Edições anteriores

  • Histórias da Educação do Brasil Central
    v. 15 n. 1 (2024)

    O campo da história da educação aborda as diversas formas e processos de ensino e aprendizagem ao longo da história e das culturas humanas. A educação é vista como um fenômeno complexo, que reflete os valores, crenças e necessidades de cada sociedade, sendo um campo interdisciplinar que dialoga com outras áreas do conhecimento e contribui para a compreensão e transformação da realidade educacional.

    Este dossiê apresenta uma seleção das pesquisas realizadas ao longo dos 20 anos pelo Grupo de Pesquisa do CNPQ "História, Historiografia, Fontes de Pesquisa em Educação". O grupo foi instituído no ano de 2004 com a participação de vários pesquisadores, historiadores, educadores que formam professores e profissionais da educação e história. Os artigos contidos nele convidam à reflexão sobre história, educação, mídia e história oral. São vozes de professores, pesquisadores, alunos de mestrado e doutorado que repensam a educação, promovendo um debate sobre gênero e formação de professores no Brasil Central e na Amazônia nortista.

  • Perspectivas Críticas sobre Gênero e Feminismos
    v. 14 n. 2 (2023)

    Por que o gênero é relevante? Qual é a necessidade ou importância de publicar dossiês ou conduzir pesquisas sobre gênero e diversidade sexual no Brasil? Qual é a urgência em debater o gênero nas escolas? Estas são algumas das dezenas de perguntas frequentemente ouvidas por pesquisadores/as de gênero e diversidade sexual. Há várias maneiras de responder a essas perguntas, e uma delas é apresentar dados que ajudam a dirimir essa “ignorância”. Este dossiê, além de buscar contribuir para a redução das diversas formas de violência contra mulheres e LGBTQIA+ brancos/as e não-brancos/as, apresenta também reflexões que possibilitam pensar o gênero e as sexualidades em vários âmbitos da pesquisa científica e em instâncias como a mídia, a escola, entre outros espaços. Isso só se torna possível devido aos feminismos. Com base nessas considerações, apresentamos o Dossiê sobre Gênero publicado pela Mnemosine Revista. O primeiro, intitulado Mulheres nas Ciências, Carreiras Docentes e Espaços de Poder, organizado pela pesquisadora Dra. Rosilene Dias Montenegro, trouxe reflexões relevantes sobre as práticas que dificultam o acesso das mulheres aos espaços de prestígio nas instituições científicas e universidades. Este dossiê (2023.2), Perspectivas Críticas sobre Gênero e Feminismos, propõe um debate abrangente sobre outras questões que permeiam a experiência das mulheres e da comunidade LGBTQIA+. Em sua abordagem crítica e reflexiva, este dossiê busca ampliar o diálogo acadêmico, contribuindo para o entendimento mais abrangente sobre as complexidades inerentes às questões de gênero e feminismos.

    Coordenador do Dossiê:

    Fábio Ronaldo da Silva - Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

  • Mulheres nas ciências, carreiras docentes e espaços de Poder
    v. 1 n. 14 (2023)

    Este Dossiê temático: Mulheres nas ciências, carreiras docentes e espaços de poder, foi proposto por mim, pela pesquisadora Dra. Maria do Rosário de F. Andrade Leitão (UFRPE) e pelo pesquisador Dr. Fábio Ronaldo da Silva (UNEB). Nossa convergência de interesses em pesquisas sobre gênero motivou-nos a empreender esta iniciativa, visando contribuir de maneira significativa para as reflexões pertinentes às relações de gênero. A escolha do enfoque em análises relacionadas às experiências de mulheres nas ciências e nas carreiras docentes e espaços de poder, foi motivada pelo propósito de aprofundar nossa compreensão sobre as práticas que dificultam o acesso aos espaços de poder de maior prestígio para as mulheres nas instituições científicas e universidades. Infelizmente, no percurso, embora sentido muito,  tivemos que aceitar os pedidos de saída da coordenação deste Dossiê de Maria do Rosário e de Fábio Ronaldo que precisaram direcionar toda a atenção deles para outros compromissos e entenderam não ser adequado manterem seus nomes na coordenação deste Dossiê. O zelo com os valores éticos demonstrados por esses professores que tanto admiro por relações de amizade os tornam ainda mais valiosos como excelentes pesquisadores que são. Na perspectiva do inicialmente proposto por mim e acatados pelos professores quando do trabalho para este Dossiê, fizemos a chamada de artigos às  pesquisadoras e pesquisadores especializados no tema de gênero, na expectativa de contribuições para o conhecimento e debate de tema tão pertinente a e atual que se relaciona com corporeidades, emoções, afetos, sensibilidades, história das mulheres nas ciências, história de mulheres nas engenharias, discriminação e preconceito de gênero nas carreiras docentes, disputas e espaços de poder, feminismos plurais e teorias feministas. Conforme resumimos na chamada deste Dossiê, a atual configuração das disputas de poder, tanto no Brasil quanto globalmente, está marcada pela presença e ativismo político de grupos, organizações e lideranças de extrema-direita. Esses agentes têm empregado uma variedade de estratégias para impor uma “pauta moral e de costumes” ao debate público. Uma das questões mobilizadas pela citada “pauta de costumes” da extrema-direita é a temática de o gênero. O embate direto contra os movimentos feministas, as discussões sobre gênero e sexualidade tem repercutido de maneira a representar uma ameaça substancial aos avanços históricos das mulheres, tendo impactos tangíveis no aumento de diversas formas de violência perpetradas contra elas, mas principalmente no recrudescimento do feminicídio. A universidade pública tem se destacado como um lócus privilegiado para a produção de conhecimento e promoção de debates, especialmente no tocante às questões de gênero. Nesse sentido, os estudos sobre as “Mulheres na ciência, carreiras docentes e espaços de poder” emergem como uma área de significativo interesse, sendo fundamental para a compreensão aprofundada desse tema e de múltiplos aspectos relacionados às subjetividades e formas de subjetivação das mulheres no ambiente de trabalho, notadamente em suas trajetórias nas carreiras docentes.

