O Uso do rap no combate ao racismo

Uma sequência didática para o ensino de Língua Portuguesa

Autores

  • Eliane Laurindo Batista Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG)
  • Joane Marieli Pereira Caetano Universidade Estadual de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.11360797
Palavras-chave: Racismo linguístico, Rap, Ensino de língua portuguesa

Resumo

Neste trabalho, a partir da discussão sobre como intervir no impacto do racismo linguístico através do ensino da Língua Portuguesa, pretende-se propor uma Sequência Didática, utilizando o gênero Rap, cujos Módulos incentivarão uma prática pedagógica antirracista. Especificamente, objetiva-se contextualizar compreender o racismo linguístico e analisar o seu modus operandi no Brasil; analisar o reconhecimento do vernáculo afro-brasileiro, também conhecido como pretuguês, e sua ausência flagrante nas práticas educacionais e, por fim, propor uma sugestão metodológica interventiva no combate ao racismo linguístico. Metodologicamente, será desenvolvida uma pesquisa de cunho qualitativo. Em um primeiro momento, recorreu-se a uma revisão bibliográfica com aporte teórico de Silva (2004) sobre a história da Língua Portuguesa; Nascimento (2019), Gonzalez (1983) (1988), que abordam a relação entre raça e linguagem; Souza (2011) em análise das contribuições didáticas para o trabalho com gênero escolhido para esta proposição, o rap; com vistas à elaboração da sequência didática, pautou-se nos autores Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004). Em uma segunda etapa, apresenta-se uma sugestão metodológica de Sequência Didática com o gênero rap focalizando a discussão no racismo linguístico. Como resultados, pode-se evidenciar a existência do Racismo Linguístico, na medida em que destacou como determinadas variantes linguísticas de origem não-branca são estigmatizadas e desvalorizadas. O estudo também reconheceu o potencial transformador do Rap como ferramenta de descolonização para superar o ensino da Língua Portuguesa baseado no modelo eurocêntrico

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Joane Marieli Pereira Caetano , Universidade Estadual de Minas Gerais

Mini bio - na língua em que o manuscrito foi submetido (versão principal)

Professora de Educação Superior (PES), Nível IV Grau A (40h), no Curso de Letras da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), unidade Carangola. Pesquisadora de Produtividade (PQ/PROPPG - UEMG). Tem experiência como pesquisadora na área de Educação e Linguística, com ênfase para o ensino de Língua Portuguesa nos ensinos fundamental, médio e superior. Doutora e Mestra em Cognição e Linguagem, pela Universidade Estadual do Norte Fluminense, seus interesses incidem pelos seguintes temas: Novas Tecnologias da Informação e Comunicação, Ensino de Língua Portuguesa, Metodologias Ativas de Aprendizagem e Material didático.:

Referências

ABE, S. K. O racismo está na nossa língua. Revista CENPEC, [S.l.], 11 nov. 2021. Disponível em: https://www.cenpec.org.br/tematicas/racismo-lingua. Acesso em: 16 abr. 2023.

ANTUNES, I. Território das palavras: estudo do léxico em sala de aula. São Paulo: Parábolas, 2012.

BAGNO, M. Critérios e valores para uma norma brasileira de referência. VERBUM - Cadernos de Pós Graduação, v. 9, p. 8-23, 2020.

BEZERRA, M. A; REINALDO, M. A. Análise linguística: afinal a que se refere? São Paulo: Cortez, 2013.

BRASIL. Lei n. 10.639/03, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática"História e Cultura AfroBrasileira", e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 13 junho 2023.

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Ministério da Educação: Brasilia, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em 17 de junho de 2023.

CAETANO, J. M. P.; MELLO, A. F. de; SOUZA, C. H. M. de. Ensino de Língua Portuguesa na trilha das metodologias ativas: caminhos possíveis para a leitura. Curitiba: Ed. UFPR, 2022.

CAMARGO, F; DAROS, T. A sala de sala inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo. Porto Alegre: Penso, 2018.

CERQUEIRA, F. de O. O pretuguês como comunidade de prática: concordância nominal e identidade racial. Traços de Linguagem - Revista de Estudos Linguísticos, [S. I.], v. 4, n. 1, 2020. DOI: 10.30681/2594.9063.2020v4n1id4644. 65 Disponível em: https://periodicos.unemat.br/index.php/tracos/article/view/4644. Acesso em: 17 jun. 2023.

CRIOLO. CRIOLO – Subirusdoistiozin. Youtube, 2011. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=Da04TlloTg0 > Acesso em: 29 de junho de 2023.

DOCUMENTÁRIO O RAP PELO RAP. O RAP PELO RAP 2 | Documentário sobre HIP HOP e RAP no Brasil. YouTube, 2021. Disponível em: https://youtu.be/kjyO-DEKjzg?si=8jX2GgY2MqOAvczb. Acesso em: 13 jun. 2024.

DOLZ, J; NOVERRAZ, M; SCHNEUWLY, B. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J (Orgs.). Gêneros orais e escritos na escola. Tradução de Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004.

FIALHO, V. M; ARALDI, J.. Fazendo rap na escola. Música na educação básica. Porto Alegre, v. 1, n. 1, outubro de 2009. Disponível emhttp://abemeducacaomusical.com.br/revistas_meb/index.php/meb/article/view/115 Acesso em 30 de maio de 2023.

