Silviano Santiago: ferocidades intelectuais
Resumo
DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v6i2.784
Este trabalho tem por objetivo traçar um paralelo teórico-conceitual entre a capa do livro Machado (2016) do intelectual Silviano Santiago com o seu texto literário e, sobretudo, com a inscrição biográfica do autor nas relações culturais erigidas pelos discursos artísticos, quer sejam eles imagéticos ou literários. A inscrição do eu, as relações culturais contemporâneas traçadas pelo escritor e a diluição das fronteiras disciplinares como sintoma das teorias culturalistas são temáticas (re)correntes das nossas assertivas. Desse modo, na esteira do recorte epistemológico supracitado, é substancial que o lugar de onde erigimos nossas teorizações seja marcado, isto é, a fronteira-Sul que é um lócus geoistórico tanto de aproximação, quanto de distanciamento. Uma região alocada na exterioridade dos eixos críticos hegemônicos, mas que, por sua vez, está em constante produção intelectual pensando teorias que possam dar conta dessas produções artísticas que demandam epistemologias outras que não as exportadas de grandes centros urbanos mundiais (BHABHA, 2013) e aglutinadas nas margens do planeta. Nesse sentido, o trabalho se sustenta teoricamente pela crítica biográfica fronteiriça proposta, essencialmente, por Edgar Cézar Nolasco, além de outros teóricos que corroboram a discussão, entre eles Eneida Maria de Souza, Walter Mignolo, Edward W. Said, Diana Klinger e Jovita Maria Gerheim Noronha. Assim, algumas das obras utilizadas são: Crítica cult (2002), Janelas indiscretas (2011), “Teorizar é metaforizar” (2016), Histórias locais/projetos globais (2003), Representações do intelectual (2005), Escritas de si, escritas do outro (2012), Ensaios sobre autoficção (2014) e “Meditações sobre o ofício de criar” (2008).
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Referências
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