    Coordenadora do Dossiê:

    Rosilene Dias Montenegro - Universidade Federal de Campina Grande –UFCG – Campina Grande – PB - Brasil

  • História, Educação nas lutas dos povos e comunidades tradicionais
    v. 2 n. 13 (2022)

    Este dossiê apresenta um repertório de artigos que versam sobre os povos e comunidades tradicionais, seus saberes e fazeres e nos apontam a dimensão formativa e educativa de suas práticas sociais e culturais. Historicamente estas comunidades e povos foram excluídos socialmente, mas a partir de suas ações coletivas, de suas lutas em movimentos, buscaram caminhos para suas (re) existências sociais e a afirmação política de suas proposições. A dádiva genuína é o prazer de sentir a emoção por estarem, seus escritos, carregados de pertencimento de quem escreve, sente, vivencia, pratica. Sentimos, a cada linha, a cada escrito, a dádiva da palavra, a palavra que percorre o corpo, o cheiro, a pele que traz a marca de si e do outro. É com satisfação que apresentamos mais uma edição da revista Mnemosine que apresenta no seu itinerário de textos representações em torno de comunidades de quilombo, comunidades de terreiro, povos ciganos e louceiras a partir de estudos e pesquisas que buscam problematizar as experiências vivenciadas por estes grupos étnicos e suas trajetórias. Lições no encontro das dimensões subjetivas, da subjetividade, dos modos de subjetivação que instigam sentir dos corpos dos sujeitos de terreiros, seus saberes, de louceiras que entoam, com suas mãos, sua identidade, de ciganos que dos seus corações, de suas andanças, de suas partidas, de suas chegadas e muito mais, dos seus percursos, permitem o autoconhecimento, suas autobiografias. Uma escuta sensível dos caminhos traçados pelas memórias coletivas que nos ofertam aprender a aprender para aprender de novo. Diálogos purgativos em vozes um dia proibidas inspiram, abrem caminhos para criarmos e recriarmos. Iniciamos um percurso amoroso de aprendizados por entre os escritos de cada um, cada uma que nos presentearam com a palavra vivenciada com a alma, edificada com o gosto da terra, com as memórias de quem emprestou sua memória para traçar as linhas que leremos no Dossiê História, Educação nas lutas dos povos e comunidades tradicionais.

    Coordenadoras do Dossiê

    Patrícia Cristina de Aragão - Universidade Estadual da Paraiba – PPGSS/UEPB
    Ana Lúcia Oliveira Aguiar - POSEDUC – UERN

  • Derechos Humanos, Historia y sus confluencias: Dilemas, acciones y posibilidades
    v. 1 n. 13 (2022)

    É com muita satisfação que apresentamos o Dossiê “Derechos Humanos, Historia y sus Confluencias: dilemas, acciones y possibilidades”. Este volume da Mnemosine reúne um importante diálogo internacional sobre a temática dos Direitos Humanos, coordenado pelos professores Dinaldo Barbosa da Silva Júnior e Cristina Rumbo Bonfil. Os textos oferecem um rico debate epistemológico sobre os direitos humanos aos leitores, apresentando resultados de pesquisas e experiências de diferentes países, que retratam os desafios para construção de uma sociedade democrática e de direitos. Resta claro, que embora os países apresentem um arcabouço legal em sintonia com a Declaração Universal dos Direitos Humanos e outros marcos jurídicos internacionais, o que, em tese, garantiria o respeito a estes, os exemplos citados demonstram diferentes formas de sua violação e negação. Este volume atesta a necessidade da luta permanente por direitos, que passa necessariamente, pela construção de uma cultura de direitos, conforme nos inspira Maria Victoria Benevides, ao afirmar que a educação em Direitos Humanos é essencialmente “a formação de uma cultura de respeito à dignidade humana através da promoção e da vivência dos valores da liberdade, da justiça, da igualdade, da solidariedade, da cooperação, da tolerância e da paz. Portanto, a formação desta cultura significa criar, influenciar compartilhar e consolidar mentalidades, costumes, atitudes, hábitos e comportamentos que decorrem, todos, daqueles valores essenciais citados – os quais devem se transformar em práticas.” Com efeito, o Dossiê aponta para desafios importantes a serem superados e a necessidade de uma construção cultural coletiva e cotidiana por direitos nos diferentes campos sociais, considerando as necessidades e especificidades de cada país.

    Coordenadores do Dossê:

    Dinaldo Barbosa da Silva Junior - Universidade Federal do Amapá - UNIFAP e Universidade Federal de Campina Grande - UFCG
    Cristina Rumbo Bonfil - Escuela de Ciencias Sociales y Gobierno del Tecnológico de Monterrey Campus Chihuahua – México

  • Marxismo: Coisa de homem branco? Diálogos e confrontos entre classe, gênero e raça na tradição marxista
    v. 2 n. 12 (2021)

    O dossiê Marxismo, coisa de homem branco? diálogos e confrontos entre classe, gênero e raça na tradição marxista que apresentamos à Revista Mnemosine foi planejado no âmbito do Grupo de Pesquisas Marxismo e Cultura, criado em 2017 por seu coordenador, Prof. Dr. Maurício Cardoso (DH/FFLCH/USP), em parceria com uma diversidade de pesquisadores e pesquisadores de diferentes regiões do Brasil, homens cis brancos e negros, mulheres cis negras e brancas, pessoas LGBTQIAP+, intelectuais marxistas ou não, afetados e preocupados com os debates sociais contemporâneos e, em particular, historiográficos, em torno das questões de raça, classe e gênero. Engajados nas reflexões acerca da decolonialidade do saber, do epistemicídio, da necessidade de questionar e transformar a estrutura acadêmico-universitária que, historicamente, prioriza a leitura de textos escritos por homens brancos, em sua maioria, de origem europeia, o dossiê foi arquitetado de forma coletiva a fim de materializar ideias e reflexões antirracistas, antisexistas e anticapitalistas que estavam sendo capilarizadas no interior do grupo de pesquisa. Trata-se de discussões que objetivam "furar a bolha'' do eurocentrismo acadêmico e abrir caminhos para uma epistemologia mais democrática no âmbito das Humanidades, particularmente, do conhecimento histórico. O dossiê pretendeu ainda provocar pesquisadores e pesquisadoras marxistas a atuarem em um debate para o qual nem sempre são convidados/as, uma vez que a associação quase imediata entre marxismo, desigualdade econômica e opressão de classe poucas vezes foi articulada aos debates marcados pela interseccionalidade, sobretudo para refletir também sobre as questões de raça e gênero. Angela Davis fez isso em seu livro Mulheres, raça e classe, publicado originalmente em 1981 nos EUA e, no Brasil, em 2016, na esteira do debate público e acadêmico sobre a necessidade de discutir esses marcadores sociais de forma articulada. Com esse livro, a filósofa negra estadunidense incentivou trabalhos acadêmicos que levassem em conta, nas suas análises, os marcadores de raça, classe e gênero. Afinal, não é possível interpretar uma realidade histórica de maneira universalista, sem considerar as contradições que a perpassam. A categoria interseccionalidade tem focalizado as conexões de diferentes marcadores sociais que muitas vezes foram, e ainda são, invisibilizados. Às desigualdades socioeconômicas e as opressões de classe, somamse as análises sobre gênero e raça como desafios fundamentais tanto no campo das investigações historiográficas, quanto na arena política. As transformações estruturais do sistema capitalista captadas por diferentes autores e autoras apontam pautas de investigação histórica e sociológica sobre a formação e o desenvolvimento da classe trabalhadora (metamorfoseada em precariado), o papel da cultura e da experiência no enfrentamento das classes subalternas diante da opressão e o esgotamento dos modelos clássicos de organização política, especialmente, os partidos e sindicatos. Portanto, este dossiê temático visou reunir artigos que pudessem divulgar pesquisas e reflexões teóricas, cujas discussões girassem em torno das aproximações e dos limites entre o pensamento marxista e diferentes abordagens teóricas sobre classe, gênero, raça, e colonialidade do poder e do saber. Em outras palavras, procuramos criar um espaço de debate que colocasse em diálogo autores, autoras e categorias do marxismo, das teorias feministas, da luta antirracista e das reflexões decoloniais.

