Os retratos de mulher em Chanson douce e o pivoteamento entre a Grande mãe e a Malvada: as dores e os doces de ser e não ser mãe
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.10183026Resumo
O romance Chanson douce (2016) de Leïla Slimani começa na cena de um crime: na Paris contemporânea, uma babá mata as duas crianças de quem cuidava. Cabe ao leitor acompanhar o desenvolvimento da história de trás para frente, cujo desfecho é conhecido de antemão. Na trama, trata-se de situar o espaço doméstico onde as tensões relativas ao trabalho, à maternidade, à infância, à cidade se desenrolam dentro dos limites sufocantes de um apartamento de família que, por sua vez, se tornará cenário do crime. É música de câmara, um fresco de dimensões reduzidas onde se pode compreender uma linhagem de mulheres de diferentes idades (a criança, a mãe e a ama) e estatutos sociais. As mulheres estão condenadas desde cedo à culpa de nunca terem sido capazes de cuidar adequadamente dos seus entes queridos? Esta análise considera esses dois conceitos como complementares e articuladores de relações de forma não estável. A análise serve como uma ação preliminar para a proposta de leitura deste romance no contexto de um curso de extensão em Francês Língua Estrangeira (FLE) na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
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Referências
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