Contrabando - um filme costeiro compreensões em torno do (dis)curso do Rio Uruguai
Contrabando - um filme costeiro: understandings around the (dis)course of the Uruguay River
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.11179892Resumo
Este artigo tem como objetivo analisar os sentidos em torno do Rio Uruguai construídos no roteiro do filme Contrabando - um filme costeiro, produzido em municípios do interior do Estado do Rio Grande do Sul (RS), sob direção do cineasta João Pedro Gottardo. Ao problematizar a vida de ribeirinhos, esse longa metragem aborda a trajetórias de chibeiros e suas famílias que comercializam mercadorias da Argentina para serem vendidas no Brasil, sem passar pelo controle de importação e recolhimento de tributos. O chibeiros, como são popularmente conhecidos, travessam o rio em pequenas embarcações para buscarem produtos no país vizinho. No filme, o rio assume um lugar fundamental na construção da narrativa. Para buscarmos compreender as visões ideológicas acerca do rio, tomamos a palavra como signo ideológico como unidade de estudo. Para tanto, mobilizamos a perspectiva teórico-metodológica formulada pelo Círculo de Bakhtin e a correlacionamos com a abordagem de Lakoff & Jonhnson sobre metáforas. As considerações finais apontam para a personificação como uma posição avaliativa que, ancorada na ambivalência, aponta para o rio enquanto uma figura que conhece o poder da vida e da morte, sendo capaz, de um lado, em de dar a vida, acolhê-la e narrá-la em seus mistérios, e de outro, de tirá-la, devorá-la por meio de sua força destrutiva. Trata-se de um modo de dar sentido e estruturar esse elemento da natureza, tão presente e cotidiano na vida dos chibeiros e suas famílias.
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