Africanicídio? Uma problematização do ensino de variedades dos franceses africanos nos cursos de FLE em Goiânia
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.7909673Resumo
Este artigo tem como objetivo discutir o ensino de variedades africanas nas aulas de Francês Língua Estrangeira (FLE) em Goiânia. Para este fim, utilizou-se como base teórica a abordagem intercultural. Essa abordagem é importante para a pedagogia linguística por reafirmar a necessidade de trabalhar com diferentes identidades sem desvalorizar as outras. Trata-se de respeitar culturas, crenças, modos de vida, sem perder de vista o lado didático do ensino e da aprendizagem de uma língua estrangeira. Assim, o ensino de FLE a partir de um ponto de vista intercultural nas escolas dCet article a pour but de discuter l’enseignement des variétés africaines dans les cours de français langue étrangère (FLE) à Goiânia. Pour cela, la base théorique se penche sur l’approche interculturelle. Cette approche est importante pour une pédagogie linguistique car elle réaffirme le besoin de travailler de différentes identités sans dévaloriser d’autres. Il s’agit de respecter les cultures, les croyances, les modes de vie, sans perdre de vue le côté didactique de l’enseignement-apprentissage d’une langue étrangère. Ainsi, un enseignement du FLE à partir de l’interculturel dans des écoles de langues à Goiânia ne pourrait pas déconsidérer l’Afrique et toute sa contribution francophone et culturelle. Pour vérifier les caractéristiques de l’enseignement-apprentissage du FLE, en ce qui concerne les variétés africaines, à Goiânia, cette étude s’appuie sur une méthodologie qualitative, à partir des entretiens réalisés avec cinq enseignantes d’institutions distinctes de cette ville. Comme résultats, on constate que les enseignantes trouvent des obstacles pour arriver à un enseignement centré sur l’Afrique francophone. L’Afrique n’est jamais le centre ; quand elle y apparaît, elle est plutôt le divers, l’exotique, le différent. Ainsi, nous argumentons l’existence d’un africanicide, c’est-à-dire l’effacement des africanités dans les cours de FLE. Les raisons mentionnées comprennent le contexte socio-culturel, les questions économiques et les supports techniques. Comme conclusion de l’étude, il est argumenté que les enseignant.e.s ne sont pas les coupables ; du contraire, elles/ils sont la résistance contre une structure éducationnelle réglée par des violences néocoloniales qui envahissent les manuels, les méthodes, les institutions, les productions artistiques, les langages et les formes d’enseigner le français.e línguas de Goiânia não deveria desconsiderar a África e toda sua contribuição francófona e cultural. A fim de verificar as características do ensino-aprendizagem de FLE, com relação às variedades africanas, em Goiânia, este estudo se apoia em uma metodologia qualitativa, por meio de entrevistas com cinco professoras de diferentes instituições dessa cidade. Os resultados mostram que as professoras encontram obstáculos em incluir a África às aulas de FLE. A África nunca é o centro; quando aparece, é antes o diverso, o exótico, o diferente. Assim, argumentamos a existência de um africanicídio, ou seja, o apagamento das africanidades nos cursos de FLE. As razões mencionadas incluem o contexto sóciocultural, as questões econômicas e os suportes técnicos. Como considerações finais do estudo, argumenta-se que as/os professoras/es não são as/os culpadas/os; pelo contrário, elas/eles são a resistência contra uma estrutura educacional construída por uma violência neocolonial que invade livros, métodos, instituições, produções artísticas, línguas e formas de ensino do francês.
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Referências
DE CARVALHO, Samuel Rufino; ARAGONEZ, Iury; DE OLIVEIRA, Alexandra Almeida. Africanicídio? Uma problematização do ensino de variedades dos franceses africanos nos cursos de FLE em Goiânia. Revista Letras Raras. Campina Grande, v. 12, n. 1, p. 25-47, abr. 2023.
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- 29 de abril de 2023 (2)
- 29 de abril de 2023 (1)
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