O paradigma indiciário na análise do discurso: de Monalisa a Mandela
Resumo
DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v3i1.228
Este artigo tem como ponto de partida as inquietações que embaçaram o quadro teórico e metodológico da Análise do Discurso francesa durante a década de 80. Esse panorama nos possibilitará compreender os motivos pelos quais emerge, naquela década, uma preocupação com uma materialidade discursiva que já não se compunha apenas de verbo, mas também de imagens e sons. Nesse contexto, discutiremos os consequentes deslocamentos pelos quais passa a disciplina e as contribuições teórico-metodológicas propostas por Jean-Jacques Courtine. Mais precisamente, discutiremos a proposta de uma Semiologia Histórica atrelada aos estudos do discurso e, mais que isso, a retomada do paradigma indiciário de que fala Ginzburg na fundação desta Semiologia. Para fins de ilustração, faremos uma leitura do acontecimento discursivo fundado com a inauguração, na África do Sul, de uma estátua confeccionada em homenagem a Nelson Mandela. Nosso foco será os índices de autoria nela presentes, discutindo o modo como ainda é possível observar, atualmente, a irrupção de um paradigma indiciário ligado à autoria de uma obra de arte.
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