As convergências midiáticas em Wandavision: revisionismo e contaminação do gênero
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.10439133Resumo
Trata-se da análise das relações de convergência de mídias na minissérie WandaVision (2021) em suas contaminações midiáticas. Após construir um universo compartilhado, a Marvel parece entrar no que Brogan Morris (2021) chama de “fim dos filmes de super-heróis” e “tendência revisionista”, em que após sua exaustão, o gênero passa a explorar novas possibilidades, levando à maturação e revisionismo deste. Dentre as novas abordagens, percebemos em WandaVision, desdobramento do Universo Cinematográfico Marvel para o streaming, a contaminação desta pela tese sobre o conto proposta por Ricardo Piglia (2004), que estabelece que o conto conta duas histórias – uma em relato simples, e uma que consiste “num relato secreto, narrado de modo elíptico e fragmentário” (2004, p.90). Porém, apesar de se estruturar segundo as definições de Piglia, a minissérie rompe com outras convenções sobre o conto, como a de que o conto deve ser lido “de uma só assentada” (POE, s/d, p. 135), pois WandaVision teve episódios lançados semanalmente, impedindo os telespectadores de “maratonar” a temporada e levando-os a indagar e interagir sobre pistas deixadas nos episódios sobre o que realmente acontecia na história, ampliando o que Jenkins (2013) chama de “cultura participativa”. Também por estas rupturas, encaramos a minissérie como um exemplo de “contaminação”, tal como Baetens (2018) propõe ao estudar a romancização, não em um sentido “danoso”, mas de inovação – contaminado, mas não transformado ou remediado, nos termos de Rajewski (2005). Destarte, buscamos ilustrar o funcionamento das estruturas do conto como forma de contar “uma outra história” ao longo da série.
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