A saga da identidade na modernidade líquida: busca do eu inacabado nas obras juvenis contemporâneas
Resumo
DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v7i3.1215
Este artigo discute a forma como a literatura passou por um processo de ressignificação, impulsionado pelos avanços tecnológicos e pelo apelo dos seus leitores, os quais se infiltraram no meio literário através de criações próprias e da visão de novos autores que passaram a representar os posicionamentos, as valorações e as vivências desse público leitor, principalmente, dos jovens leitores. Desse modo, evidencia os desdobramentos da nomeada “literatura contemporânea”, a qual rompe com a lógica da literatura moderna que a antecede e se concretiza como um espectro artístico mais amplo (no sentido que toca as questões que são caras ao seu público) marcado pela liquidez contemporânea e, por consequência, ressignificado. Para tanto, pretende investigar as obras juvenis nomeadas best-sellers, literatura de saga ou de entretenimento, na intenção de investigar como essas narrativas refletem e refratam as identidades juvenis, a medida que levam ao romance também questões axiológicas, dilemas e problemáticas contemporâneas da juventude a qual representa. Nesse sentido, baseia-se nas concepções de Mikhail Bakhtin e de García Canclini, para com elas, e a partir delas, compreender o processo de representação juvenil na literatura contemporânea e como esse processo oxigena e corrói estruturas previamente cristalizadas. A partir das análises realizadas, conclui-se que a literatura da era líquida, em seu processo de mutação, criou um novo e gigantesco sistema de leitores, leituras e escritores que não deve mais ser olhado com os olhos do passado, uma vez que estamos diante de um sistema aprimorado, denso e complexo que envolve texto e leitores.
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