Entre o concreto e o invisível: o espaço da casa na narrativa de Natalia Ginzburg
DOI :
https://doi.org/10.5281/zenodo.7909536Résumé
Em ensaio intitulado Il figlio dell’uomo publicado primeiramente no jornal Unità em 1946, Natalia Ginzburg afirma que a sua geração está perto da substância das coisas. Esta frase poderia ensejar todos os seus escritos. A narrativa de Ginzburg é extremamente ligada ao concreto, ao palpável, ao cotidiano. Sua escrita segue o ritmo de uma respiração, sem contornos rebuscados, períodos cadentes ou lirismo açucarado. Ainda assim, camuflado nessa naturalidade, parece esconder-se uma certa profundidade do discurso, que ultrapassa as barreiras do visível, da superfície. Talvez não exatamente camuflado ou escondido, mas resultado de um ritmo de escrita e de escolhas precisas. Pensando nessa substância das coisas, esta pesquisa pretende analisar o símbolo mais evidente nos textos de Natalia Ginzburg: a casa. O objetivo deste estudo é analisar o espaço narrativo e temático da casa em três romances da escritora, La strada che va in città, Lessico Famigliare e La città e la casa, tentando buscar entender a importância desse espaço na construção de sua narrativa e em que medida a forma como ela apresenta a casa pode mostrar/esconder a profundidade de seu discurso. Para isso, serão de extrema importância os estudos de Antonio Dimas (1987), Gaston Bachelard (2000) e Luis Alberto Brandão (2013) sobre o espaço narrativo.
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Références
SATIN, Ionara. Entre o concreto e o invisível: o espaço da casa na narrativa de Natalia Ginzburg. Revista Letras Raras, v. 12, n. 1, p. 117-139, abr. 2023.
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