Roland Barthes e Italo Calvino: leitores do Japão
Resumen
DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v8i4.1576
Este artigo propõe uma reflexão acerca da relação que se pode estabelecer entre a viagem, a leitura e a escrita, a partir da visita ao Japão empreendida por Roland Barthes e Italo Calvino durante as décadas de 1960 e 1970. Diante da alteridade e de um sistema simbólico desligado do ocidental, Barthes e Calvino, como leitores do Japão, foram colocados em situação de escrita, reconhecendo no signo, na letra, sua própria morada. Assim, buscamos compreender como a estética japonesa permitiu aos dois ocidentais praticarem a leitura do Japão, não para decifrá-lo, mas para entendê-lo como traço, como signo, cujo sentido foi dissipado, tornou-se vazio. Para isso, nos debruçaremos sobre a obra O império dos signos, de Roland Barthes, e sobre os textos do Japão, extraídos de Coleção de areia, de Italo Calvino, num estudo comparativo, analisando não somente a letra, mas a relação firmada com outros signos: a cidade, os rostos, os hábitos japoneses.
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