Descentralizando concepções de letramento: refletindo sobre as noções de meritocracia e privilégios a partir dos estudos da linguagem

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.8215722
Palavras-chave: Modelos de letramento, Meritocracia, Privilégios

Resumo

Este ensaio é uma tentativa de descentralizar epistemologicamente a concepção de letramento a partir da apresentação de uma visão contra-hegemônica deste conceito conectado a duas noções sociais: a de meritocracia e a de privilégios. O objetivo foi produzir uma reflexão que explicite a relação existente entre a superação da magicização da palavra escrita (Freire, 1986) e a ruptura de uma visão fatalista das estruturas sociais. Entre os resultados, destaca-se que a noção de modelo autônomo de letramento se conectaria à noção de meritocracia, e que a noção de modelo ideológico de letramento se conectaria à noção de privilégios. As noções de meritocracia e de privilégios funcionaram aqui como sintomas sociais que, em alguma medida, relacionam-se com as concepções de linguagem que nos perpassam e também como um reflexo de como as ideologias linguísticas que reproduzimos e carregamos representam e orientam a forma como nos relacionamos em nossas práticas sociais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bianca Alencar Vellasco, niversidade Federal de Goiás

Doutoranda em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Mestra em Estudos de Língua e Interculturalidade pela Universidade Estadual de Goiás (2019). Licenciada em Letras -Português/Inglês e suas respectivas Literaturas (2016), com especialização em Linguagens e Educação Escolar (2018), ambas pela Universidade Estadual de Goiás. Tem experiência na área de Letras e Linguística,

Referências

ALLEN, A. Michael Young's The rise of the meritocracy: A philosophical critique. British Journal of Educational Studies, v. 59, n. 4, p. 367-382, 2011.

BARTON, D.; HAMILTON, M. Literacy practices. In: BARTON, D.; HAMILTON, M.; IVANIC, R (Eds.). Situated literacies: reading and writing in context. London: Routledge, 2000.

COULMAS, F. Escrita e sociedade. São Paulo: Parábola, 2014.

FILHO, M. A. A meritocracia é um mito que alimenta as desigualdades, diz Sidney Chalhoub. Jornal da Unicamp. 2017. Disponível em: [https://www.unicamp.br/unicamp/ju/noticias/2017/06/07/meritocracia-e-um-mito-que-alimenta-desigualdades-diz-sidney-chalhoub]. Acesso em: 06 jun. 2022

FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. Volume 22. São Paulo: Cortez Editora, 2017.

KLEIMAN, A. Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 1995.

LOPES, A. C.; FACINA, A; SILVA, D. N. (Orgs.). Nó em pingo d'água: sobrevivência, cultura e linguagem. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2019.

MCINTOSH, P. White privilege: Unpacking the invisible knapsack. Peace and Freedom, July/August, 1989.

PENNYCOOK, A. Language and Mobility: Unexpected places. Bristol: Multilingual Matters, 2012.

ROTHMAN, J. The Origins of “Privilege”. Page Turner: The New Yorker. 2014. Disponível em: [https://www.newyorker.com/books/page-turner/the-origins-of-privilege]. Acesso em: 06 mar. 2022

SPIVAK, G. C. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

STREET, B. V. Literacy in theory and practice. New York: Cambridge University Press, 1984.

Downloads

Publicado em

27 de julho de 2022

Como Citar

VELLASCO, B. A. . Descentralizando concepções de letramento: refletindo sobre as noções de meritocracia e privilégios a partir dos estudos da linguagem. Revista Letras Raras, Campina Grande, v. 11, n. 2, p. 286–295, 2022. DOI: 10.5281/zenodo.8215722. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/947. Acesso em: 21 nov. 2024.

Seção

Ensaios