Descrição de Variedades do Espanhol no Ensino de Línguas e na Formação Docentes: Reflexões sobre Aspectos Prosódicos
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.17010109Palavras-chave:
Prosódia, Espanhol Língua Pluricêntrica, Ensino de LA, Atos de FalaResumo
Este trabalho discute o papel da prosódia no ensino de espanhol adicional e na formação docente, levando em conta o aspecto pluricêntrico da língua. Sabemos que a quantidade de descrição linguística, lexical, sintática, fonética ou pragmática é um indicador do grau de centralidade ou do caráter periférico que tem uma variedade nacional, considerada como dominante ou não dominante (Adelstein 2016), portanto, a codificação é fundamental para o conhecimento de variedades não dominantes de línguas pluricêntricas. A partir dessa base teórica, realizou-se uma seleção de pesquisas e materiais que discutem a variação prosódica do espanhol, sendo para fins didáticos ou não, dentre os quais destaca-se o trabalho de Figueiredo (2018), que analisou a variação prosódica de 5 atos de fala: pergunta, resposta, pedido, ordem e súplica, no espanhol de Assunção e Ciudad del Este, no Paraguai; e Buenos Aires e Puerto Iguazú, na Argentina. Com a análise acústica via PRAAT, obteve-se a descrição entonacional, utilizando a notação Sp-ToBI ( Estebas Vilaplana e Prieto, 2009) que indicou a presença de padrões tonais próprios das variedades não-dominante do espanhol na região da tríplice fronteira, convergindo com a variedade não dominante de Assunção, e em contraste com o padrão entonacional da variedade dominante geograficamente mais próxima, Buenos Aires. A partir desses dados é possível constatar a diversidade de padrões entonativos do espanhol em cada variedade regional e contrastá-los com padrões presentes em materiais didáticos de ensino de espanhol, discutindo também a importância da prosódia, desde o ensino básico ao superior.
Downloads
Referências
ADELSTEIN, A. Comprehensive dictionaries and delimitation of the Argentine variety of Spanish. In: MUHR, Rudolf (ed.). Pluricentric languages and non-dominant varieties worldwide. Part II: The pluricentricity of Portuguese and Spanish. New concepts and descriptions. Frankfurt am Main: Peter Lang Edition, 2016.
BOERSMA, P.; WEENINK, D.. Praat: doing phonetics by computer [programa de computador]. Version 6.0.37, 2015. Disponível em: http://www.praat.org/. Acesso em: 14 mar. 2025.
BRISOLARA, L.e B.; SEMINO, M. J. I.. ¿Cómo pronunciar el español? La enseñanza de la fonética y la fonología para brasileños: ejercicios prácticos. Campinas: Pontes Editores, 2014.
ESTEBAS VILAPLANA, E.; PRIETO, P.. La notación prosódica del español: una revisión del Sp_ToBI. Estudios de Fonética Experimental, v. 18, p. 263-283, 2009.
FÉLIX-BRASDEFER, C.. Cortesía, prosodia y variación pragmática en las peticiones de estudiantes universitarios mexicanos y dominicanos. In: GARCIA, C.; PLACENCIA, M. E. (orgs.). Estudios de variación pragmática en español. Buenos Aires: Dunken, 2011.
FIGUEIREDO, N. dos S.. Variação pragmática e ecologia das línguas: análise multimodal de atos de fala no espanhol do Paraguai e da Argentina. 2018. Tese (Doutorado em Letras Neolatinas) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: https://posneolatinas.letras.ufrj.br/quadrienio-teses-2020-2017/. Acesso em: 18 nov. 2024.
GARCIA, W. E.; ROSEANO, P.. Create pictures with tiers. Praat script. Disponível em: http://stel.ub.edu/labfon/en/praat-scripts. Acesso em: 2024.
HIRSCHBERG, J.. Pragmatics and intonation. In: HORN, L. R.; WARD, G. (eds.). The handbook of pragmatics. Oxford: Blackwell Publishing, 2004. p. 515-537.
LESSA, G. da S. M. Memórias e identidades latino-americanas invisíveis e silenciadas no ensino-aprendizagem de espanhol e o papel político do professor. In: ZOLIN-VERZ, F. (org.). A(in)visibilidade da América Latina no Ensino de Espanhol. Campinas: Pontes Editores, 2013.
LIPSKI, J. M.. Geographical and social varieties of Spanish: an overview. In: HUALDE, J. L.; OLARREA, A.; O’ROURKE, E. (eds.). The handbook of Hispanic linguistics. Oxford: Blackwell Publications, 2012.
MALDONADO CÁRDENAS, M.. Español como lengua pluricéntrica. Algunas formas ejemplares del español peninsular y del español en América. In: LEBSANFT, F.; MIHATSCH, W.; POLZIN-HAUMANN, C. (org.). El Español, ¿desde las variedades a la lengua pluricéntrica? Madrid: Iberoamericana, 2012.
MARQUEZ-REITER, R.. A contrastive study of indirectness in Spanish: Evidence from Uruguayan and peninsular Spanish. Pragmatics, v. 12, n. 1, p. 135-152, 2002.
MUHR, R.. Linguistic dominance and non-dominance in pluricentric languages: a typology. In: MUHR, R. (org.). Non-dominant varieties of pluricentric languages: Getting the pictures. In memory of Michael Clyne. Wien: Peter Lang, 2012.
PINTO, M. da S.. Transferências prosódicas do PB/LM na aprendizagem do E/LE: enunciados assertivos e interrogativos totais. 2009. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.
PRIETO, P.; ROSEANO, P.. Atlas interactivo de la entonación del español. 2009-2013. Disponível em: http://prosodia.upf.edu/atlasentonacion/. Acesso em: 15 jun. 2024.
QUESADA-PACHECO, M. A.. Non dominant – varieties of Spanish: The Central American case. In: MUHR, R. (org.). Pluricentric languages and non-dominant varieties worldwide. Part II: The pluricentricity of Portuguese and Spanish. New concepts and descriptions. Frankfurt am Main: Peter Lang Edition, 2016.
SEARLE, J. R.. Speech Acts. Cambridge: Cambridge University Press, 1969.
VILHENA, F. B. K. de. Sobre a invisibilidade das variedades linguísticas latino-americanas no livro didático nacional para o ensino de língua espanhola. In: ZOLIN-VERZ, F. (org.). A(in)visibilidade da América Latina no Ensino de Espanhol. Campinas: Pontes Editores, 2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista Letras Raras

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.





