“O mistério de Marie Rogêt”, de Edgar Allan Poe: a linguagem e a representação da mulher
Résumé
DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v2i2.191
O conto O Mistério de Marie Rogêt, de Edgar Allan Poe, publicado em 1849, é o segundo conto de detetive do escritor norte-americano. Assim como os demais contos do gênero escritos por Poe, conta a história de um crime cometido contra uma mulher; além disso, o crime cometido é um assassinato,
semelhante ao que ocorre no primeiro conto de detetive escrito por Poe, Assassinatos na Rua Morgue. Apesar dessas semelhanças, há algumas peculiaridades interessantes no tratamento narrativo da vítima em O Mistério de Marie Rogêt. A principal delas é ligada à linguagem empregada para descrever seu cadáver e outros particulares relacionados ao crime. Tal linguagem tende a uma espetacularização do cadáver e da morte de Marie Rogêt. É interessante também observar as diferenças entre a linguagem empregada no conto e aquela dos jornais publicados na época — uma vez que o conto foi escrito inspirado no caso real do assassinato de uma jovem nova-iorquina, Mary Rogers. Por meio do estudo da linguagem, busca-se evidenciar os recursos por meio dos quais se cria tal espetacularização e qual o seu efeito na criação de sentido do conto.
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