O leitor e a leitura literária numa noite de inverno
Resumo
DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v7i2.987 A literatura é uma extensão da vida do leitor. Descortinar horizontes e construir sentidos na leitura, demanda um envolvimento subjetivo. Investigamos neste artigo, perpassado de subjetividade, o percurso personalíssimo do leitor e da leitura na obra Se um viajante numa noite de inverno, de Italo Calvino. Discutimos o papel do leitor subjetivo no âmbito da teoria do efeito estético, no qual os pontos de indeterminação, os lugares vazios são preenchidos pelos ecos, devaneios, emoções, repertórios e imaginações dos leitores fictício e empírico. Como evidência da subjetividade leitora, analisamos a partir do romance as figuras de leitores escriba, intérprete, vagante e viajante, relacionadas às estações climáticas do ano primavera, verão, outono e inverno, e às fases da vida infância, juventude, maturidade e terceira idade. Na companhia dos protagonistas do romance, o Leitor e a Leitora, iniciamos a jornada da leitura na estação de trem, numa noite invernal, e aportamos na borda do despenhadeiro, ao lado de uma cova vazia. Como leitores personalíssimos, que história espera o nosso fim lá embaixo? Este e outros enredos/análises nos revelarão a trajetória do leitor real e da leitura subjetiva.Downloads
Referências
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