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https://doi.org/10.5281/zenodo.10436527Abstract
No Brasil, o ensino de espanhol remonta a mais de cem anos de movimentos de rupturas e permanências (BAPTISTA, et al 2023), o que aponta para momentos de institucionalização da língua no currículo escolar, mas também de tentativas de ofuscamento em função de diferentes políticas linguísticas que vigoraram ao longo das décadas. Com a revogação da lei n.11.161/2005 e, consequentemente, com a proposta do novo Ensino Médio que oficializa o inglês como única língua de oferta obrigatória nas instituições de ensino, especialistas da área de espanhol (SILVA JÚNIOR, 2020) têm apontado para o esvaziamento das licenciaturas como uma das consequências da retirada dessa língua neolatina do status de componente obrigatório do currículo regular. Após a sanção da Lei n. 13.415/2017, que reformou o Ensino Médio, vivenciamos o início da pandemia de COVID-19, a qual trouxe sérias implicações para a educação brasileira. Para este artigo, filiado teórico-metodologicamente à Linguística Aplicada, de natureza básica com abordagem quali-quantitava, coletamos e analisamos, como corpus, o quantitativo de alunos ingressantes, de evasão e de egressos vinculados ao curso de Letras – Espanhol, da Universidade Federal da Paraíba, na modalidade EaD, entre o período 2017 a 2022. As análises apresentam um pico de evasões durante o recorte temporal estabelecido. No entanto, possivelmente, sob o prisma de análise deste estudo, este fenômeno não tem relação direta com a revogação da lei n. 11.161/2005, mas com a ausência de uma política pública de mitigação dos efeitos da pandemia no que diz respeito à permanência de estudantes no ensino superior.
Palavras-chave: Letras/Espanhol; Educação a Distância; Pandemia; Lei n. 11.161/2005.
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