    Coordenadores do Dossiê:

    Michelly Pereira de Sousa Cordão - Universidade Federal de Campina Grande – UFCG
    Maurício Cardoso - Universidade de São Paulo - USP

  • A Inquisição em foco, dois séculos após sua extinção: estruturas, personagens, vítimas e possibilidades de análise.
    v. 1 n. 12 (2021)

    O dossiê que aqui apresentamos à Revista Mnemosine é fruto de um convite feito aos organizadores pelos responsáveis pela Revista e foi proposto e pensado a partir dos esforços de reflexão em torno de uma data marcante para os estudos acerca do Tribunal do Santo Ofício da Inquisição de Portugal: em 2021, comemorou-se os 200 anos de sua extinção, ocorrida por votação unânime das Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação portuguesa em 31 de março de 1821, naquele alvorecer da monarquia constitucionalista lusa. O encerramento das atividades inquisitoriais, após 285 anos de atuação e milhares de denúncias, confissões e processos, foi dos mais importantes desdobramentos da Revolução Liberal do Porto, ocorrida em 1820, e que teve ainda como uma de suas consequências, na outra franja do Atlântico, a independência do Brasil, em 1822 – data marcante da qual agora celebramos igualmente o bicentenário, apesar de outras independências que se fazem cada vez mais urgentes em nossa realidade – a dar fim aos mais de três séculos de dominação política portuguesa na América. Ventos de liberdade, cada um ao seu modo, que permitiam a Portugal e Brasil novos rumos e sonhos de progresso, sabemos bem, nem sempre concretizados. A importância da efeméride pode ser medida pelo conjunto de atividades e produções que se preocuparam em discutir a Inquisição e seu mundo: eventos acadêmicos, projetos de pesquisa, dissertações e teses, livros, artigos e dossiês em várias revistas científicas, envolvendo pesquisadores do Brasil, Portugal e de outros países, dentro e fora do alcance de atuação da Inquisição portuguesa. Sinal de que o tema continua a despertar interesses. Neste sentido, seria equivocado afirmar que o tema só ganhou força pela data que ora é relembrada: nas últimas décadas, os estudos sobre a Inquisição portuguesa, seus agentes e personagens têm ganhado cada vez mais destaque, espalhados por universidades de todo o Brasil (isso sem falar, como frisado acima, nas universidades estrangeiras – Portugal em especial, mas não só), consolidado como área de pesquisa das mais relevantes sobre a Modernidade. Em boa parte, estes avanços têm sido possíveis pelos esforços tecnológicos; de cooperação internacional seja entre entidades governamentais, entre pesquisadores ou ainda, entre instituições de pesquisa; de democratização do acesso às fontes, como a digitalização e disponibilização de acervos documentais referentes à Inquisição portuguesa (em especial, no site do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Portugal), bem como, para citar o caso brasileiro, aos altos investimentos no ensino superior e processo de crescimento e interiorização dos programas de pós-graduação durante os governos Lula da Silva e Dilma Rousseff e que, infelizmente, regrediram a números muitíssimo menores no período pós-golpe de 2016. O fato é que a recente historiografia inquisitorial, alçada a lugar de destaque a partir dos estudos de Anita Novinsky, Eduardo de Oliveira França, Sonia Siqueira, Elias Lipiner, José Antônio Gonsalves de Mello e José Gonsalves do Salvador, entre as décadas de 1960 e 1970, ganharam entusiastas que foram, aos poucos, sedimentando o campo de estudos. Cada vez mais mergulham nesta documentação explorando possibilidades variadas, para além dos estudos de caso e das análises acerca da estrutura e funcionamento do Santo Ofício, utilizando-se de novas teorias e metodologias de pesquisa, de relações interdisciplinares, com cruzamentos de fontes diversas, abordando questões cada vez mais atuais na sociedade e na historiografia, como os estudos culturais, étnicos e os de gênero. Passou-se a olhar a Inquisição e o seu mundo para além das análises clássicas, dos estudos de caso envolvendo suas vítimas, da estrutura de funcionamento do tribunal, cruzando fontes do Santo Ofício com outros materiais, envolvendo novas perspectivas de pesquisa e avanços metodológicos, propondo abordagens inovadoras inclusive de documentos e casos já analisados
    sobre outros vieses.

    Coordenadores do Dossiê:

    Angelo Adriano Faria de Assis (Universidade Federal de Viçosa - UFV)
    Marcus Vinícius Reis (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará – UNIFESSPA)

  • Arquitetura, Cidade e Documentação
    v. 2 n. 11 (2020)

    Entendendo-se que documentar é registrar, organizar informações textuais e gráficas sobre objetos investigados, esse dossiê enfoca a documentação de pesquisas arquitetônicas e urbanísticas em cidades brasileiras - dialogando com as variantes da história, cultura, arquitetura e cidade. Parte-se do princípio que os edifícios e as cidades, devem também ser considerados documentos construídos que trazem em suas essências, elementos e condicionantes que os compõem e nos seus respectivos conjuntos composicionais- caracterizam e atribuem valores aquele determinado bem. Considerando-se então, que a documentação é o somatório de fontes primárias coletadas em arquivos privados, públicos- compostas de materiais de projetos, como plantas baixas, cortes, fachadas, perspectivas, esboços, mapas, gráficos, fotografias, textos originais- e do próprio bem material construído em si, seja uma edificação, ou lugar- a proposta desse dossiê é apresentar ao público interessado no tema, as maneiras pelas quais tais  objetos” vêm sendo trabalhados, no que diz respeito às suas políticas de preservação e conservação. Dessa maneira, esse dossiê reúne através de dez artigos, alguns resultados de estudos de professores, pesquisadores, arquitetos, historiadores- vinculados a programas de pós-graduação, e grande parte dos autores atuando como membros do comitê nacional de documentação do Icomos Brasil. Através dos trabalhos de investigação e de análises críticas produzidas pelos autores, resgata-se a documentação das arquiteturas de distintas linguagens, ou de cidades de diversas regiões brasileiras, com escalas que vão desde centros urbanos interioranos, até cidades polos. Tal diversidade investigatória proporcionará ao leitor, o conhecimento de uma multiplicidade cultural rica e com identidade marcante, que analisada com olhares diversos, será aqui apresentada em forma de artigos trabalhados, tanto textualmente, quanto graficamente, pois a imagem em tais estudos possui um papel fundamental. As imagens documentais da história da arquitetura e da cidade são informações básicas e importantes na construção desse saber, pois enriquecem e ilustram as informações textuais. Através de desenhos realizados à mão, ou utilizandose de programas gráficos contemporâneos, como AutoCAD, sketchup, entre outros, as ferramentas digitais vêm contribuindo de forma fundamental na produção de documentos complementares ao resgate patrimonial. E acredita-se ser de fundamental importância o diálogo entre história e imagem, gerando uma rica documentação sobre determinado objeto, seja esse uma obra, ou um lugar. Assim, na produção dos artigos que aqui se apresenta, observou-se que o tema voltado para a documentação da modernidade arquitetônica esteve presente em quatro artigos voltados para objetos arquitetônicos protomodernos e modernos presentes nas cidades de Recife, Campina Grande, São Luis, São Paulo.

