O lugar discursivo dos feminismos no facebook: um jogo heterogêneo de posições
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.10778017Resumo
O artigo propõe analisar, sob o aparato teórico e metodológico da Análise do Discurso Pecheutiana (ADP), como o lugar discursivo dos feminismos se configura no digital e quais posições-sujeito são assumidas neste lugar a partir do discurso produzido por páginas feministas na rede social facebook. Buscamos apreender os gestos de leitura das posições assumidas pelas páginas em suas autodescrições em confronto ao que discursivizam nas suas publicações. Analisamos cinco páginas que se autodenominam como feministas: TODAS Fridas, Não Me Kahlo, Feminismo sem demagogia-original, Empodere Duas Mulheres e Ventre Feminista. Em nossa análise, encontramos três posições-sujeito no lugar discursivo dos feminismos no espaço digital: uma posição feminista interseccional, uma posição feminista marxista e uma posição feminista liberal. Essas posições são assumidas nas autodescrições das páginas. Porém, nossa análise demonstra que seus efeitos podem ou não ser reproduzidos nas publicações.
Downloads
Referências
AKOTIRENE, C. O que é interseccionalidade. Belo Horizonte: Letramento, 2018.
ARAÚJO, J. G. Feminismo digital em Blogueiras Feministas (2010-2015). Dissertação (Divulgação Científica e Cultural) – Instituto de Estudos da Linguagem e Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2016.
BERTH, J. O que é empoderamento. Belo Horizonte: Letramento, 2018.
CASTELLS, M. O poder da identidade: a era da informação, 9ed. São Paulo: Paz e Terra, 2018.
COSTA, C. Rede. Explosão feminista – arte, cultura, política e universidade, 2018.
CYFER, I. Liberalismo e feminismo: igualdade de gênero em Carole Pateman e Martha Nussbaum. Revista de Sociologia e Política, v. 18, n. 36, 2010. Disponível https://www.scielo.br/j/rsocp/a/rWv78Q85myrS3pv4FKXvYsC/. Acesso em: 04 de maio de 2019.
FEDERICI, S. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Elefante, 2017.
FRIEDAN, B. A mística feminina. Petrópolis: Editora Vozes Limitada, 1971.
GARCIA, C. C. Breve história do feminismo. São Paulo: Claridade, 2011.
GARCIA, D. A.; SOUSA, L. M. A e. Ler o arquivo hoje: a sociedade em rede e suas andanças no ciberespaço. Conexão Letras, v. 9, n. 11, 2014. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/conexaoletras/article/view/55143. Acesso em: 20 de fevereiro de 2018
GRIGOLETTO, E. Do lugar social ao lugar discursivo: o imbricamento de diferentes posições-sujeito. In: INDURSKY, F. FERREIRA, M. C. L. Análise do discurso no Brasil: mapeando conceitos, confrontando limites. São Carlos: Claraluz, 2007.
INDURSKY, F. Unicidade, desdobramento, fragmentação: a trajetória da noção de sujeito em Análise do Discurso. In: MITTMANN, S. GRIGOLETTO, E. CAZARIN, E. (ORG.) Práticas discursivas e identitárias: sujeito e língua. Porto Alegre: Nova Prova, 2008.
INDURSKY, F. Formação Discursiva: esta noção ainda merece que lutemos por ela? In: INDURSKY, F. FERREIRA, M. C. L. Análise do discurso no Brasil: mapeando conceitos, confrontando limites. São Carlos: Clara Luz, 2007.
MIGUEL, L. F. Teoria política feminista e liberalismo: o caso das cotas de representação. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 15, n. 44, 2000. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbcsoc/a/vDKFNS5yzCMK54mWRN6vSDB/. Acesso em: 15 fevereiro 2018
PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. 5ed. Campinas: Unicamp, 2014.
PÊCHEUX, M. Análise automática do discurso (AAD 69). Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. 5ed. Campinas: Unicamp, 2014.
SAFFIOTI, H. A mulher na sociedade de classes. 3ed. São Paulo: Expressão popular, 2013.
SOUZA, G. Qual a rede social mais usada em 2023? A resposta vai te surpreender. Disponível em: https://www.techtudo.com.br/listas/2023/07/qual-a-rede-social-mais-usada-em-2023-a-resposta-vai-te-surpreender-edapps.ghtml. Acesso em: 02 de junho de 2023.
Downloads
Publicado em
Como Citar
Seção
Licença
© 2024 Revista Letras Raras
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.