Slam: uma análise do discurso por meio das formações ideológicas e discursivas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.8152501
Palavras-chave: Análise do discurso francesa, Slam, Formação discursiva e ideológica

Resumo

Este estudo objetiva mobilizar uma análise discursiva acerca do slam “A menina que nasceu sem cor”, com o intuito de trazer à tona ressonâncias de petrificação preconceituosas acerca da negritude, mas, sobretudo, de mostrar o importante papel de resistência discursiva a esses sentidos perenizados, por meio das contribuições teórico-metodológicas da Análise do Discurso de linha francesa (doravante AD), apoiadas nos escritos de seu precursor Pêcheux e no Brasil por Orlandi. O corpus desta análise se pauta no slam “A menina que nasceu sem cor” da slammer Midria Silva, que pode ser visualizado no YouTube (https://youtu.be/o6zEZP7pudQ), ou no seu livro de mesmo título da materialidade em estudo; declamado em um acontecimento discursivo do Poetry Slam no qual os poetas ou melhor, slammers, competem entre si em uma batalha com temáticas de cunho social que geralmente denunciam algo que os inquietam, tendo como recursos apenas a voz e o corpo. Logo, para a análise, o conceito de formação discursiva e, consequentemente ideológica, é imprescindível para compreensão do funcionamento discursivo do gênero e por meio de gestos de interpretação entender porque é um discurso que não só reproduz, mas resiste e transforma conceitos perenizados, uma vez que “grita” para um ressignificar de sentidos cristalizados pela ideologia dominante, ou seja, nasce da luta de classes, sendo constitutivo a todo discurso – a resistência.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Andreza Shirlene Figueiredo de Souza, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) em (2009). Mestre em Linguística e Ensino pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Doutoranda (Bolsista FACEPE) em Ciências da Linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco. É professora de Língua Portuguesa no Ensino Médio e técnico-pedagógica de Língua Portuguesa, ambos pela Secretaria de Educação de Pernambuco.

Nadia Pereira da Silva Gonçalves de Azevedo, Universidade Católica de Pernambuco

Doutora em Letras e Linguística (UFPB, 2006), especialista em Linguagem pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia. Professora adjunto IV da Universidade Católica de Pernambuco, professora e pesquisadora no Programa de Pós-graduação stricto sensu em Ciências da Linguagem. Líder do grupo de pesquisa do CNPq, Discurso, sujeito e sociedade. Membro do Grupo de Pesquisa Linguagem, Distúrbio e Multidisciplinaridade. É consultora da CAPES a partir de 2017. Compõe a Comissão de Análise Qualitativa da CAPES em 2022. É presidente e membro do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP UNICAP) desde 2014.

Fernanda Viana de Castro Albuquerque, Universidade Católica de Pernambuco

Doutoranda em Ciências da Linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco -UNICAP; Mestra em Letras pela Universidade de Pernambuco-UPE, com apoio financeiro da Capes; Professora de Língua Portuguesa no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI)-campus Paulistana desde agosto de 2012. Atualmente, propõe-se a pesquisar sobre aquisição, desenvolvimento e distúrbios da linguagem em suas diversas manifestações. É membro do Grupo de Estudos em Linguagens, Cultura e Educação (GELCE) do IFPI campus Paulistana.

Referências

A MENINA QUE NASCEM SEM COR. Autoria: Midria Silva. 2018. 1:31: Disponível em: https://youtu.be/o6zEZP7pudQ. Acesso em: 28 de fevereiro de 2022.

BAHKTIN, M. Gêneros do discurso. In: Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

BERSANI, H. Aportes teóricos e reflexões sobre o racismo estrutural no Brasil. Extraprensa, São Paulo, v. 11, n. 2, p. 175 – 196, jan./jun. 2018.

BALBINO. J. Oralidade, Voz e Literatura feita por mulheres periféricas. In: Mulheres em discurso. São Paulo. p.162-182, 2016. MOITA LOPES, L. P. (Org.) Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.

NEVES, C. A. de B. Slams – Letramentos literários de reexistência ao/no mundo contemporâneo. Linha D'Água (Online), São Paulo, v. 30, n. 2, p. 92-112, out. 2017.

ORLANDI. E. P. Análise de Discurso e Interpretação. In: Discurso e Texto: formação dos sentidos. Campinas, São Paulo: Pontes, 2001. p. 19-29.

ORLANDI. E. P. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. 6ªed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2007.

ORLANDI. E. P. Análise de discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Pontes, 2009.

ORLANDI. E. P. Discurso em Análise: Sujeito, Sentido e Ideologia. 2 ed. Campinas, SP: Pontes Editores, 2012.

PÊCHEUX, M. A análise de discurso: três épocas. In: GADET, F.; HAK, T. (org.). Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Campinas,SP: Editora da Unicamp, 1993 [1983].

PÊCHEUX, M. O discurso: estrutura ou acontecimento. Tradução: Eni Puccielli Orlandi. 5ª ed. Campinas: SP: Pontes Editores, 2008.

PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: crítica à afirmação do óbvio. Tradução: Eni Puccinelli Orlandi et al. 5ª ed. Campinas, São Paulo: Editora da UNICAMP, 2014.

PÊCHEUX, M. Análise de Discurso. In: ORLANDI, Eni P. Textos selecionados. 4ª ed. Campinas: Pontes Editores, 2016.

PÊCHEUX, M. Análise Automática do Discurso. Tradução: Eni Puccinelli Orlandi e Greciely Costa. Campinas, São Paulo: Pontes Editores, 2019.

Downloads

Publicado em

12 de outubro de 2022

Como Citar

SOUZA, A. S. F. de; AZEVEDO, N. P. da S. G. de; ALBUQUERQUE, F. V. de C. Slam: uma análise do discurso por meio das formações ideológicas e discursivas. Revista Letras Raras, Campina Grande, v. 11, n. 3, p. 60–76, 2022. DOI: 10.5281/zenodo.8152501. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/895. Acesso em: 18 nov. 2024.

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)