“Gente, temos um gênio aqui”: a coconstrução da violência linguístico-discursiva em uma interação no Twitter
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.8174625Resumo
Neste trabalho, almejamos analisar de que modo dois internautas, a partir de uma postagem do Ministério da Saúde no próprio perfil do Twitter, utilizam, em sua argumentação, estratégias de impolidez na promoção de mútua violência linguístico-discursiva. No âmbito teórico, articulamos os estudos de (im)polidez, inscritos em domínios micro/linguístico, macro/sociodiscursivo e meso/sociointeracional, e os estudos da argumentação, com foco na argumentação erística, dada a sua intrínseca relação com a violência linguístico-discursiva. No âmbito metodológico, optamos por conduzir um estudo netnográfico, inscrito em uma episteme exclusivamente qualitativa, na seleção e na análise de textos relacionados a uma interação mediada on-line no Twitter que tivesse um caráter conflituoso e que discutisse a hidroxicloroquina como estratégia de tratamento precoce no combate ao COVID-19. No âmbito analítico, salientamos que, de modo geral, a impolidez se tornou gradativamente mais intensa entre o internauta e a internauta, instaurando-se uma argumentação erística, permeada por argumentos ad hominem e ad personam, na coconstrução de metapragmáticas de violência linguístico-discursiva. Acreditamos ser salutar que perfis institucionais possam instituir políticas de moderação de tais interlocuções, incentivando diálogos construtivos e agregadores.
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