Escritores e escreventes: uma distinção política

Auteurs

Mots-clés : Escritores, Escreventes, Estrutura

Résumé

DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v8i4.1638

Há algum tempo, temos visto autores negar a separação entre textos literários e textos conceituais. Um dos autores mais relevantes para esse tema é Roland Barthes. No entanto, em um de seus artigos mais famosos, Escritores e escreventes, Barthes parece adotar essa distinção para descrever o trabalho de escrita. Os escritores são aqueles que trabalham a língua ela mesma, enquanto os escreventes estão preocupados apenas com o desenvolvimento de um pensamento. A língua seria, para eles, um mero instrumento de transmissão de ideias. Proporemos, neste artigo, uma outra leitura dessas noções, mais atentas aos papéis sociais que desempenham os escritores e os escreventes do que às diferenças de seus trabalhos linguísticos. É assim que é possível entender a aparição da figura do escritor-escrevente, caracterizada pela exclusão social. A análise dos diferentes estatutos do trabalho com a língua mostra-nos que os questionamentos sobre a escrita estão sempre relacionados a uma reflexão sobre o seu caráter político.

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Biographie de l'auteur

Paulo Procopio Ferraz, Universidade de São Paulo

Doutor em literatura francesa pela Universidade Paris VIII e pós-doutorando pela Universidade de São
Paulo, com apoio da FAPESP. Pesquisa a crítica literária francesa do século XX. Para ele, a crítica
literária é um tipo de texto peculiar.

Références

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Publiée

octobre 8, 2023

Comment citer

FERRAZ, P. P. . Escritores e escreventes: uma distinção política. Revista Letras Raras, Campina Grande, v. 8, n. 4, p. Port. 86–94 / Eng. 84, 2023. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/1390. Acesso em: 22 déc. 2024.

Rubrique

Linguagem, rumor, poder