A leitura de narrativas sobre a ditadura na recepção de leitores juvenis
Resumo
DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v7i3.1212
Na perspectiva da recepção, pode-se afirmar que toda obra dirige-se a um público que ela mesma prefigura em sua estrutura. Não raro, o leitor depara-se com romances e contos que o remetem à rememoração do passado, defrontando-o com períodos históricos conflituosos, como o regime militar, vigente no Brasil durante mais de duas décadas. Textos com essa temática normalmente têm seu discurso direcionado ao público adulto, porém, este não é o caso de Felizes poucos: onze contos e um curinga, de Maria José Silveira, que recria em seu universo a experiência da ditadura militar de 1964, a partir dos dramas vividos naqueles tempos sombrios por personagens jovens. O objetivo deste trabalho é fazer o relato de um trabalho de mediação de leitura, realizada com alunos de ensino médio de uma escola pública do interior do Rio Grande do Sul, com vistas a avaliar a recepção da obra, a partir das estratégias ficcionais que configuram a realidade ditatorial. Para tanto, a análise fundamenta-se na teoria recepcional de Iser (1999) e em estudos realizados por Petit (2008, 2009), Colomer (2007), Zilberman (2003) e Lajolo (2001), voltados à leitura.
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Referências
COLOMER, Teresa. Andar entre livros: a leitura literária na escola. Tradução de Laura Sandroni. São Paulo: Global, 2007.
ISER, Wolfgang. O ato da leitura: uma teoria do efeito estético. Tradução de Johannes Kretschmer. Vol. 2. São Paulo: Editora 34, 1999, p. 95-198.
LAJOLO, Marisa. Literatura: leitores e leitura. São Paulo: Moderna, 2001.
PETIT, Michèle. A arte de ler ou como resistir à adversidade. Tradução de Arthur Bueno e Camila Boldrini. São Paulo: editora 34, 2009.
PETIT, Michèle. Os jovens e a leitura: uma nova perspectiva. Tradução de Celina Olga de Souza. São Paulo: Ed. 34, 2008.
SILVEIRA, Maria José. Felizes poucos: onze contos e um Curinga. São Paulo, ZLF, 2016.
ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. 11. ed. São Paulo: Global, 2003.
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