Do palco às práticas de letramento por uma análise do discurso do rock
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.10699235Palabras clave:
Discurso, Rock de Protesto, Letramento, EnsinoResumen
Este trabalho objetiva analisar, à luz do postulado da Análise do Discurso, em sua articulação com os estudos dos Letramentos, o discurso do rock Que país é esse?, lançado pela banda Legião Urbana em 1987. Esta canção, para além do seu tempo, materializa enunciados de protesto que se reatualizam no contexto da política brasileira. Por entendermos que a música tem seu lugar de protagonismo entre os protestos que convocam o sujeito a se posicionar contra opressões e diferentes crises que afligem o mundo, o rock é uma prática de oralização e discurso que acompanha tais acontecimentos, traduzindo-os às pessoas, despertando-lhes para a luta contra realidades desumanas. Entre os diversos estilos musicais, o rock de protesto constitui um gênero significativo a discussões que envolvem temáticas políticas e transita pelos mais diferentes campos da atuação humana. Em específico, forja um tipo de regularidade enunciativa, cantando posicionamentos em um dado contexto de manifesto e luta ideológica. A partir da análise que realizamos, observamos como a atividade de leitura em sala de aula pode dar ao enunciado do rock possibilidades de reflexão sobre o lugar do sujeito que enuncia e do outro, aquele que o interpreta. É uma prática de letramento que pode traduzir ao sujeito escolar habilidades de leitura e contextualizar a política nacional na atualidade. Ou seja, há uma atemporalidade que atravessa os enunciados do rock e reivindica o olhar sobre o exercício da cidadania, de direitos e deveres, enquanto habilidades que se relacionam com as práticas sociais.
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