v. 3 n. 7 (2016): Educação Confessional Protestante no Brasil
A presença oficial de protestantes no Brasil data de 1810, com a chegada dos primeiros ingleses e alemães na corte real do Rio de Janeiro, motivados pela abertura dos portos aos países amigos de Portugal. Em 1822 erguese a primeira capela anglicana, e em 1827, os imigrantes alemães, radicados no Rio de Janeiro, constroem seu primeiro templo para celebrar o culto reformado. Entretanto, como integrante do campo educacional, a presença de protestantes só é percebida nas últimas décadas do século XIX. É neste período de grandes mudanças, que representantes das sociedades missionárias norte-americanas metodistas, presbiterianas, congregacionais e batistas chegam ao Brasil com propósitos idênticos de evangelizar e educar a nação de acordo com os ideais de uma civilização cristã. A partir do final da década de 1910, alguns grupos pentecostais, dentre eles a Assembléia de Deus, instalam-se no Brasil e com o passar do tempo erigiram templos e fundaram suas primeiras escolas passando também a disputar espaço no campo educacional brasileiro. Diante do discreto mas crescente interesse pela pesquisa sobre a história da educação protestante no Brasil e do surgimento de novas abordagens interdisciplinares que levam em conta o pluralismo das forças sociais, políticas e culturais dos contextos analisados, novas indagações podem ser formuladas sobre as mudanças administrativo-pedagógicas e sociais introduzidas pelas escolas protestantes no campo educacional. A busca por estas respostas permitenos atribuir um sentido para a construção de suas identidades culturais e educacionais de uma forma mais abrangente e trazer a discussão para o centro do debate da História da Educação Brasileira.