    Coordenadora do Dossiê
    Alcilia Afonso de Albuquerque e Melo - Doutora em Projetos Arquitetônicos (ETSAB/ UPC /Espanha), Professora adjunta do curso de Arquitetura e Urbanismo/ UFCG, Professora efetiva do PPGH/UFCG

  • Instituições Educativas
    v. 1 n. 11 (2020)

    Reformas educacionais, relatórios, anuários, atas, livros de matrícula, livros de pontos, atas de fundação, revistas pedagógicas, jornais, boletins, cadernetas, livros didáticos, impressos de planejamento, cadernos escolares, atas de reuniões pedagógicas, eventos comemorativos, imagens, mobiliário, arquitetura... Ufa?! Quantas fontes são cartografadas para se inquirir a(s) história(s) de uma instituição, colocada como sinônimo e essência de educação, como é a escola. Peter Gay1 aponta que a educação foi sequestrada pela escola, dela se apossou e sobre ela se estabeleceu regimentos, currículos, formações, comportamentos, sensibilidades... A escola é produto da História, sofre mutações e se adéqua as necessidades que surgem no percurso de constituição e ressignificação de uma sociedade. Ela é ciência, é conteúdo e disciplina. Mas, também é vida que pulsa, que educa, que orienta sobre as diversas lentes que lêem o mundo, nós mesmos e o outro. Instituição presente nos longos anos da vida de um sujeito, em seus mais diversos níveis educacionais, a escola produz memórias, pensa a urbe tanto quanto é pensada por uma pedagogia da cidade. Ela tem um lugar de fala, de conformação, de instituição e normatização  de saberes, mas também se conduz pela criatividade, pela reinvenção, pelas trocas e experiências sensíveis que formam tanto quanto transformam os indivíduos. Posta pelo avesso pelos diversos domínios da História, a escola vem sendo pesquisada, mais enfaticamente, pela História da Educação, dentro do que se concebeu como História das Instituições Escolares. Mas tão complexo e híbrido é este espaço, que outros olhares e apropriações ainda são possíveis, como da História da Saúde, da Geografia e Psicologia Escolar, da Sociologia, Antropologia e Filosofia da Educação, entre outras áreas de pesquisa. Dentro da história das instituições escolares, estudiosos como Demerval Saviani e Justino Magalhães se dedicaram a pensar a escola por meio do que ela institui. Saviani (2007, p.5) concebe as instituições escolares como “[...] necessariamente sociais, tanto na origem, já que determinadas pelas necessidades postas pelas relações entre os homens como no seu próprio funcionamento, uma vez que se constituem como um conjunto de agentes que travam relações entre si e com a sociedade à qual servem”. Já Justino Magalhães (2004), por sua vez toma a definição de uma “Instituição educativa” de forma mais ampla, para além das fronteiras impostas pelos muros escolares. Acreditamos que estes artigos aqui trazidos, convidam o leitor a se aprofundar em figuras históricas e conceituais, que esboçam desde a história de instituições educativas, recortadas num dado tempo e espaço, como os colégios, teatros e grupos escolares, às práticas educativas vivenciadas e reguladas no interior dos discursos existentes em periódicos jornalísticos, filmes e narrativas orais. Eis o nosso convite e o desejo a uma boa e significativa leitura!

    Coordenação do dossiê
    Azemar dos Santos Soares Júnior - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGEd/UFRN) - Universidade Federal de Campina Grande (PPGH/UFCG)
    Vivian Galdino de Andrande - Universidade Federal da Paraíba (UFPB\Campus III) - Universidade Federal de Campina Grande (PPGH/UFCG)

  • Politica e Administração no Brasil Colonial
    v. 2 n. 10 (2019)

    O dossiê que ora a Revista Mnemosine apresenta tem como temática a Política e administração no Reino e Brasil colonial tem como propósito apresentar um conjunto de estudos voltados para uma temática tão antiga quanto atual. Tomando como fio condutor a política e administração no período moderno, pretende-se contemplar uma variedade de trabalhos com recortes geográficos e temporais distintos, apresentando perspectivas e análises com ênfase nos séculos XVIIXVIII. Desta feita, o dossiê reúne estudos que pretendem iluminar debates e reflexões acerca da administração reinol e colonial de forma plural, expressando assim a multiplicidade dos estudos, sem jamais pretender esgotar as possibilidades de análises. Cabe ressaltar que todos os artigos são de jovens doutores e doutorandos oriundos de universidades do Nordeste, região que nos últimos 20 anos recebeu investimentos maciços na educação, refletindo-se na abertura e melhoramento de cursos de pós-graduação na área de História. Apesar de alguns terem feito o doutorado ou estarem cursando o programa de doutoramento em universidades sudestinas, como USP, UFRJ e UFF, percebe-se a maturidade construída ainda na graduação, por meio de laboratórios e grupos de pesquisas das universidades do nordeste. E é sobre as chamadas Capitanias do Norte do Estado do Brasil que o dossiê se concentra, apesar de um artigo que compõem a coletânea ser sobre o reino de Portugal. Muito tem crescido a produção local de temas que interessam não somente à região das Capitanias do Norte, mas de fato aos estudiosos do império ultramarino português. A  jurisdição é um termo tão naturalizado que muitas vezes, ao ser utilizado, o receptor logo se remete a um pedaço de terra, algo material ou, em outras palavras, a uma coisa ou bem tangível por meio de poderes delegados. O dossiê, entretanto, pretende inovar ao pensar em jurisdição como um termo mais amplo. A pluralidade das questões relativas à política e administração se expressa também quando o recorte está centrado no governo das capitanias ou das câmaras, tema que acabou por ser foco das pesquisas incluídas no dossiê, sem se favorecer, entretanto, a predominância de uma única visão.

