Narrativas indígenas Potiguara: literatura oral, seres encantados, história e tradição
DOI :
https://doi.org/10.5281/zenodo.14579689Résumé
A arte de narrar, contar histórias fabulosas e de grandes feitos, descrever entes sobrenaturais e suas ações, são tarefas inerentes aos sujeitos nas diversas sociedades e desde os tempos remotos até a atualidade. Os povos indígenas, assim também os Potiguara, por meio dos anciãos, utilizam a contação de histórias para comunicar sua cultura, sua identidade e suas tradições. Contudo, são poucos os trabalhos publicados reunindo a diversidade das narrativas compartilhadas através da oralidade. Nesse contexto, este trabalho busca analisar as narrativas do Pai do Mangue e das Bruxas Potiguara presentes no imaginário coletivo do povo Potiguara, localizado no Litoral Norte paraibano, a fim de compartilhar narrativas da tradição oral que permeiam o cotidiano indígena dessa região. Autores como Cascudo (2007), Munduruku (2009), Le Goff (1990), Cardoso e Guimarães (2012), Benjamin (1994), entre outros, fundamentaram esta pesquisa. Sob o ponto de vista metodológico, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, a partir do livro É história viva, num é história morta: narrativas do Litoral Norte, de Barbosa et al (2020). Os relatos foram analisados sob três perspectivas: tradição oral, memória e identidade. Esta análise identificou a presença de estruturas, bem como temas, que circulam outros mitos e outras histórias da tradição oral portuguesa manifestadas nos relatos analisados na pesquisa.
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