Por uma política linguística nos serviços de saúde: um estudo sociolinguístico do Hospital Regional de Malanje (Angola)

Authors

Keywords: Políticas linguísticas, (In)exclusão, Hospital, Angola

Abstract

The article seeks to reflect on hospital language policies in Angola based on a bias of public policies that can be
seen as promoting the (in) exclusion of national language speakers who, when resorting to health services, feel
marginalized or stigmatized. being forced to speak Portuguese because it is the official language. Most doctors have
no command of native languages. As a methodology, we interviewed five elderly people who do not speak
Portuguese and were treated at the hospital service of Malanje. From the interviews it is concluded that Angolan
public policies in the hospital field do not pay attention to patients who do not speak Portuguese, an attitude that
excludes besides rendering poor service to these citizens. Several official documents from the Ministry of Health and
Government do not discuss the role of language in health care and services. This situation promotes exclusion and
denounces the need to include interpreters or translators for full communication. Little or nothing sign language is
considered in hospital care, which is serious if “all are equal before the Constitution and the law” (Republic Of
Angola, 2010). The inclusion of interpreters and / or translators in local languages would reserve the right of the
citizen to express himself freely in the language that best masters what would favor dialogue oriented health care
practices.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Ezequiel Pedro José Bernardo, Instituto Superior de Ciências da Educação/ISCEDCabinda/Angola

Mestrado em Sociolinguística, docente assistente do Instituto Superior de Ciências da Educação/ISCEDCabinda/Angola. Chefe de Repartição de Ensino e Investigação em Língua Portuguesa.

Alexandre António Timbane, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho-UNESP

Pós-Doutor em Estudos Ortográficos pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho-UNESP (2015), Pós-Doutor em Linguística Forense pela Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC (2014), Doutor em Linguística e Língua Portuguesa (2013) pela UNESP, Mestre em Linguística e Literatura moçambicana (2009) pela Universidade Eduardo Mondlane – Moçambique (UEM). É Licenciado e Bacharel em Ensino de Francês como Língua Estrangeira (2005) pela Universidade Pedagógica Moçambique (UP). Professor da UNILAB (Campus dos Malês, BA), membro do Grupo de Pesquisa. África-Brasil: produção de conhecimento, sociedade civil, desenvolvimento e cidadania global.

References

Angola (2010). Constituição da República. Luanda: Assembleia Nacional.

Angola (2019). Deputado Makuta Nkondo recebido em audiência pelo vice-presidente. Governo de Angola. Disponível em: . Acesso em: 30 jul.2019.

Angola (2014). Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos. Carta africana do direito humanos e dos povos e carta africana sobre os direitos e bem estar da criança. Luanda, Editora: Gráfica Artes.

Bagno, M.(2015). Preconceito linguístico. São Paulo: Parábola.

Bernardo, E. P. J. (2017). Norma e variação linguística: implicações no ensino da língua portuguesa em Angola. In: Timbane, A. A. & Balsalobre, S. R. G.(Org.) África em Língua Portuguesa: variação no português africano e expressões literárias. Lisboa: AULP. p.37-52.

Carvalho, E. R. S. F & Paula, M. A. B.(2012). As Relações Interpessoais do Médico Frente aos Seus “Stakeholders”. Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades. Rio de Janeiro: ANINTER-SH/PPGSD-UFF.

Chaveiro, N.; Barbosa, M. A.; Porto, C. C. (2008). Revisão da Literatura sobre o Atendimento ao paciente surdo pelos profissionais de saúde. Revista da Escola de Enfermagem de USP. São Paulo, v. 42, nº 3, p. 578-583.

Faraco, C. A. (2004). Norma-padrão brasileira: desembaraçando alguns nós. In: Bagno, M. (Org.). Linguística da norma. 2.ed. São Paulo: Loyola, p.37-47.

Instituto de Geodesia e Cartografia De Angola.(2002). Carte ethnolinguistique de l’Angola.

Instituto Nacional de Estatística.(2016). Resultados Definitivos do Recenseamento Geral da População e Habitação de Angola, 2014. Luanda: INE.

