Sobre a legitimação de uma norma padrão da língua portuguesa no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.8219522
Palavras-chave: Gramática Normativa, Nomenclatura Gramática Brasileira, Acordo Ortográfico

Resumo

Este artigo discute o papel da gramática normativa, da Nomenclatura Gramatical Brasileira e dos acordos ortográficos no processo de legitimação de uma norma linguística padrão no Brasil. Argumentamos que o Estado também é um agente legitimador de uma norma padrão da língua, quando estabelece a Nomenclatura Gramatical Brasileira e acordos ortográficos, que são veiculados e explicitados pelas gramáticas normativas, que, por sua vez, também prescrevem normas de emprego da língua. Para demonstrar como esse processo de legitimação de uma norma linguística ocorre via Estado, abordamos cada uma dessas formas de instanciação acima mencionadas. Assim, este trabalho tem como objetivos a) demonstrar que o Estado brasileiro é um agente legitimador da norma padrão da língua portuguesa no Brasil e b) discutir o papel dos instrumentos de veiculação da norma padrão da língua portuguesa no Brasil. Metodologicamente, este é um trabalho bibliográfico de caráter qualitativo. A pesquisa
bibliográfica implica a análise ou a resolução de um problema, recorrendo a referenciais teóricos. Concluímos que o Estado é um agente legitimador de uma norma padrão para a língua portuguesa no Brasil, quando estabelece regras ortográficas e uma nomenclatura gramatical, que são explicitadas pelas gramáticas normativas, que, por sua vez, também prescrevem regras de emprego da língua.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Margarete Von Muhlen Poll, Universidade Federal da Paraíba

Doutora em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG e Professora Associada do Departamento de Língua Portuguesa e Linguística da Universidade Federal da Paraíba-
UFPB. Líder do grupo de pesquisa: Historiografia da Língua Portuguesa no Brasil e Vice-líder do grupo de pesquisa: Educação Ambiental e Formação de Professores - EAFP.

Alexandre Macedo Pereira, Universidade Federal da Paraíba

Doutor em Educação Pela Universidade Federal de Rio Grande- FURG. Professor Adjunto do Departamento de Habilitações Pedagógicas da Universidade Federal da Paraíba – UFPB e Vice-líder do grupo de pesquisa: Historiografia da Língua Portuguesa no Brasil. Líder do grupo de pesquisa: Educação Ambiental e Formação de Professores – EAFP. Vice-Coordenador do Curso de Pedagogia EAD.

Referências

AGUSTINI, Carmen L. H. A estilística do discurso da gramática. Campinas, SP: Pontes, São Paulo: Fapesp, 2004.

ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática metódica da língua portuguesa. 40. ed. São Paulo: Saraiva, 1995.

ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. 165 p. (Estratégias de ensino; 5).

BALDINI, Lauro. A NGB e a autoria no discurso gramatical. In: Línguas e instrumentos linguísticos. Universidade Estadual de Campinas: Editora Pontes, 1998. p. 97-107.

BARROS, Diana Luz Pessoa de. O discurso da norma na gramática de Fernão de Oliveira. In: Línguas e Instrumentos Linguísticos. Universidade Estadual de Campinas: Campinas, SP: Editora Pontes, 2001. p. 7-21.

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. rev. e ampl. 14. reimpr. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.

BOURDIEU, Pierre e PASSERON, Jean-Claude. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. 5. ed. Petrópolis, RJ. Vozes, 2012.

BRASIL. Nomenclatura Gramatical Brasileira. Portaria publicada no Diário do Governo, I. série, de 28 de janeiro, 1959. Disponível em: https://docs.ufpr.br/~borges/publicacoes/notaveis/NGB.pdf. Acesso em 29 de mai. de 2022.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília: MEC/CEF, 1988. Disponível em http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/portugues.pdf: Acesso em 29 de mai. de 2022.

BRASIL. Decreto No 6.583, de 29 de setembro de 2008. Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6583.htm. Acesso em 21 de fev. de 2021.

CASTILHO, Ataliba Teixeira de. A língua falada no ensino de português. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2000. 158 p.

CAVALIERE, R. Fonologia e morfologia na gramática científica brasileira. NITERÓI, RJ: EDUFF, 2000.

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 46. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005.

CUNHA, Celso; CINTRA, Luis Felipe Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

FARACO, Carlos Alberto. Norma-padrão brasileira: desembaraçando alguns de nós. In: BAGNO, Marcos (org.). Linguística da norma. São Paulo: Edições Loyola, 2002. p. 37-61.

