Colonialidades epistemológicas: docências eurocêntricas do português em escolas miscigenadas

Autores

  • Eduardo Oliveira Henriques de Araújo Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.7909702
Palavras-chave: Ensino de Língua Portuguesa, Formação de Professores, Saberes Subalternos, Epistemicídio, Linguística Aplicada

Resumo

Doravante o ano 2000, ganharam expressiva volumetria pesquisas que advogam uma nova biografia à língua portuguesa, de modo a amplificar os focos da narrativa constitutiva dessa língua, com o desígnio de desvelar a pluralidade de sua cadeia genética. Nesse sentido, conforme se nitidifica a miscigenação do DNA do português, demanda-se, paralelamente, situar o seu prisma identitário nos cursos de formação docente, a fim de que o paradigma eurocêntrico da língua, que a apregoa sob uma tradição latina, europeia, judaico-cristã e caucasiano-branca, seja deslocado dos positivos campos das verdades únicas para ganhar assento nas decolonialidades epistemológicas. Para tanto, o presente artigo arvorará uma perscrutação sobre as relações de poder na sintaxe étnico-racial da língua portuguesa, culminando-se desse engenho a perquirição da relativização valorativa que engendra o status quo das matrizes culturais que corporificam as práticas de ensinança dadas ao protagonismo nas licenciaturas e, por conseguinte, nas escolas básicas de todo o país. Logo, com base nos estudos de Sousa Santos (1995, 2010, 2018) acerca do epistemicídio dos saberes não eurocêntricos, no debate sobre racismo linguístico promovido por Nascimento (2019), e no retorno à infância do português com Bagno (2016), aventar-se-á discutir a cultura professoral escolar, a partir do seu germinal acadêmico-científico e dos reflexos dessa gênese no exercício pedagógico tanto de reprodução dos cativeiros epistemológicos do eurocentrismo cultural, quanto de resistência e chancela dos saberes subalternizados e das decolonialidades culturais no ensino da língua portuguesa. Consoante tal empreendimento, almeja-se lograr uma realidade linguístico-educacional adversa às violências silenciadoras da diversidade e das diferenças étnico-culturais dos brasileiros e de sua(s) língua(s).

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Biografia do Autor

Eduardo Oliveira Henriques de Araújo, Universidade Federal de Pernambuco

Professor de Língua Portuguesa do Departamento de Letras da Universidade Federal de Pernambuco - DL/UFPE. Doutor em Letras-Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Letras/Linguística da Universidade Federal de Pernambuco (PPGL-UFPE). Mestre (2016) em Letras-Linguística pelo Pós-Graduação em Letras/Linguística da Universidade Federal de Pernambuco (PPGL-UFPE). Graduado (2014) em Licenciatura em Letras/Português pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Referências

HENRIQUES DE ARAÚJO, Eduardo Oliveira. Colonialidades epistemológicas: docências eurocêntricas do português em escolas miscigenadas. Revista Letras Raras, Campina Grande, v. 12, n. 1, p. 48-63, abr. 2023.

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Publicado em

29 de abril de 2023 — Atualizado em 29 de abril de 2023

Versões

Como Citar

DE ARAÚJO, E. O. H. Colonialidades epistemológicas: docências eurocêntricas do português em escolas miscigenadas. Revista Letras Raras, Campina Grande, v. 12, n. 1, p. 48–63, 2023. DOI: 10.5281/zenodo.7909702. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/420. Acesso em: 3 jul. 2024.

Seção

Artigos