    Coordenadora do Dossiê:

    Caermen Alveral - Univesidade Federal do Rio Grande do Norte

  • História e Ciências Ambientais
    v. 1 n. 10 (2019)

    Partidas de diversas problemáticas, as abordagens historiográficas acerca de questões ambientais começaram a exercer presença na década de 1970, e logo se transformaram em um campo de pesquisa com abrangência em diversas áreas do conhecimento. No Brasil, em 2011 a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) consolidou a inclusão das Ciências Ambientais em seu contexto e, recentemente, a História Ambiental vem ganhando voz e espaço nessa discussão. Como exemplo para a expansão recente da área de ciências ambientais, podemos citar que, hoje, o Brasil conta com mais de 120 programas de pósgraduação somente na nesse campo, incluindo cursos de mestrado, mestrado profissional e doutorado. Tem crescido a importância e a expansão do segmento com o passar dos anos. Os desdobramentos do campo envolvem gestão ambiental, recursos naturais, tecnologia, ambiente e sociedade em atuações que vão desde as ciências humanas, naturais e sociais às exatas. Em nossa Universidade Federal de Campina Grande há um programa de Mestrado e Doutorado em Recursos Naturais situado na Área de Ciências Ambientais que tem progressivamente atraído mais historiadores que por lá entrelaçam seu trabalho e sua formação. Dois dos professores de nosso Programa de Pós-Graduação em História da UFCG, um geógrafo e um historiador, são, simultaneamente, professores efetivos deste Programa de Pós em Ciências Ambientais. Muitos de nossos egressos do Mestrado em História terminam por lá sua formação no Doutorado. Em Ciências Ambientais não basta tematizar a relação entre natureza e cultura, mas, o esforço e de entrelaçar métodos e contribuições de diversos saberes para a abordagem de um tema tão complexo. Foi pensando nesse movimento que elaboramos este dossiê organizado cujo tema é História e Ciências Ambientais.

    Coordenadores do Dossiê:

    José Otávio Aguiar - Professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão de Recursos Naturais na UFCG

    Mara Karinne Lopes Veriato Barros - Mestre em Recuros Naturais pela Universidade Federal de Campina Grande.

  • História e Meio Ambiente: Interdisciplinaridades
    v. 2 n. 9 (2018)

    A Mnemosine Revista, publicação do Programa de pós-Graduação em História da UFCG, é uma revista aberta à múltiplas áreas do conhecimento, em sintonia com a emergência de novos temas, questões e acontecimentos que desafiam a análise dos historiadores. Assim, o presente Dossiê reúne artigos variados selecionados por nossos pareceristas para o volume 2018.2. Entre os diversos artigos, temos reflexões interdisciplinares que apresentam um entrecruzamento entre a História Ambiental e a área de Ciências Ambientais da Capes, mas, também, resultados de pesquisas sobre escravidão, patrimônio cultural, história Social e História do Pensamento Político e Econômico, apresentados à livre concorrência da chamada da Mnemosine por meio de fluxo contínuo.

    Coordenadores do Dossiê:

    José Otávio Aguiar - Professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão de Recursos Naturais na UFCG

    Helder Morais Mendes Barros - Doutor em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Campina Grande

  • Histórias e experiências (entre) cruzadas: Sobre a escravidão, relações étnico-raciais e colonialismo
    v. 1 n. 9 (2018)

    No Brasil, temas como escravidão, diáspora africana, colonialismo e relações ético-raciais já se
    firmaram nas investigações das Ciências Humanas e, de modo específico, dos estudos históricos. Atualmente, na História, inúmeras agendas de pesquisas vêm sendo desenvolvidas em torno desses e de outros tema conexos, entre os quais: história indígena, cidadania, educação, religiosidade, relações de gênero, movimentos sociais, identidade e violência. Tais interrelações temáticas têm tomado como objeto não apenas as relações sociais estabelecidas em nosso país, mas diante de outros recortes espaciais, em especial a partir de América, África e Europa. Sob os auspícios deste quadro, emoldurado por abordagens em diversas perspectivas, convidamos os(as) leitores(as) a imergirem nessas múltiplas historicidades vivenciadas no Brasil, Angola e outros locais de colonização Ibérica em contextos coloniais e pós-coloniais.

    Coordenadores do Dossiê
    Sérgio Luiz de Souza, Professor Adjunto no Departamento de Ciências Sociais, Universidade Federal de Rondônia (UNIR) - Campus Porto Velho

    Janailson Macêdo Luiz, Assistente da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Campus Marabá. Doutorando em História Social pela Universidade de São Paulo

  • Ensino de História, Memória e Cidades
    v. 4 n. 8 (2017)

    Esse dossiê expressa e enfatiza a pluralidade das sociabilidades e sensibilidades citadinas nordestinas,
    nortistas, norte rio-grandenses e da região sudeste, mais especificamente, cariocas e no âmbito internacional, as experiências urbanas de Buenos Aires,com o olhar voltado para os museus. Esse mergulho historiográfico amplia as possibilidades investigativas sobre as cidades e o ensino de história local, bem como nos convida a aprofundar o diálogo entre ensino e pesquisa no processo de educação histórica de modo a provocar nos educandos o desejo de ler suas cidades e escrever outras histórias citadinas para além da cidade vertical. Outros leitores, narradores, escritores e ouvintes das cidades entram em cena deshierarquizando quem faz e quem conta a história, entrelaçando saberes acadêmicos com saberes experienciais, dando passagem às vozes dos pescadores, barbeiros, antigos moradores, às crianças, aos militantes de movimentos sociais urbanos de modo a afirmar a polissemia do texto cidade em suas variadas temporalidades e espacialidades. 

  • História e Correspondência
    v. 3 n. 8 (2017)

