Discurso jornalístico e as relações raciais: um olhar para a branquitude
DOI :
https://doi.org/10.5281/zenodo.8152438Résumé
Este artigo busca o entendimento de como as relações raciais são construídas, estruturadas e caracterizadas dentro do discurso jornalístico, tomando como base, especialmente, o conceito de branquitude. Esse termo diz respeito à configuração de dominação racial, em que o grupo dominante (branco) utiliza o ponto de vista de sua raça, permeadopor seus privilégios e poderes simbólicos, para qualificar todos os outros diferentes de si. A abordagem é de cunhoqualitativo, amparado pela Análise do Discurso (AD) e utilizando o subentendido como categoria de análise. Paraconstituir o corpus foi utilizado o jornal Folha de S. Paulo, no período entre janeiro e julho de 2020, com o racismo como palavra-chave da pesquisa. Para constituição do referencial teórico, são abordadas conceituações acerca do discurso jornalístico, do racismo e da branquitude. Os resultados encontrados a partir da análise são: é possível identificar apresença do discurso da branquitude no campo jornalístico, no entanto de forma muito sutil. Dentro do discurso jornalístico, a discussão aponta para um silenciamento das questões raciais e dos efeitos do racismo.
Téléchargements
Références
ALMEIDA, Sílvio L. de. O que é Racismo estrutural. 1a ed. Belo Horizonte: Letramento, 2018. 203p.
ARBEX JR, José. O Legado Ético de Perseu Abramo e de Aloysio Biondi. In: ABRAMO, P. Padrões de manipulação na grande imprensa. 2 ed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2016. 87p.
BENTO, Maria. A. Silva. Pactos Narcísicos no Racismo: Branquitude e Poder nas Organizações Empresariais e no Poder Público. 169 f. Tese (Doutorado) - Curso de Doutorado em Psicologia,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.
BENTO, Maria. A. Silva. Branqueamento e branquitude no Brasil. In: CARONE, I.; BENTO, M. A. S. Psicologia Social do Racismo: Estudos sobre a branquitude e branqueamento no Brasil. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2014. p. 25-57.
CARDOSO, Lourenço. Branquitude acrítica e crítica: a supremacia racial e o branco anti-racista. Revista Latinoamericana de CienciasSociales, Niñez y Juventud, Manizales, v. 8, n. 1,p.607-630, jan. 2010. Disponível em: <http://biblioteca.clacso.edu.ar/Colombia/alianza-cindeumz/20131216065611/art.LourencoCardoso.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2019.
CARDOSO, Lourenço. A branquitude acrítica revisitada e as críticas. In: MÜLLER, T. M. P.; CARDOSO, L. Branquitude: Estudos sobre a identidade branca no Brasil. Curitiba: Appris, 2017. Adobe Digital Edition.
CHARAUDEAU, Patrick. Discurso das Mídias. 2a ed. São Paulo: Contexto, 2013. Tradução de Angela H.S. Corrêa. 285p.
CORNILS, Patrícia. Apresentação à Segunda Edição. In: ABRAMO, P. Padrões de manipulação na grande imprensa. 2 ed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2016. 87p..
DUCROT, Oswald. O dizer e o Dito. Campinas: Pontes, 1987.
FERNANDES, Florestan. A Integração do Negro na Sociedade de Classes. Vol. 1. 5ª ed. São Paulo: Globo, 2008.
FREYRE, Gilberto. Casa Grande e Senzala: Formação da Família Brasileira sob o Regime da Economia Patriarcal. 51 ed. São Paulo: Global, 2006.
GOMES, Nilma Lino; LABORNE, Ana Amélia de Paula. Pedagogia da Crueldade: Racismo e Extermínio da Juventude Negra. Educação em Revista. V. 34. Belo Horizonte, 2018. Disponível em <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010246982018000100657&lng=pt&tlng=pt> Acesso em 11 de fev. 2021.
GUIMARÃES, Antônio S. Alfredo. Classes, Raças e Democracia. São Paulo: Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo; Ed 34. 2002.
HOUAISS, Antônio. Grande Dicionário Houaiss. Rio de Janeiro: 2021. Disponível em: <https://houaiss.uol.com.br/corporativo/apps/uol_www/v5-4/html/index.php#0>. Acesso em: 1 jun. 2021.
MAINGUENEAU, Dominique. Termos-chave da Análise de Discurso. UFMG. Belo Horizonte, 2000.
MAINGUENEAU, Dominique. Gênese dos discursos. Curitiba: Criar, 2005.
MAINGUENEAU, Dominique. Análise de textos de comunicação. 6a ed. São Paulo: Cortez, 2011. Tradução de Cecília P. de Souza-e-Silva e Délcio Rocha.
MARCONDES FILHO, Ciro. Capital da Notícia: Jornalismo como Produção Social de Segunda Natureza. São Paulo: Ática, 1989.
MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. 3o Seminário Nacional: Relações Raciais e Educação - PENESB - RJ, 2003. Disponível em <https://www.geledes.org.br/wp-content/uploads/2014/04/Uma-abordagem-conceitual-das-nocoesde-raca-racismo-dentidade-e-etnia.pdf> Acesso em 28 jan. 2021.
ORLANDI, Eni. P. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. 6.ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2007.
PIZA, Edith. Porta de vidro: entrada para a branquitude. In: CARONE, I.; BENTO, M. A. S. Psicologia Social do Racismo: Estudos sobre a branquitude e branqueamento no Brasil. 6. ed.Petrópolis: Vozes, 2014. p. 59-90.
SILVA, Priscila. Elisabete. da. O conceito de branquitude: Reflexões para o campo de estudo. In: MÜLLER, Tânia M. P.; CARDOSO, Lourenço. Branquitude: Estudos sobre a identidade branca no Brasil. Curitiba: Appris, 2017. Adobe Digital Edition.
VAN DIJK, Teun A.. Racismo e Discurso na América Latina. São Paulo: Contexto, 2008.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Revista Letras Raras 2023
Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale 4.0 International.