Uma análise do conto "A caçada", de Lygia Fagundes Telles: Busca de identidade, esquecimento e morte
Résumé
DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v7i1.990
Este artigo procura analisar o conto “A Caçada”, publicado no livro Mistérios (2000), pela escritora paulista Lygia Fagundes Telles [1923 – ], cujo protagonista, um homem não nomeado, luta desesperadamente para relembrar de sujeitos, imagens e acontecimentos que, aparentemente, ocorreram no seu passado. A aflição do personagem se deve porque o esquecimento nesta história se apresenta como uma pena, castigo que se revela fatal, e ele parece ter consciência disso, tal é a sua ânsia por lembranças. Enquanto desenrola-se a caçada da tapeçaria, imagem à qual ele fica completamente fixado, a caçada desse homem se dá no sentido de tentar a todo custo recordar a origem dessa imagem e dos seus participantes, uma vez que o esquecimento ameaça a sua identidade e até a sua existência. Nossa análise se dá sob a perspectiva da Psicanálise, elaborada por Sigmund Freud, particularmente, o seu ensaio “O Estranho”, além dos estudos de Henri Bergson, Philipe Ariès e outros teóricos. A discussão deste conto possibilita reflexões sobre lembrança, esquecimento, passagem do tempo, desamparo da condição humana e a morte.
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