Referências intermidiáticas em Ponciá Vicêncio e Um defeito de cor
Résumé
DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v9i3.1864
Á luz dos conceitos de “referência”, propostos por Irina Rajewsky, e de “écfrase”, na conceituação de Claus Clüver, o texto analisa as referências intermidiáticas em dois romances brasileiros, Ponciá Vicêncio (2003), de Conceição Evaristo, e Um defeito de cor (2017), de Ana Maria Gonçalves. Em ambos os romances se destaca o tema da liberdade e da memória cultural dos povos de cor em sua relação com a as artes visuais: a arte do barro, explorada em Ponciá Vicêncio e a criação de máscaras africanas (gélédes), em Um defeito de cor. No decorrer de sua experiência, duas jovens negras, protagonistas dos dois romances, em sua própria prática ou no encontro com a obra de um artista africano, acabam por encontrar na arte um veículo para a preservação da história de seu povo. Nesse contexto, a narrativa finalmente conduz a considerações não só sobre a influência da arte africana na criação contemporânea como também sobre a possibilidade de sua continuidade na produção de artistas brasileiros em nossos dias.
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