Discurso jornalístico e as relações raciais: um olhar para a branquitude

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.8152438
Palavras-chave: Discurso jornalístico, Relações Raciais, Discurso da Branquitude, Racismo

Resumo

Este artigo busca o entendimento de como as relações raciais são construídas, estruturadas e caracterizadas dentro do discurso jornalístico, tomando como base, especialmente, o conceito de branquitude. Esse termo diz respeito à configuração de dominação racial, em que o grupo dominante (branco) utiliza o ponto de vista de sua raça, permeadopor seus privilégios e poderes simbólicos, para qualificar todos os outros diferentes de si. A abordagem é de cunhoqualitativo, amparado pela Análise do Discurso (AD) e utilizando o subentendido como categoria de análise. Paraconstituir o corpus foi utilizado o jornal Folha de S. Paulo, no período entre janeiro e julho de 2020, com o racismo como palavra-chave da pesquisa. Para constituição do referencial teórico, são abordadas conceituações acerca do discurso jornalístico, do racismo e da branquitude. Os resultados encontrados a partir da análise são: é possível identificar apresença do discurso da branquitude no campo jornalístico, no entanto de forma muito sutil. Dentro do discurso jornalístico, a discussão aponta para um silenciamento das questões raciais e dos efeitos do racismo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Nayara Dias Ferraz, Universidade Federal de Viçosa

Sou graduada em Secretariado Executivo Trilíngüe pela Universidade Federal de Viçosa – Viçosa – Minas
Gerais, em 2011 e Mestre em Letras na Universidade Federal de Lavras – Lavras – Minas Gerais (2021).
Ocupa o cargo de Assistente em Administração na Universidade Federal de Viçosa desde 2012.

Luciana Soares da Silva, Universidade Federal de Lavras

Professora Adjunta da Universidade Federal de Lavras. Doutora em Língua Portuguesa pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo. Atua na área de Letras, com ênfase em análise do discurso.

Referências

ALMEIDA, Sílvio L. de. O que é Racismo estrutural. 1a ed. Belo Horizonte: Letramento, 2018. 203p.

ARBEX JR, José. O Legado Ético de Perseu Abramo e de Aloysio Biondi. In: ABRAMO, P. Padrões de manipulação na grande imprensa. 2 ed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2016. 87p.

BENTO, Maria. A. Silva. Pactos Narcísicos no Racismo: Branquitude e Poder nas Organizações Empresariais e no Poder Público. 169 f. Tese (Doutorado) - Curso de Doutorado em Psicologia,

Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.

BENTO, Maria. A. Silva. Branqueamento e branquitude no Brasil. In: CARONE, I.; BENTO, M. A. S. Psicologia Social do Racismo: Estudos sobre a branquitude e branqueamento no Brasil. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2014. p. 25-57.

CARDOSO, Lourenço. Branquitude acrítica e crítica: a supremacia racial e o branco anti-racista. Revista Latinoamericana de CienciasSociales, Niñez y Juventud, Manizales, v. 8, n. 1,p.607-630, jan. 2010. Disponível em: <http://biblioteca.clacso.edu.ar/Colombia/alianza-cindeumz/20131216065611/art.LourencoCardoso.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2019.

CARDOSO, Lourenço. A branquitude acrítica revisitada e as críticas. In: MÜLLER, T. M. P.; CARDOSO, L. Branquitude: Estudos sobre a identidade branca no Brasil. Curitiba: Appris, 2017. Adobe Digital Edition.

CHARAUDEAU, Patrick. Discurso das Mídias. 2a ed. São Paulo: Contexto, 2013. Tradução de Angela H.S. Corrêa. 285p.

CORNILS, Patrícia. Apresentação à Segunda Edição. In: ABRAMO, P. Padrões de manipulação na grande imprensa. 2 ed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2016. 87p..

DUCROT, Oswald. O dizer e o Dito. Campinas: Pontes, 1987.

FERNANDES, Florestan. A Integração do Negro na Sociedade de Classes. Vol. 1. 5ª ed. São Paulo: Globo, 2008.

FREYRE, Gilberto. Casa Grande e Senzala: Formação da Família Brasileira sob o Regime da Economia Patriarcal. 51 ed. São Paulo: Global, 2006.

GOMES, Nilma Lino; LABORNE, Ana Amélia de Paula. Pedagogia da Crueldade: Racismo e Extermínio da Juventude Negra. Educação em Revista. V. 34. Belo Horizonte, 2018. Disponível em <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010246982018000100657&lng=pt&tlng=pt> Acesso em 11 de fev. 2021.

GUIMARÃES, Antônio S. Alfredo. Classes, Raças e Democracia. São Paulo: Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo; Ed 34. 2002.

HOUAISS, Antônio. Grande Dicionário Houaiss. Rio de Janeiro: 2021. Disponível em: <https://houaiss.uol.com.br/corporativo/apps/uol_www/v5-4/html/index.php#0>. Acesso em: 1 jun. 2021.

MAINGUENEAU, Dominique. Termos-chave da Análise de Discurso. UFMG. Belo Horizonte, 2000.

MAINGUENEAU, Dominique. Gênese dos discursos. Curitiba: Criar, 2005.

MAINGUENEAU, Dominique. Análise de textos de comunicação. 6a ed. São Paulo: Cortez, 2011. Tradução de Cecília P. de Souza-e-Silva e Délcio Rocha.

MARCONDES FILHO, Ciro. Capital da Notícia: Jornalismo como Produção Social de Segunda Natureza. São Paulo: Ática, 1989.

MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. 3o Seminário Nacional: Relações Raciais e Educação - PENESB - RJ, 2003. Disponível em <https://www.geledes.org.br/wp-content/uploads/2014/04/Uma-abordagem-conceitual-das-nocoesde-raca-racismo-dentidade-e-etnia.pdf> Acesso em 28 jan. 2021.

ORLANDI, Eni. P. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. 6.ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2007.

PIZA, Edith. Porta de vidro: entrada para a branquitude. In: CARONE, I.; BENTO, M. A. S. Psicologia Social do Racismo: Estudos sobre a branquitude e branqueamento no Brasil. 6. ed.Petrópolis: Vozes, 2014. p. 59-90.

SILVA, Priscila. Elisabete. da. O conceito de branquitude: Reflexões para o campo de estudo. In: MÜLLER, Tânia M. P.; CARDOSO, Lourenço. Branquitude: Estudos sobre a identidade branca no Brasil. Curitiba: Appris, 2017. Adobe Digital Edition.

VAN DIJK, Teun A.. Racismo e Discurso na América Latina. São Paulo: Contexto, 2008.

Downloads

Publicado em

12 de outubro de 2022

Como Citar

FERRAZ, N. D.; SILVA, L. S. da. Discurso jornalístico e as relações raciais: um olhar para a branquitude. Revista Letras Raras, Campina Grande, v. 11, n. 3, p. 35–59, 2022. DOI: 10.5281/zenodo.8152438. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/889. Acesso em: 14 nov. 2024.

Seção

Artigos