Round of hours: the train and the river as images of time in João Cabral de Melo Neto’s poetry
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.8047825Resumo
Em 2020, celebramos o centenário de um dos maiores poetas brasileiros do século XX: João Cabral de Melo Neto (1920-1999). Reconhecido por uma escrita racionalista e avessa ao lirismo confessional, Cabral desvelou em seus textos poéticose ensaísticos as concepções basilares de seu processo de composição. Nessa relação pugilística com a linguagem, opoeta reconheceu como oponente o imponderável, que se materializa, por exemplo, nas ideias da morte e, como objetodeste trabalho, do tempo. Mediante uma pesquisa qualitativa amparada em leituras teóricas acerca do texto poético(BACHELARD, 2018; BORGES, 2000; BOSI, 1977; CHKLOVISK, 1976), das concepções de tempo (AGOSTINHO, 2019;ELIAS, 1998; WHITROW, 1993) e da crítica especializada sobre o poeta pernambucano (ARAÚJO, 2016; CANDIDO, 2002;SECCHIN, 2020), tencionamos analisar a figuração do tempo na poesia do autor, considerando, para isso, a centralidadedo texto como material de análise (CANDIDO, 2006), sem elidir, no entanto, a incorporação de contribuiçõesmultidisciplinares para a construção de sentidos. Baseando-nos na leitura efetiva da obra cabral, para a constituição docorpus de análise, elegemos as imagens do rio e do trem, uma vez que, em nossa perspectiva, elas são paradigmáticaspara refletir sobre os meandros cronológicos na produção cabralina. Embora as duas figuras se assemelhem pelageometria longilínea, elas distinguem-se pelo ritmo que as caracteriza, contrapondo o imediatismo da locomotiva à fluidezdo corpo d’água. Nesse sentido, o poeta erige seu arcabouço textual através dos diferentes matizes que compõem os fiosdo tempo trançados em seus versos.
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Referências
CADÓ, Júlio César de Araújo. ARAÚJO, Rosanne Bezerra de. Round of hours: the train and the river as images of time in João Cabral de Melo Neto’s poetry. Revista Letras Raras. Campina Grande, v. 11, n. 4, p. 74-93, dez.2022.
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