Poesia, Humano, Palavra

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.10061469
Palavras-chave: Poesia, Palavra, Liberdade, Estética

Resumo

O resumo é sempre um fragmento. Como um pedacinho dos olhos de cá, parece sempre duvidar dos cílios dos olhos de lá. Será que entendeu? Será que seduziu? Este texto é um texto e na forma de ensaio literário traz a poesia como atividade do humano. A palavra na poesia movimenta um sentido de não-lugar. Neste ensaio se fala da palavra cercada pelo imaginário discursivo e pescada para emergir movimentos. Neste ensaio, em sua condição de provisoriedade, pela transição mutante da polissemia, articula linguagem poética e racionalidade em que procura evidenciar o rigor sem desejar a exatidão, mas não se descuida de aproximar seus enleios, pois em sua finalidade concorrem certas afirmações na busca de sua contrapalavra. O ponto que se exibe como final enseja suas reticências pois a vida ao irromper todos os dias pergunta: quem há de domesticar o mar? Em resposta, a poesia recita, que livre é o humano que compreendeu Ítaca. Ítaca é um poema de Kostantinos Kaváfis. Neste ensaio, Ítaca assume o caminho em direção do trabalho de domar o mar. Domar o mar é um trabalho. É um trabalho impossível, mas não menos prazeroso. É assim que para ir a Ítaca, se busca expressar, como no poema, o que vem a ser a felicidade. Felicidade é primeiro uma sensação. Depois reúne um significado, e depois do significar Ítaca é uma palavra que abre infinitamente novos caminhos, novas palavras que retornam sempre à sua origem: domar o mar.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcos Laffin, Universidade Federal de Santa Catarina

Possui Pós-Doutorado em Contabilidade pela UFBA, Doutor pela UFSC. É professor aposentado na graduação, mestrado e doutorado em Contabilidade (UFSC). Pesquisador e extensionista avaliador ad hoc MEC na área de educação, trabalho e formação de professores de contabilidade. Escritor no gênero
poesia e prosa poética.

Referências

AGAMBEN. G. Ideia da prosa. Tradução, prefácio e notas de João Barrento, Lisboa: Cotocia. 1999.

AGAMBEN, G. Profanações. São Paulo: Boitempo, 2012.

AGOSTINHO, S. As confissões. Trad. Frederico Ozanam Pessoa de Barros. São Paulo: Edameris, 1964.

ARENDT, H. Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 2005.

ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense, 2007.

ARENDT, H. Homens em tempos sombrios. São Paulo: Companhia das Letras. 2010.

BAUMAN, Z. Arte da Vida. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 2009.

BAKHTIN, M. (Volochínov). Marxismo e filosofia da linguagem. 8. ed. São Paulo: Hucitec, 1997.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução de Maria Emantina Galvão G. Pereira. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

BARROS, M. de. Gramática expositiva do chão: poesia quase toda. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, Rio de Janeiro. 1990.

BARROS, M. de. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Planeta, 2003.

BORGES, J. L. Esse ofício do Verso. São Paulo: Companhia das Letras. 2000.

CASTORIADIS, C. A instituição imaginária da sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.

CERTEAU, M. de. A invenção do cotidiano. Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1996.

FISCHER, E. A necessidade da arte. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.

GUIMARÃES ROSA, J. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.1988.

GUIMARAES ROSA, J. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

GERALDI, João Wanderley. Leitura: uma oferta de contrapalavras. Educar nº20, Ed. UFPR, Curitiba: 2002.

HELLER, A. Sociología de la vida cotidiana. Barcelona: Península, 1977.

HEIDEGGER, M. Seminários de Zollikon. Tradução de Gabriella Arnhold e Maria de Fátima de Almeida Prado. Petrópolis: Editora Vozes, 2001.

KAVÁFIS, K. Poemas. Trad. José Paulo Paes. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1982.

KOTHE, F. A alegoria. São Paulo: Ática, 1986.

KUNDERA, M. A insustentável leveza do ser. São Paulo: Companhia das Letras. 2017.

LARROSA, J. Tremores: escritos sobre experiência. Tradução Cristina Antunes, João Wanderley Geraldi, -1 ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2016.

LISPECTOR, C. Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

LUXEMBURGO, R. de. In: As utopias de Michael Lövy: reflexões sobre um marxista insubordinado. São Paulo: Boitempo. 2007.

MARX, K. Teorias da mais-valia: história crítica do pensamento econômico (Livro IV de O capital). Vol. I. São Paulo: Civilização Brasileira, 1980.

MORAES, V.de. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora A Noite. 1954.

NIETZSCHE, F. Sobre verdade e mentira. São Paulo: Hedra, 2008.

NIETZSCHE, F. Assim falava Zaratustra. Tradução José Mendes de Souza. Fonte Digital. . Acesso em: 20/05/2021.

PAZ, O. O Arco e a Lira. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira. 1982.

PESSOA, F. Livro do Desassossego. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

PICON, G. L’écrivain et son ombre – introduction a une esthétique de la littérature. Paris: Gallimard, 1953.

SARTRE, J. P. O ser e o nada. Petrópolis: Vozes, 1999.

SILVA, C. da. Um estranho barqueiro. In As Mãos dos Pretos. Antologia do Conto Moçambicano. Org. Nelson Saúte. 3ª Ed. Lisboa: Dom Quixote. 2007.

Downloads

Publicado em

1 de outubro de 2021

Como Citar

LAFFIN, M. Poesia, Humano, Palavra. Revista Letras Raras, Campina Grande, v. 10, n. 3, p. 284–309, 2021. DOI: 10.5281/zenodo.10061469. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/1953. Acesso em: 4 nov. 2024.

Seção

Ensaios