Padrões na atribuição de gênero em francês comparados ao português
DOI:
https://doi.org/10.5281/%20zenodo.8098644Resumen
Este artigo trata da correspondência entre morfologia e fonologia no que diz respeito à marcação gramatical de gênero no
francês (em comparação com o português), língua que se comporta de maneira diferente de outras línguas de mesma
origem, uma vez que, em princípio, não contém vogais temáticas. Partimos da premissa de que o francês, como outras
línguas românicas, pode ser considerado um sistema formal de atribuição de gênero, como estabelecido por Corbett, que
associa as informações de gênero ao segmento final da palavra. Os dados observados são 2.000 substantivos do francês
extraídos de 20 entrevistas do banco de dados de língua falada Corpus of Français Parlé Parisien des Années 2000. Para
a análise dos dados, consideramos, entre outras variáveis, a distribuição geral de gênero (masculino / feminino),
animacidade, correspondência com sexo, tipologia de gênero, segmento fonológico final e derivação (ocorrência ou não
de sufixo derivacional no final da palavra). Os resultados apontam não apenas para padrões morfofonológicos de atribuição
de gênero, mas também para a influência de outras variáveis, como frequência de uso, e levam à conclusão de que o segmento fonológico final — e não necessariamente fonético — /e/ corresponde ao marcador de gênero na maioria das
palavras analisadas, instanciando o feminino como gênero gramatical.
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