Travessias subjetivas e históricas: o sujeito na linguagem
Resumo
DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v5i1.578
A Linguística Moderna desponta, originalmente, no panorama das Ciências Humanas, extasiada pelos princípios da autonomia e da regularidade. Pelo menos, é a impressão que temos ao sermos introduzidos, sob os efeitos da ingenuidade, em sua gênese e gestação. O seu criador, Ferdinand de Saussure, engendrou uma ciência cujo objeto parece, aos olhos descuidados, ter livre existência e equilíbrio constante. É a língua, no Curso de Linguística Geral (SAUSSURE, 1989), a responsável por estabelecer e manter as relações elementares dentro do sistema. As famosas associações sintagmáticas e paradigmáticas insurgem imunes à intervenção de um sujeito, como se configurassem “casualidades” contínuas, acarretadas pelo próprio fenômeno linguístico. Do mesmo modo, o liame arbitrário entre o significante e o significado, fator que assegura as contingências semânticas do signo é, frequentemente, vislumbrado como um processo de autorregulagem sistêmica, regido pelas leis intrínsecas ao evento. A maneira como tais reflexões insurgem pela escrita do CLG, não de “autoria” do mestre genebrino, mas de seus discípulos-editores, induzem muitos estudiosos a interpretações limitadas, amiúde, equivocadas. Resulta, daí, a crença na rígida separação entre língua e fala, sincronia e diacronia, que perpetraram as “indestrutíveis” e polêmicas dicotomias saussureanas. Nossa pesquisa, de natureza bibliográfica, consiste em discutir a presença e o apagamento, sub-reptícios, da categoria de sujeito nas teorizações que compõem o CLG. Para tanto, recorreremos aos trabalhos de BARBOSA (1996), BARTHES (1984), FIORIN (2002), CÂMARA JR (1975), dentre outros.
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