    Em um mundo de comunicação instantânea possibilitada pelas tecnologias da informação e comunicação, talvez soe estranho o interesse de historiadores pelas correspondências em seus mais variados estilos e épocas. Distância e ausência são, até os dias atuais, motivos para a efetivação do ato de escrever cartas, de se corresponder. As cartas, como os e-mail’s e mensagens enviadas por aplicativos como o whatssap, movem-se entre a presença e ausência, ao mesmo tempo em que à distância, mantemos os vínculos. Forma utópica da conversa, registro particular do mundo, a troca de cartas, cuja origem se perde na antiguidade, atingiu o auge na Europa Ocidental, como forma de escrita pessoal, durante os séculos XVIII e XIX, e como consequência do processo maciço de alfabetização. Cartas são necessariamente escritas para um destinatário, seja uma única e particular pessoa, seja um conjunto maior de leitores, conhecido ou não pelo remetente que, por sua vez, também pode ser um indivíduo ou um coletivo. De maneira geral, cartas são escritas para serem lidas por certa pessoa, selando um “pacto epistolar” abarcando assuntos variados e até íntimos e um pouco secretos. Nesses casos, elas podem ser cuidadosamente guardadas pelo destinatário, como um bem de valor afetivo incomensurável, como um “objeto de memória”. Contudo, não é incomum que, justamente pelas mesmas razões, elas sejam destruídas (até a pedido do remetente) ou sejam mantidas a distância de qualquer outro leitor, como se uma aproximação indevida pudesse implicar invasão de privacidade, não importando a distância decorrida entre o momento da escrita da carta e o da leitura efetuada. A concepção desse dossiê surgiu a partir de nossos interesses em articular História e Correspondência, por ser este um campo em que temos atuado, por considerarmos bastante profícuo para a compreensão da produção Intelectual. Campo que vem sendo bastante praticado, sobretudo contemporaneamente, na academia a partir da disponibilização dos acervos privados de intelectuais que mantiveram a prática epistolar. No entanto, ressalte-se que a prática epistolar pode ser localizada já nas sociedades do antigo Oriente Próximo, na  Grécia Helênica, no império Romano, no medievo romano-germânico, etc. Há, sem dúvida, uma vasta documentação que se apresenta ao historiador interessado em produzir biografias privadas, intelectuais, políticas, dentre as muitas outras dimensões que este tipo de fonte congrega. Assim, o dossiê teve como objetivo maior juntar artigos e pesquisadores que focalizem o contato entre História e correspondência, propondo-se, portanto, a explorar os múltiplos aspectos da correspondência, a partir dos resultados de investigações que aprofundem o uso dessa fonte como objeto da produção historiográfica. 

  • História e ensino a História
    v. 2 n. 8 (2017)

    A construção deste dossiê segue recortes temáticos, temporalidades e espacialidades diversas, porém, tem como fio condutor trabalhos que refletem sobre temas ligados a História cultural das instituições escolares: refletindo sobre questões ligadas a educação infantil, profissional e do campo;representações e práticas do cotidiano escolar; identidades e diferenças; construção de masculinidades; disciplinarização dos corpos e relações de gênero. Assim, envolvendo professores pesquisadores de diferentes instituições (IFRN, UFCG, UFPB, UEPB, UFRN, UFESA, SEC/PB, UFPI) os textos ora apresentados abordam aspectos diversos de práticas educativas, campo de discussão que cada vez mais se afirma e firma nas pesquisas educacionais e historiográficas. Boa Leitura! 

    Coordenadoras do Dossie

    Jailma Maria de Lima,  Pós-doutora em História pelo PNPD/UFCG e professora do DHC/UFRN
    Regina Coelli Gomes Nascimento, Pós-Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Públicas(UFPB) Professora do Programa de Pós-Graduação em História Universidade Federal de Campina Grande.

  • História e Linguagens: Arte e Sociedade
    v. 1 n. 8 (2017)

    Carl Schorske, em seu belíssimo livro Pensando com a História, apresenta aos seus leitores as particularidades de Clio, musa da História, a qual tece o seu tecido com os fios colhidos em outras disciplinas, formando um mosaico único que chamamos de narrativa histórica. Segundo o autor, a habilidade maior desta musa está em saber trançar os materiais colhidos e os conceitos adotados, que não necessariamente foram plantados ou criados por ela, em um tear do tempo que de fato é seu, construído a partir de perspectivas particulares, próprias do seu oficio. Pensar a história como um campo interdisciplinar não é apenas admitir a possibilidade de se utilizar objetos e conceitos de outras áreas para a construção do conhecimento histórico. Ao contrário, é partir do pressuposto de que o historiador pode estabelecer canais de comunicação a partir das especificidades do seu ofício, fazendo perguntas e estabelecendo interlocuções que o diferencie dos sociólogos, dramaturgos, cineastas,
    críticos, etc. Sendo assim, eleger um objeto artístico como fonte de uma dada pesquisa requer, por parte dos pesquisadores, o enfrentamento dos desafios teórico-metodológicos inerentes a um espaço de conhecimento que se encontra nas fronteiras entre saberes específicos. Cabe, tal como proposto por Carl Schorcke, tornar “significativas e frutíferas” essas relações, construindo uma trama que permita o enfrentamento de novas e instigantes questões. Tal reflexão diz muito sobre os trabalhos que serão apresentados nesse dossiê, haja vista que o elemento que os unem é justamente esse olhar múltiplo para o campo historiográfico, compreendendo os homens (tanto os estudados, como os que os estudam) como seres multifacetados, entremeados em diferentes teias de relações, as quais podem (ao menos parcialmente) ser apreendidas a partir das linguagens artísticas outrora construídas por eles. Sob esse prisma, a ideia chave para a compreensão dos mesmos é o de interdisciplinaridade, pensada aqui não apenas como teoria, mas como uma segunda pele que reveste desde a escolha dos temas até a urdidura dos textos. Neste sentido, o diálogo entre História e Arte pressupõe não apenas encarar o estudo das linguagens e da ficção (em qualquer recorte temporal e espacial) como objetos de pesquisa para o historiador, como também a constante compreensão e desafio do próprio fazer histórico e sua escrita como variantes de perspectivas representacionais, simbólicas, de formação e de contatos com determinados grupos sociais e de estudo. Por outro lado, uma problemática que se apresenta é se debruçar sobre questões da especificidade da análise da obra-de-arte, seja ela cinema, teatro, música, literatura ou artes visuais. Ao prender-se em uma visão mais “panorâmica” da história da arte, as ideias e as diversas obras são estudadas como pontos abstratos que, em conjunto quantitativo, formam o número de produções ao longo da história. Analisar dessa maneira não significa perder a ligação que elas compõem entre si, mas, sobretudo, compreender suas peculiaridades e as singularidades de seus autores naquele determinado momento de produção. Dessa forma, buscou-se trabalhos que conciliassem, independente da região ou período da pesquisa, esse contato entre o interno e o externo da obra (suas características estéticas e sociais), unindo texto e contexto – para utilizar um termo de Antonio Candido. Sob esse prisma, parte-se do pressuposto de que a História é um campo múltiplo, que acolhe uma infinidade de possibilidade de temas, bem como de perspectivas teórico-metodológicas. E é justamente essa diversidade e interdisciplinaridade, bem como o rigor intelectual e interpretativo, as marcas que este dossiê busca trazer aos seus leitores. Por isso, para além do eixo principal “História e Linguagens”, tem-se aqui algo mais amplo que é a relação entre cultura e homem, em diferentes temporalidades e espaços.

