A afirmação identitária nas obras Metade Cara, Metade Máscara, de Eliane Potiguara, e Iracema, de José de Alencar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.8415254
Palavras-chave: Identidade, Literatura indígena, Resistência, Metade Cara, Metade Máscara, Iracema

Resumo

O presente estudo tem por objetivo refletir sobre a afirmação identitária indígena presente nas obras Metade Cara, Metade Máscara, de Eliane Potiguara e Iracema, de José de Alencar, de modo a estabelecer um diálogo comparativo entre as narrativas propostas. O romance Metade Cara, Metade Máscara (2004) nos possibilita realizar reflexões sobre identidade indígena, uma vez que, a autora traz no enredo da obra aspectos referentes aos povos Potiguaras, tais como: suas tradições, vivências, representações culturais e influências dos seus ancestrais. Em Iracema (1865), o autor aponta questões da nacionalidade brasileira a partir da colonização do país. Alencar entre outros escritores do século XIX, buscavam definir a identidade nacional com suas produções literárias inspiradas na representação indígena. A obra narra a história de duas etnias: os povos Tabajaras e Pitiguaras que entram em conflito por causa do relacionamento da protagonista indígena Iracema com o colonizador português Martim. O autor enfatiza as características da paisagem brasileira assemelhada a personagem feminina que supera a beleza exótica da natureza. O estudo estar respaldado e fundamentado nos estudos de teóricos como: Zigmund Balman (2005), Eliane Potiguara (2004), Stuart Hall (2003), Homi Bhabha (2005), Daniel Munduruku (2018) e Graça Graúna (2013), entre outros.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Naiara Sales Araújo, Universidade Federal do Maranhão

Doutora em Literatura Comparada pela Universidade Metropolitana de Londres e Docente do Mestrado
Acadêmico em Letras da Universidade Federal do Maranhão.

Eveline Gonçalves Dias, Universidade Federal do Maranhão

Mestranda em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Letras de Bacabal - PPGLB, da Universidade
Federal do Maranhão – UFMA.

Referências

ALENCAR, José Martiniano de. Iracema. São Paulo: Ática, 1865.

BAUMAN, Zygmunt. Identidade. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

BHABHA, H. O local da cultura. Belo horizonte: UFMG, 2005.

BOSI, Alfredo, 1936. Literatura e resistência – São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

CARVALHAL, Tania Franco, 2010 - Literatura Comparada. 4. ed. ver. e ampliada – São Paulo: Ática, 2006.

COSME, Leonel. As impossíveis renúncias de Agostinho Neto e Eliane Potiguara. Revista ECOS, v. 11, n. 2, 2015.

GRAÚNA, Graça. Contrapontos da literatura indígena contemporânea do Brasil. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2013.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad.: Tomaz Tadeu da Silva, Guacira Lopes Louro. 7 ed. Rio de Janeiro: DP & A, 2003.

MUNDURUKU, Daniel. Tembetá. Rio de Janeiro: Beco do Azougue Editorial Ltda., 2018.

MUNDURUKU, Daniel. Mundurukando. São Paulo: Ed. do Autor, 2010.

MUNDURUKU, Daniel. O caráter educativo do movimento indígena brasileiro (1970-1990). São Paulo: Paulinas, 2012.

OLIVIERI-GODET, Rita. Graça Graúna: a poesia como estratégia de sobrevivência. Revista Interfaces Brasil-Canadá. Florianópolis/Pelotas/ São Paulo, v. 17, n. 3, 2017.

POTIGUARA, Eliane. Metade Cara, Metade, Máscara. São Paulo: Global, 2004.

WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, Tomas Tadeu da; HALL, Stuart; WOODWARD, Kathryn (orgs.), Identidade e diferença. A perspectiva dos estudos culturais (pp. 7-72). (Trad. Tomaz Tadeu da Silva). Petrópolis: Vozes, 2000.

Downloads

Publicado em

29 de dezembro de 2021

Como Citar

ARAÚJO, N. S.; DIAS, E. G. A afirmação identitária nas obras Metade Cara, Metade Máscara, de Eliane Potiguara, e Iracema, de José de Alencar. Revista Letras Raras, Campina Grande, v. 10, n. 4, p. 119–136, 2021. DOI: 10.5281/zenodo.8415254. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/1341. Acesso em: 22 jul. 2024.

Seção

Artigos de temas livres