Memória e Espaço Manauenses na crônica Margens Secas da Cidade (2013), de Milton Hatoum

Autores

Palavras-chave: Espaço, Memória, Manaus, Milton Hatoum

Resumo

DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v9i2.1743

A Amazônia Brasileira, região norte do país, especificamente, a cidade de Manaus, ambientou grande parte da produção literária de Milton Hatoum. Exemplo disso são as obras: Relato de um certo Oriente (1989), Dois Irmãos (2000), Cinzas do Norte (2005) e Um Solitário à espreita (2013), em que percebemos a cidade de Manaus como espaço construído e evocado inúmeras vezes pela tessitura memorialista do autor. Nesse sentido, objetivamos discutir a evolução do espaço citadino em Manaus a partir da relação entre as memórias construídas na infância e a revisitação dos mesmos espaços geradores na vida adulta, partindo de uma análise contrastivo-explicativa do tempo cronológico, inferindo ainda sobre o lugar da memória no processo de reconstrução da cidade. Para tanto, este artigo tem como corpus de análise a crônica Margens Secas da Cidade (2013), integrante da coletânea Um Solitário à espreita. As discussões teóricas partiram de Assmann (2008; 2011), Halbwachs (2006), Bachelard (1993) e Tuan (2012), dentre outros, nos quais ancoramos as reflexões a respeito da memória e do espaço. Intenta-se que as discussões contemplem um olhar sobre a evolução do espaço citadino manauense, entendido pelo narrador como movimento de declínio, através da relação entre o passado e o presente, a partir do retorno aos espaços de felicidade para entender os efeitos da modernidade sobre o homem e sobre a cidade. Palavras-chave: Espaço; Memória; Manaus; Milton Hatoum.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rayron Lennon Costa Sousa, Universidade Federal do Maranhão - UFMA

Professor Assistente da Universidade Federal do Maranhão - UFMA, Campus São Bernardo. Doutorando em Literatura pela Universidade Federal do Piauí - UFPI, Mestre em Teoria Literária pela Universidade Estadual do Maranhão - UEMA. Graduado em Letras - Português/Espanhol e respectivas literatura pela Universidade do Tocantins – UNITINS. Vice-Coordenador do Grupo de Pesquisa em Literatura, Alteridade e Decolonialidade - GPLADe, vinculado à UFMA; Membro do Grupo de Pesquisa em Historiografia, Cânone e Ensino, vinculado à Universidade de Brasília - UnB e Membro do Grupo de Pesquisa em Literatura, Leitura e Ensino, vinculado à Universidade Estadual do Piauí - UESPI

Risoleta Viana de Freitas, Universidade Estadual do Maranhão – UEMA

Professora Substituta da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, Campus Caxias. Doutoranda em
Literatura pela Universidade Federal do Piauí – UFPI. Mestra em Letras pela Universidade Estadual do
Piauí. Especialista em Literatura e Ensino e Graduação em Letras / Português, ambas titulações pela
Universidade Estadual do Maranhão. É integrante do Grupo de Pesquisa Teseu, o labirinto e seu nome
(UFPI) e do Grupo Americanidades: lugar, diferença e violência.

Referências

ASSMANN, Aleida. Canon and Archive. In: ERLL, Astrid; NÜNNING, Ansgar (Ed.). Cultural Memory Studies: Na International and Interdisciplinary Handbook. Berlin: Walter De Gruyter, 2008.

ASSMANN, Aleida. Espaços da recordação: formas e transformações da memória cultural. Tradução por Paulo Soeth. Campinas: UNICAMP, 2011.

BACHELARD, G. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

BENJAMIN, Walter. O narrador. In: Walter Benjamin – Obras escolhidas, vol. 1: Magia e técnica, arte e política. Tradução por Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.

BENJAMIN, Walter. O anjo da história. Tradução por João Barrento. Lisboa: Assírio & Alvim, 2010.

BENJAMIN, Walter. A Obra de arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica (Org. e Prefácio – Márcio Seligmann-Silva), Tradução por Gabriel Valladão Silva, 1ª Edição, Porto Alegre, RS: L&PM, 2013.

BRANDÃO, L. A. Regimes de espacialidade na literatura brasileira contemporânea. In. DALCASTAGNÈ, R. & AZEVEDO, L. Espaços possíveis na literatura brasileira contemporânea. Org. Porto Alegre (RS): Zouk, 2015.

CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano. Tradução por Bras. Ephrain F. Alves e Lúcia Endlich Orth 1. Artes de fazer. 22. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

DALCASTAGNÈ, R.& AZEVEDO, L. Espaços possíveis na literatura brasileira contemporânea. Org. Porto Alegre (RS): Zouk, 2015.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. Tradução por Beatriz Sidou. São Paulo: Ed. Centauro, 2006.

HATOUM, Milton. Um solitário à espreita: crônicas. 1ª ed. São Paulo: Companhia das letras, 2013.

HATOUM, Milton. Relato de um certo Oriente. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

POLLAK, Michael. Memória, Esquecimento, Silêncio. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, 1989. “Memória e identidade social”. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, 1992.

PIATTI, D. E. Tempo e espaço em lavoura arcaica. Revista Online. Uniletras, Ponta Grossa, v. 34, n. 1, p. 113-122, jan./jun. 2012 Disponível em: https://www.revistas2.uepg.br/index.php/uniletras/article/view/3527. Acessado em 10/07/2019.

TUAN, Y. F. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. Tradução por Lívia de Oliveira. São Paulo: Difel, 2012.

WINK, G. Topografias literárias e mapas mentais: a sugestão de espaços geográficos e sociais na literatura. In. DALCASTAGNÈ, R. & AZEVEDO, L. Espaços possíveis na literatura brasileira contemporânea. Org. Porto Alegre (RS): Zouk, 2015.

Downloads

Publicado em

24 de setembro de 2023

Como Citar

SOUSA, R. L. C. .; FREITAS, R. V. de . Memória e Espaço Manauenses na crônica Margens Secas da Cidade (2013), de Milton Hatoum. Revista Letras Raras, Campina Grande, v. 9, n. 2, p. Port. 22–38 / Eng. 21, 2023. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/1130. Acesso em: 4 nov. 2024.

Seção

Dossiê: Narrativas memoriais e pós-memoriais