  • Patrimônio Cultural e Ensino de História
    v. 4 n. 7 (2016)

    Ensinar história por meio de registros culturais é considerar que professores e professoras têm no próprio vivido seu objeto de ensino e aprendizagem. A sociedade em seus gestos arbitrários de lembrança e esquecimento produz rastros materiais e práticas culturais vinculadas a tradições, sons, saberes, que, potencialmente, servem para identificar as disputas simbólicas implicadas nos usos que são feitos do passado. Tanto professores quanto estudantes em contato com registros culturais elaboram narrativas que são tensionadas frente à narrativas acadêmicas e à história ensinada. As narrativas elaboradas são híbridas e exercem influências nas matrizes curriculares. Os estudantes elaboram sentidos em diálogo com a história ensinada pelos professores que, por sua vez, utilizam das percepções subjetivas e propõem outras formas de entender a história, mais próxima do vivido, incorporando lembranças despertadas no contato com o patrimônio cultural. Esse movimento é interferente na cultura escolar. As estratégias de uso educativo do patrimônio geram um saber ensinado original, em diálogo com outros materiais pedagógicos em sala de aula. Este dossiê reúne artigos que refletem sobre as práticas de memória e aprendizagens da história. Textos que se propõe a compreenderas potencialidades de do trabalho com fios de memória tecidos por disputas simbólicas, em que estão presentes gestos de esquecimento, exercícios de rememoração e intencionalidades educativas. Vincula-se aos estudos que configuram os diferentes espaços formativos que interpretam o vivido por meio da cultura material e que se propõe a analisar sujeitos ignorados por uma narrativa histórica canônica e triunfalista.

  • Educação Confessional Protestante no Brasil
    v. 3 n. 7 (2016)

    A presença oficial de protestantes no Brasil data de 1810, com a chegada dos primeiros ingleses e alemães na corte real do Rio de Janeiro, motivados pela abertura dos portos aos países amigos de Portugal. Em 1822 erguese a primeira capela anglicana, e em 1827, os imigrantes alemães, radicados no Rio de Janeiro, constroem seu primeiro templo para celebrar o culto reformado. Entretanto, como integrante do campo educacional, a presença de protestantes só é percebida nas últimas décadas do século XIX. É neste período de grandes mudanças, que representantes das sociedades missionárias norte-americanas metodistas, presbiterianas, congregacionais e batistas chegam ao Brasil com propósitos idênticos de evangelizar e educar a nação de acordo com os ideais de uma civilização cristã. A partir do final da década de 1910, alguns grupos pentecostais, dentre eles a Assembléia de Deus, instalam-se no Brasil e com o passar do tempo erigiram templos e fundaram suas primeiras escolas passando também a disputar espaço no campo educacional brasileiro. Diante do discreto mas crescente interesse pela pesquisa sobre a história da educação protestante no Brasil e do surgimento de novas abordagens interdisciplinares que levam em conta o pluralismo das forças sociais, políticas e culturais dos contextos analisados, novas indagações podem ser formuladas sobre as mudanças administrativo-pedagógicas e sociais introduzidas pelas escolas protestantes no campo educacional. A busca por estas respostas permitenos atribuir um sentido para a construção de suas identidades culturais e educacionais de uma forma mais abrangente e trazer a discussão para o centro do debate da História da Educação Brasileira.

  • África e Brasil: Saúde, Sociedade e Meio Ambiente - Séculos XV-XXI
    v. 2 n. 7 (2016)

    O dossiê temático África e Brasil: saúde, sociedade e meio ambiente (séculos XVIII-XXI) reuniu artigos e resenhas contendo informações, descrições e análises resultantes de pesquisas e estudos relacionados com Brasil e África, particularmente, os países africanos de língua oficial portuguesa: Angola, Cabo Verde e Moçambique. O presente dossiê contempla análise e interpretação das realidades sanitárias, sociais e ambientais na África e no Brasil. Acervos bibliográficos, bases de dados e de documentação disponíveis na atualidade , possibilitaram variadas abordagens, tendo por base uma diversidade de objetivos de investigação e com características tipológicas de fontes documentais similares, como relatos de viajantes, militares, religiosos e administradores coloniais, obras literárias, iconografia, noticiário e reportagens da imprensa, relatórios médicos dos serviços de saúde, dados técnicos, diários, memórias e autobiografias. As novas e futuras abordagens multidisciplinares, como a história ambiental, história mundial, a história das ciências, da saúde e das doenças, a antropologia médica e a etnobotânica, entre outros campos disciplinares, encontram espaços de atuação que possibilitam a obtenção e a ampliação do conhecimento de conjunto e comparado, monográfico e temático, empírico e teórico, nacional, regional e global de grande elenco de fenômenos e processos sociais relacionados à saúde humana e às doenças, sobretudo aquelas de incidência em áreas tropicais, à vida social e material e do meio ambiente na África e no Brasil. 

  • História Indígena na Contemporaneidade: Diálogos interdisciplinares e pesquisas colaborativas
    v. 1 n. 7 (2016)

    Este dossiê organizado pela Drª Juciene Ricarte, da Universidade Federal de Campina Grande e pelo professor que assina esta apresentação nasceu da constatação inevitável que cada vez mais vem sendo ampliado os estudos sobre a temática indígena e com uma característica marcante: na área de História. São diversas pesquisas realizadas nos programas de pósgraduação espalhados pelo país – e fora dele –, que juntamente com os estudos antropológicos iniciados na década de 1980 definitivamente tornaram os indígenas um tema significativo entre os nas Ciências Humanas e Sociais. O contexto sociopolítico vivenciado nas últimas décadas, com as mobilizações dos próprios indígenas pelo reconhecimento, conquistas e garantia de direitos, os conflitos quase sempre bastante violentos enfrentados pelos índios com as invasões das terras que habitam; a constatação oficial do crescimento demográfico indígena; as reinvindicações de políticas públicas específicas para essas populações e a considerável presença indígena nos centros urbanos, dentre outros temas, desafiam os estudos acadêmicos para refletirem sobre situações supostamente resolvidas com o advogado desaparecimento” ocorrido ou gradual dos índios, como equivocadamente se acreditava em uma perspectiva evolucionista. Nas pesquisas recentes são revisitadas fontes conhecidas bem como novos e diversos documentos foram explorados. Os diálogos com categorias antropológicas, sobretudo, as reflexões sobre as relações socioculturais em contextos de dominação e hegemonia políticas enriquecem os estudos históricos, inclusive quando as reflexões também dão conta de temporalidades precedentes na nossa história de onde se originaram as questões contemporâneas. Os textos ora publicados situam-se, portanto, nesse esforço de discutir, buscar compreender certos aspectos de situações, contextos, evidenciando a partir de uma abordagem histórica os indígenas como protagonistas.

    Coordenadora do Dossie

    Juciene Ricarte Apolinário, Universidade Federal de Campina Grande, PB

  • Americanidades
    v. 4 n. 6 (2015)

    A Revista Mnemosine vem a público em 2015.4 com a temática da Americanidade em suas páginas. Refletir sobre a América hoje é tarefa fundamental para cientistas sociais, momento em que mais uma daquelas crises econômicas ditas “globais” nos atinge com suas particularidades, mas também com suas generalidades, tornando-se, como quase sempre, política e social. Os autores tiveram total liberdade para tratar a temática de forma bem ampla, sem limitações de temas específicos dentro dessa generalidade, pois acreditamos que somente a criatividade e o livre pensar poderá nos ajudar nesses tempos difíceis.

