaturas ’francófonas’ e o ensino do francês língua estrangeira sob um olhar do Sul-Global em terras não francófonas . Revista Letras Raras, Campina Grande, v. 12, n. 4, p. 77–99, 2023. DOI: 10.5281/zenodo.10182961. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/2032. Acesso em: 14 maio. 2024.

Seção

Le Français en terres non-francophones

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)