FONSECA, A. S. de A. da. Versos violentamente pacíficos: o RAP no currículo escolar. 2011. 242 p. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) - Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, 2011. Disponível em < https://acervus.unicamp.br/index.html > Acesso em 24 de maio de 2023.

GOMES, A.; LEÃO, M. A. O Código dos Marginalizados: a linguagem do Rap. 2006. Disponível em < https://pdfcoffee.com/qdownload/a-linguagem-do-rap-pdf-free.html> Acesso em 30 de maio de 2023.

GONZALEZ, L. A categoria político-cultural de amefricanidade. In: Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, Nº. 92/93 (jan./jun.). 1988 b, p. 69-82.

LOURENCO, M. L. Arte, cultura e política: o Movimento Hip Hop e a constituição dos narradores urbanos. Psicol. Am. Lat.,México, n. 19, 2010. Disponível em<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1870350X2010000100014&lng=pt&nrm=iso>. Acesso: em: 30 mai. 2023.

LUCCHESI, D. A fala de comunidades remanescentes de antigos quilombos e os efeitos do contato entre línguas do português popular do Brasil. In: LIMA, M. A. F.; ALVES FILHO, F.; COSTA, C. de S. S. M. de. Colóquios Linguísticos: enfoques epistemológicos, metodológicos e descritivos. Teresina: EDUFPI, 2011, p. 93-124.

LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e preposições.12ª ed. São Paulo: Cortez, 2002.

MACEDO, I. A Linguagem musical rap: expressão local de um fenômeno mundial. Tempos Históricos, v. 15. jan./ jul., 2011. p. 261-288. Disponível em <https://pdfcoffee.com/qdownload/a-linguagem-do-rap-pdf-free.html>. Acesso em: 30 de maio de 2023.

MARCUSCHI, L. A. Produção textual análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

MARINS, L. R. C. Uma análise dialetológica da “gualín do ttk” e sua influência na construção identitária do “KGL”. Tese (Graduação em Letras) – Faculdade Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2023. Disponível em:< https://pantheon.ufrj.br/handle/11422/18492> Acesso em:17 de junho de 2023.

MELLO, A. F. de. Práticas de análise linguística na sequência didática: uma proposta com artigo de opinião. 2022. 177 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Instituto de Letras, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022. Disponível em Acesso em: 17 de junho de 2023.

MENDONÇA, M. Análise Linguística no Ensino Médio: um novo olhar, um outro objeto. In: BUNZEN, Clécio; MENDONÇA, Márcia (org.). Português no Ensino Médio e formação do professor. São Paulo: Parábola, 2006.

MOURA, A. B. F; LIMA, M. da G. S. B. A reinvenção da roda: roda de conversa, um instrumento metodológico possível. Revista Interfaces da Educação, Parnaíba, v.5, n.15, p.24-35, 2014. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/interfaces/article/view/448/414. Acesso em: 28 de maio de 2023

NASCIMENTO, G. Racismo linguístico: os subterrâneos da linguagem e do racismo. - Belo Horizonte: Letramento, 2019.

RAPPIN’ HOOD. Us Guerreiro. Youtube, 2016. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=8S9itjrt7iU>. Aceso em 29 de junho de 2023.

RAP BOX. Ep. 125 - Sant - Dorflex [Prod. Leo Casa1]. Youtube, 2017. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=4zIWw-a6tS0>. Acesso em: 29 de junho de 2023.

SILVA, J. D. P. da. Preconceito linguístico na escola: é possível mudar? Monografia (Curso de Pós-Graduação Lato Sensu, na área de Revisão de Textos.) - Centro Universitário de Brasília Instituto CEUB de Pesquisa e Desenvolvimento, Brasília, 2016. Disponível em https://repositorio.uniceub.br/jspui/handle/235/11792 Acesso em: 17 de junho de 2023.

SILVA, R. V, M.: Ensaios para uma sócio-história do português brasileiro. São Paulo: Parábola. 2004.

SILVIA, J. C. G. Rap na cidade de São Paulo: música, etnicidade e experiência urbana. Tese (Doutorado) –Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Campinas, SP: 1998.

SOUZA, A. L. S. Letramentos de reexistência: poesia, grafite, música, dança: HIPHOP. São Paulo: Parábola Editorial, 2011.

SOUZA JUNIOR, R. C. Análise de Variações Linguísticas: O rap em sala de aula. Brasília, DF, 2008.

TEYSSIER, P. História da Língua Portuguesa. 2. ed. Tradução de Celso Cunha. São Paulo: Martins, 2014.

TUDUBOM RECORDS. Filipe Ret "GONÊ". Youtube, 2018. Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=qI6FE-9n2c0> Acesso em: 29 de junho de 2023.

VASCONCELLOS, C. dos S. Superação da lógica classificatória e excludente da avaliação. São Paulo: Libertad, 1998.

Downloads

Publicado em

4 de junho de 2024

Como Citar

BATISTA, E. L. .; CAETANO , J. M. P. . O Uso do rap no combate ao racismo : Uma sequência didática para o ensino de Língua Portuguesa . Revista Letras Raras, Campina Grande, v. 13, n. 2, p. e2167, 2024. DOI: 10.5281/zenodo.11360797. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/2167. Acesso em: 26 dez. 2024.

Seção

n. 2 - 2024 - Dossiê: Língua falada e/ou escrita? Reflexões sobre aquisição e o ensino de língua portuguesa em uma perspectiva decolonial