O trabalho com a oralidade na prática docente
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.11362650Resumo
Este ensaio tem como objetivo refletir sobre o continuum fala-escrita na prática docente, destacando a representação da oralidade na atividade conversacional. A pesquisa discute a importância da modalidade oral da língua no ensino, rejeitando a ideia de que a escrita é superior à fala (Brasil/MEC, 1998; Marcuschi, 2010; Fávero et al., 2005). Para tal fim, analisa práticas pedagógicas e gêneros textuais, argumentando que a oralidade é uma prática social interativa para fins comunicativos e se manifesta em diversos gêneros textuais e contextos de uso. Ao mesmo tempo, defende que a escrita é um modo de produção textual-discursiva, caracterizada por sua constituição gráfica. O ensaio salienta a necessidade de incorporar a modalidade oral nos diversos campos sociais e ressalta a importância da expansão dessas práticas. Conclui-se que há, ainda, uma carência de práticas voltadas para a oralidade nas escolas, justificada pela crença de que os usos orais da língua são automaticamente adquiridos no dia a dia. A pesquisa recomenda uma abordagem pedagógica que integre oralidade e escrita, reconhecendo suas diferenças e contribuições únicas para a comunicação eficaz. Sugere-se uma reorientação das práticas docentes para ampliar as competências comunicativo-interacionais dos alunos, permitindo-lhes atender às demandas linguísticas sociais com competência.
PALAVRAS-CHAVE: Oralidade; Fala; Escrita; Prática; Docente.
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