A violência de gênero em Olhos D’água, de Conceição Evaristo
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.10273660Resumo
O Brasil constituiu-se como nação por meio de um processo violento de dominação do Outro — o povo indígena, o negro escravizado, a mulher. Assim, as mulheres, em geral, ao longo da história, sempre sofreram com distintos tipos de violência por conta da dominação masculina, na sociedade patriarcal brasileira, desde o início da colonização. Em especial, a mulher negra escravizada sofreu todo tipo de violação. Esse passado deita raízes na atualidade, de modo que nossa sociedade é marcadamente violenta, embora essa violência seja naturalizada e, até, negada. A violência estrutural impede que diferentes classes sociais e grupos étnicos tenham voz e alcancem melhores patamares de qualidade de vida. Essa questão é abordada pela literatura, que, pela ficcionalidade, a expõe e problematiza. Nessa perspectiva, este artigo tem como objetivo analisar retrato da violência de gênero em contos da obra Olhos d’Água, de Conceição Evaristo, visto que a autora tematiza a mulher negra em suas produções literárias, buscando dar visibilidade a esses sujeitos na sociedade contemporânea.
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