  • Urbanidades
    v. 3 n. 6 (2015)

    Em boa hora chega este Dossiê Temático, o qual surge em atendimento a duas exigências: de um lado, para fins de manter periodicidade da Revista Mnemosine e, de outro, para criar um canal de reflexão em torno dos estudos acadêmicos sobre o urbano, um campo que vem ganhando cada vez mais força no seio da comunidade historiadora e que ocupa um lugar garantido na historiografia brasileira nos dias que correm. A Revista Mnemosine, ainda que tenha sido criada para ser uma espécie de caixa de ressonância das pesquisas orientadas nas linhas de pesquisa do PPGH/UFCG, sempre foi além desse caráter endógeno, abrindo-se desde o momento de sua criação para as devidas interações e trocas historiográficas, extensivo a outros saberes no âmbito das humanidades, isto em termos regionais e/ou nacionais, imprimindo, por assim dizer, uma linha de editoração também de caráter exógeno. A prova está neste Dossiê, em que, como veremos abaixo, comporta não só um conjunto significativo e diverso de contribuições de pesquisadores de diversas partes do país sobre o urbano, como pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, História, Geografia, Recursos Naturais. Dossiê também chega numa hora propícia se se considera que se trata de uma proposição da Linha de Pesquisa I, do PPGH/UFCG, denominada Cultura e Cidades, em que seus pesquisadores têm em mente, com esta publicação, duas metas: contribuir para o enriquecimento do debate interno com os pós-graduandos da Linha; criar um canal permanente de diálogo com pesquisadores do urbano Brasil afora, em especial com os que estão vinculados ou estiveram vinculados aos inúmeros cursos de pós-graduação em história e áreas afins nas diversas regiões do país. De resto, para que se conheça e ganhe maior visibilidade o que tem sido feito em Campina Grande, desde que o nosso Mestrado foi criado, no tocante à afirmação de um corpo de pesquisadores em história urbana com forte acento na História Cultural e na História Social, aos quais vieram se somar, em anos recentes, profissionais que pesquisam sobre o urbano com recortes temáticos sugeridos pelos Estudos Culturais.

  • História, Corpo e Súde
    v. 2 n. 6 (2015)

    As palavras do escritor e pensador inglês Samuel Johnson (1709- 1784) permite-nos conjecturar sobre a complexidade existente para se elaborar um texto: de início, a escolha de um assunto e sua consequente pesquisa; depois, a seleção de textos que possibilitem o estudo do conteúdo a ser pesquisado, que pode ser realizada em bibliotecas. A seguir, vem à leitura dos textos selecionados e, por último, a redação. Hoje, no primeiro semestre de 2015, passados aproximadamente duzentos de cinquenta anos das palavras escritas por Samuel Johnson, e graças aos avanços tecnológicos, o acesso aos textos tornou-se facilitado, muito em decorrência da informática. Para muitos, com o advento e a proliferação da internet, a mudança de suporte, a tela e o teclado – que pode ser do computador, de telefones móveis ou dispositivos portáteis – substituindo o papel e a tinta, aumentou a eficácia no armazenamento, na manipulação e na maneira de comunicação e acesso aos textos anteriormente restritos apenas aos ambientes físicos de bibliotecas localizadas nos grandes centros (que podem estar perto ou longe do leitor) ou nos rincões mais afastados do planeta. Na internet, as bibliotecas virtuais e os grandes repositórios de textos e livros permitem ao pesquisar o acesso a uma infindável quantidade de informações que, anteriormente, não se tinha. A cada ano, a quantidade de publicações e o aparecimento de periódicos científicos online aumentam substancialmente, ao ponto de não sabermos, ao certo, por exemplo, o número de revistas científicas existentes. As estimativas variam muito: a página do SciELO permite o acesso a mais de mil periódicos científicos em textos completos. O Portal de Periódicos CAPES dá acesso a mais de 35 mil revistas científicas. Apesar de todas as facilidades no acesso aos textos e a dinâmica interativa da leitura e da escrita propiciada pelo computador, muitas pessoas ainda são reféns do folhear o papel físico e do sentir o cheiro de um bom livro “velho”. Outros aderiram ao texto digital, por propiciar leitura interativa e coletiva, em virtude das várias janelas hipertextuais multissequenciais que se podem abrir a todo o instante, fazendo com que a unidade de leitura se encaminhe rumo a novas e inesperadas conexões entre textos.

  • Livros e Leituras
    v. 1 n. 6 (2015)

    As palavras do escritor e pensador inglês Samuel Johnson (1709- 1784) permite-nos conjecturar sobre a complexidade existente para se elaborar um texto: de início, a escolha de um assunto e sua consequente pesquisa; depois, a seleção de textos que possibilitem o estudo do conteúdo a ser pesquisado, que pode ser realizada em bibliotecas. A seguir, vem à leitura dos textos selecionados e, por último, a redação. Hoje, no primeiro semestre de 2015, passados aproximadamente duzentos de cinquenta anos das palavras escritas por Samuel Johnson, e graças aos avanços tecnológicos, o acesso aos textos tornou-se facilitado, muito em decorrência da informática. Para muitos, com o advento e a proliferação da internet, a mudança de suporte, a tela e o teclado – que pode ser do computador, de telefones móveis ou dispositivos portáteis – substituindo o papel e a tinta, aumentou a eficácia no armazenamento, na manipulação e na maneira de comunicação e acesso aos textos anteriormente restritos apenas aos ambientes físicos de bibliotecas localizadas nos grandes centros (que podem estar perto ou longe do leitor) ou nos rincões mais afastados do planeta. Na internet, as bibliotecas virtuais e os grandes repositórios de textos e livros permitem ao pesquisar o acesso a uma infindável quantidade de informações que, anteriormente, não se tinha. A cada ano, a quantidade de publicações e o aparecimento de periódicos científicos online aumentam substancialmente, ao ponto de não sabermos, ao certo, por exemplo, o número de revistas científicas existentes. As estimativas variam muito: a página do SciELO permite o acesso a mais de mil periódicos científicos em textos completos. O Portal de Periódicos CAPES dá acesso a mais de 35 mil revistas científicas. Apesar de todas as facilidades no acesso aos textos e a dinâmica interativa da leitura e da escrita propiciada pelo computador, muitas pessoas ainda são reféns do folhear o papel físico e do sentir o cheiro de um bom livro “velho”. Outros aderiram ao texto digital, por propiciar leitura interativa e coletiva, em virtude das várias janelas hipertextuais multissequenciais que se podem abrir a todo o instante, fazendo com que a unidade de leitura se encaminhe rumo a novas e inesperadas conexões entre textos.

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