Terra arrasada: a estética do esvaziamento no “complexo internético” neoliberal
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.17808990Palavras-chave:
terra arrasada, capitalismo tardio, degradação da experiênciaResumo
A obra Terra arrasada: além da era digital, rumo a um mundo pós-capitalista, de Jonathan Crary (2023), critica a era digital e o neoliberalismo, argumentando que a sobrevivência da vida na Terra depende da desconexão do "complexo internético" e da construção de novos modos de convivência coletiva. O autor denuncia as consequências da hiperconectividade, como o isolamento social, a degradação da memória e a manipulação ideológica, resultando em uma sociedade narcísica e apática. Nesse sentido, esta resenha tece paralelos com teóricos como Walter Benjamin (1980, 1985), destacando o empobrecimento da experiência e a perda da construção coletiva do conhecimento. Ademais, a digitalização, segundo Crary (2023), intensifica a fragmentação social e impede a emancipação política, além de acelerar o consumo e a devastação ambiental. O capitalismo digital, na visão do autor, age como um mecanismo de homogeneização cultural e exploração, disfarçado pela promessa de democratização do saber. Por fim, Crary (2023) defende a urgente necessidade de abandonar as estruturas neoliberais e digitais, propondo a reconstrução da sociabilidade e da relação com a natureza fora do ambiente virtual, como via de resistência à alienação promovida pelo capitalismo tardio.
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Referências
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