Poesia, Humano, Palavra
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.10061469Abstract
O resumo é sempre um fragmento. Como um pedacinho dos olhos de cá, parece sempre duvidar dos cílios dos olhos de lá. Será que entendeu? Será que seduziu? Este texto é um texto e na forma de ensaio literário traz a poesia como atividade do humano. A palavra na poesia movimenta um sentido de não-lugar. Neste ensaio se fala da palavra cercada pelo imaginário discursivo e pescada para emergir movimentos. Neste ensaio, em sua condição de provisoriedade, pela transição mutante da polissemia, articula linguagem poética e racionalidade em que procura evidenciar o rigor sem desejar a exatidão, mas não se descuida de aproximar seus enleios, pois em sua finalidade concorrem certas afirmações na busca de sua contrapalavra. O ponto que se exibe como final enseja suas reticências pois a vida ao irromper todos os dias pergunta: quem há de domesticar o mar? Em resposta, a poesia recita, que livre é o humano que compreendeu Ítaca. Ítaca é um poema de Kostantinos Kaváfis. Neste ensaio, Ítaca assume o caminho em direção do trabalho de domar o mar. Domar o mar é um trabalho. É um trabalho impossível, mas não menos prazeroso. É assim que para ir a Ítaca, se busca expressar, como no poema, o que vem a ser a felicidade. Felicidade é primeiro uma sensação. Depois reúne um significado, e depois do significar Ítaca é uma palavra que abre infinitamente novos caminhos, novas palavras que retornam sempre à sua origem: domar o mar.
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