FLORES, Valdir do Nascimento, et al. O normativo e o não-normativo na gramática tradicional brasileira. In: GIERING, Maria Eduarda; TEIXEIRA, Marlene (Orgs.). Investigando a linguagem em uso: estudos em Linguística Aplicada. São Leopoldo, RS: Editora Unisinos, 2004. p. 106-130.

LIMA, Rosângela Borges. Estudo da norma escrita brasileira presente em textos jornalísticos e técnico-científicos. 2003. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) – Faculdade de Letras, UFMG, Belo Horizonte, 2003.

LUFT, Celso Pedro. Moderna gramática brasileira. 2. ed. rev. e at. São Paulo: Globo, 2002.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da metodologia científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2020.

MENDONÇA, Márcia. Análise linguística no ensino médio: um novo olhar, um outro objeto. In: MENDONÇA, Márcia (orgs.). Português no ensino médio e formação do professor. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. p. 197-226. (Estratégias de ensino; 2).

PAIVA, Vera Lúcia Menezes de Oliveira e. Manual de pesquisa em estudos linguísticos. 1. Ed. São Paulo: Parábola, 2019.

PINTO, Edith Pimentel. O português popular escrito. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2001. (Repensando a língua portuguesa).

POLL, Margarete von Mühlen. Ensino de língua portuguesa: relações entre o saber científico e a prática social da linguagem. Universidade Federal de Minas Gerais. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Letras. 2008. 287 f.

RAJAGOPALAN, kanavillil. Por uma linguística crítica: linguagem, identidade e a questão ética. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. (Linguagem 4). https://docs.ufpr.br/~borges/publicacoes/notaveis/NGB.pdf. Acesso em 29 de mai. de 2022.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília: MEC/CEF, 1988. Disponível em http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/portugues.pdf: Acesso em 29 de mai. de 2022.

BRASIL. Decreto No 6.583, de 29 de setembro de 2008. Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6583.htm. Acesso em 21 de fev. de 2021.

CASTILHO, Ataliba Teixeira de. A língua falada no ensino de português. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2000. 158 p.

CAVALIERE, R. Fonologia e morfologia na gramática científica brasileira. NITERÓI, RJ: EDUFF, 2000.

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 46. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005.

CUNHA, Celso; CINTRA, Luis Felipe Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

FARACO, Carlos Alberto. Norma-padrão brasileira: desembaraçando alguns de nós. In: BAGNO, Marcos (org.). Linguística da norma. São Paulo: Edições Loyola, 2002. p. 37-61.

FLORES, Valdir do Nascimento, et al. O normativo e o não-normativo na gramática tradicional brasileira. In: GIERING, Maria Eduarda; TEIXEIRA, Marlene (Orgs.). Investigando a linguagem em uso: estudos em Linguística Aplicada. São Leopoldo, RS: Editora Unisinos, 2004. p. 106-130.

LIMA, Rosângela Borges. Estudo da norma escrita brasileira presente em textos jornalísticos e técnico-científicos. 2003. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) – Faculdade de Letras, UFMG, Belo Horizonte, 2003.

LUFT, Celso Pedro. Moderna gramática brasileira. 2. ed. rev. e at. São Paulo: Globo, 2002.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da metodologia científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2020.

MENDONÇA, Márcia. Análise linguística no ensino médio: um novo olhar, um outro objeto. In: MENDONÇA, Márcia (orgs.). Português no ensino médio e formação do professor. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. p. 197-226. (Estratégias de ensino; 2).

PAIVA, Vera Lúcia Menezes de Oliveira e. Manual de pesquisa em estudos linguísticos. 1. Ed. São Paulo: Parábola, 2019.

PINTO, Edith Pimentel. O português popular escrito. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2001. (Repensando a língua portuguesa).

POLL, Margarete von Mühlen. Ensino de língua portuguesa: relações entre o saber científico e a prática social da linguagem. Universidade Federal de Minas Gerais. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Letras. 2008. 287 f.

RAJAGOPALAN, kanavillil. Por uma linguística crítica: linguagem, identidade e a questão ética. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. (Linguagem 4).

Downloads

Publicado em

27 de julho de 2022

Como Citar

POLL, M. V. M. .; PEREIRA, A. M. . Sobre a legitimação de uma norma padrão da língua portuguesa no Brasil. Revista Letras Raras, Campina Grande, v. 11, n. 2, p. 215–234, 2022. DOI: 10.5281/zenodo.8219522. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/940. Acesso em: 21 maio. 2024.

Seção

Artigos de temas livres