A exaustiva fórmula reencenada: ambiguidade no corpo do texto e das personagens de Tarântula de Thierry Jonquet e A pele que habito de Pedro Almodóvar
Resumo
DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v6i3.817
Este trabalho tem como objetivo analisar o romance Tarântula (Mygale, 1984), de Thierry Jonquet e a adaptação fílmica de Pedro Almodóvar intitulada A pele que habito [La piel que habito, Espanha, 2011]. Analisaremos de que modo a relação de amor e ódio pelo corpo refletida por Adorno e Horkheimer (2006) circunscreve as personagens do romance e, em parte, na adaptação fílmica. Ademais, investigaremos no filme como é construída uma estética almodoviana através dos elementos formais, temáticos e mise en abyme. Por fim, serão cotejados os objetos com foco no desfecho destinado às personagens, sobretudo Vera, numa “promessa de redenção e salvação” para esta, segundo Almodóvar. Reinterpretaremos essa nota de agradecimento expressa nos créditos finais, ressignificando-a como proposta de uma estética vendida como peculiar/particular ao público e que tem em vista chancelar o filme almodoviano dotando-o de refinamento estético. Do mesmo modo, Tarântula, tenta se desvencilhar dos resquícios do romance na sua gênese, mas, assim como A pele que habito, recai em desfecho tênue dos quais ambos se propuseram afastar. Partiremos dos postulados de cinema clássico hollywoodiano de David Bordwell (2005) bem como das reflexões de Eagleton (2006) para guiar esse exame de análise.
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