Jesus, R. B. de. (2013). A interpretação médica para surdos: a atuação de intérpretes de Libras/Português em contextos da saúde. 61p.(Trabalho de Conclusão de Curso). Graduação Bacharelado em Letras Libras. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis.

Kamwendo, G. H.(2004). Language policy in health services: a sociolinguistic study of a Malawian Referral Hospital, Helsinki, Unioninkatu (Dissertação de Doutoramento), 282p. Faculty of Arts of the University of Helsinki, Helsinki.

Maciel, C. E. (2009). Discurso de inclusão e política educacional: uma palavra, diferentes sentidos. Campo Grande, InterMeio: Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação, vol.15, nº30, p.32-54, jul./dez.

Ministério da Saúde Angola. (1992). Lei de Bases do Sistema Nacional de Saúde nº 21-b/92, de 28 de agosto. Disponível em: . Acesso em: 11 ago.2019.

Ministério da Saúde (2010). Estado procura reafirmar a saúde como um direito de todos os angolanos. Disponível em: http://www.ordemfarmaceuticosangola.org/PDF/Politica%20Nacional%20de%20Saude%20Angola.pdf Acessado em: 20 de Fevereiro 2018.

Ministério da Saúde. (2016). Regulamento sanitário da República Popular de Angola, Luanda MISAU. Disponível em: https://www.bio.org/sites/default/files/26_9h_Pre-Conference%20Roundtable_Angola.pdf Acessado em: 20 de Fevereiro 2018.

Mudiambo, Q. (2013). Da lexicologia e lexicografia de aprendizagem ao ensino da língua portuguesa no II Ciclo do Ensino Secundário: 10ª, 11ª, 12ª e 13ª classes na E.F.P. – Escola de Formação de Professores “Cor Mariae” do Uíje (Angola). 276p. (Doutorado). Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa.

Neville, A. (2005). The impact of the hegemony of english on access to and quality of education with special reference to South Africa. (Lecture delivered at the Language and Poverty Conference, Cornell University, Ithaca, N.Y., 14 October). Unpub. Mimeo.

Neville, A. (2004).The politics of language planning in Language. Problems & Language Planning. John Benjamins Publishing Company, vol. 28, nº2, p.113–130.

UNESCO.(1996). Declaração Universal Dos Direitos Linguísticos. Barcelona: ONU, de 6 a 9 de Junho. UNESCO.

Portugal.(2005). Constituição da República Portuguesa: VII revisão constitucional-1976. Lisboa: Assembleia da República.

Queiroz, M.(2011). Interpretação médica no Brasil (Dissertação).136p. Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina.

Rajagopalan, K. (2013). “Política linguística: do que é que se trata, afinal? ” In: Nicolaides, C. et. al (Org.). Política e políticas linguísticas. São Paulo: Pontes, p.19-42.

Saohatse, M. C. (1997). African Language Varieties at Baragwanath Hospital: a Sociolinguistic Analysis (tese de doutorado), Universidade Sul Africana. Disponível em: https://helda.helsinki.fi/bitstream/handle/10138/19198/language.pdf?sequence=1 Acesso em: 5 fev. 2017.

Severo, C. G. & Makoni, S. (2015). Políticas linguísticas Brasil- África: por uma perspectiva crítica. Florianópolis: Isular.

Severo, C. (2013). Política(s) linguística(s) e questões de poder. Alfa, São Paulo, 57 (2): 451-473.

Timbane, A. A.(2013). A variação e a mudança lexical da língua portuguesa em Moçambique. 317p.(Tese). Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa. Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Araraquara.

Tchamba, J. J. & Camongua, J.(2019). As plantas - usos e costumes dos povos da província da Huíla, um estudo exploratório com securidaca longipedunculata e uapaca kirkiana. Transversos: Travessos: Revista de História. Rio de Janeiro, n. 15, p. 417-432.

Published

September 24, 2023

How to Cite

BERNARDO, E. P. J. .; TIMBANE, A. A. . Por uma política linguística nos serviços de saúde: um estudo sociolinguístico do Hospital Regional de Malanje (Angola). Revista Letras Raras, Campina Grande, v. 9, n. 2, p. Port. 268–290/ Eng. 268, 2023. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/1185. Acesso em: 22 dec. 2024.

Section

Artigos de temas livres