Pensando as narrativas memoriais e pós-memoriais em tempo de vulnerabilidade

Autores

Palavras-chave: memória, pós-memória, narrativa literária, escrita do trauma, testemunho

Resumo

DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v9i2.1803

A partir de um levantamento da contribuição de grandes teóricos que pensaram a memória e a complexa representação do passado, buscamos discutir o papel da narração e da ficção como mediadoras na interpretação do vivido. A fiabilidade da reconstrução do passado é posta em causa, o que nos leva a refletir sobre a noção de testemunho e a questão da verdade a ele inerente. Cotejar memória oficial e narrativas individuais faz-se necessário a fim de se contrapor discursos meta-narrativos autoritários a uma história mais polifônica, que enseja a compreensão e a superação de traumas. Veremos também como a reflexão teórica a respeito da transmissão intergeracional de memórias traumáticas oferece ferramentas para a interpretação de obras da chamada geração pós-memorial. A partir dessas considerações, e diante da crise sanitária mundial que nos coloca em posição de testemunhas vulneráveis de uma catástrofe, somos levados a refletir sobre o futuro a partir de um olhar retrospectivo do trauma.

 

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Biografia do Autor

Maria da Conceição Coelho Ferreira, Université Lumière Lyon

Maria da Conceição Coelho Ferreira é maîtresse de conférences (professora adjunta) da Université
Lumière Lyon 2 desde 2008. Com um doutorado em Literatura brasileira pela Université Sorbonne
Nouvelle – Paris 3, estudou as crenças religiosas e políticas em Grande Sertão: Veredas, de João
Guimarães Rosa. Sua pesquisa atual relaciona-se à memória da ditadura na literatura brasileira
contemporânea e ao papel exercido pelo direito no resgate dessa memória. Para tal, o enfoque na política
e na religião é essencial para se compreender o papel exercido pela literatura para tal preservação

Ilana Heineberg, Université Bordeaux Montaigne

Ilana Heineberg é maîtresse de conférences (professora adjunta) de literatura e cultura brasileiras na
Université Bordeaux Montaigne desde 2006. Em seu doutoramento na Université de la Sorbonne
Nouvelle – Paris 3 estudou o papel do folhetim na formação do romance brasileiro no século XIX. Mais
recentemente tem trabalhado sobre a circulação e a tradução do romance brasileiro na França e sobre
diversos autores contemporâneos. Questões ligadas à pós-memória, ao exílio e às situações de trânsito e mobilidades estão no centro de seus interesses atuais.

Sandra Assunção, Université Paris Nanterre

Professora Adjunta de Literatura e Cultura Brasileiras no Departamento de estudos lusófonos da
Université Paris Nanterre. Doutora em Estudos Lusófonos pela Université Sorbonne Nouvelle-Paris 3 e
Universidade de São Paulo (cotutela). Possui Graduação em Letras com habilitação em Língua
portuguesa e Língua francesa pela Universidade de São Paulo (2001), Mestrado em Estudos lusófonos
pela Université Sorbonne Nouvelle-Paris 3 (2003). Pesquisadora de literatura brasileira, abordando os
temas literatura e migração; literatura e memória; margem e periferia; poéticas da infância.

Referências

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Publicado em

24 de setembro de 2023

Como Citar

FERREIRA, M. da C. C. .; HEINEBERG, I. .; ASSUNÇÃO, S. . Pensando as narrativas memoriais e pós-memoriais em tempo de vulnerabilidade. Revista Letras Raras, Campina Grande, v. 9, n. 2, p. Port. 10–21 / Eng. 10, 2023. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/1129. Acesso em: 25 nov. 2024.

Seção

Dossiê: Narrativas memoriais e pós-memoriais

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