Arquivos - Página 2

  • Territorialidades & Fronteiras
    v. 2 n. 5 (2014)

    Nesse volume 05, Nº 2, JUL/DEZ 2014, apresentamos aos leitores da Mnemosine Revista o Dossiê Territórios e Fronteiras, uma coletânea com artigos que abordam diferentes apropriações do conceito de Território e Fronteira, onde o território pode ser pensado e elaborado de acordo com os objetivos de estudo/pesquisa tentando-se incorporar a múltipla temporalidade dos objetos estudados, assim com múltiplos são as compreensões da ideia de fronteira e territorialidade. O território pode ser analisado a partir de uma multiplicidade de concepções. Rogério Haesbaert apresenta em seu trabalho intitulado “Dos múltiplos territórios a multiterritorialidade (2004) vertentes que tratam este conceito a partir de três enfoques: jurídico-político; cultural e econômico, a partir dos quais também entendemos as problemáticas aqui tratadas. todos os artigos apresentados nessa edição primam pelo uso do conceito de território evidenciando a multiplicidade de usos a partir da história humana ao longo do tempo, sugerindo nesta própria prática a condição contingente da ideia de fronteira e território de tempo e lugar, e dos universos simbólicos e culturais. Assim, desejamos a todos uma excelente leitura!

  • Africanidades
    v. 1 n. 5 (2014)

    Passados mais de 126 anos desde o final oficial da escravidão no Brasil, com a assinatura da Lei Áurea, pela princesa Isabel, em 13 de maio de 1888, ainda sentimos, nos dias de hoje, os reflexos de termos sido o último país das Américas a abrir mão do trabalho forçado, em que algumas pessoas da sociedade detinham o direito de propriedade sobre outras pessoas. A abolição da escravidão, por se celebrar na pompa oficial com um feriado nacional, mascara um passado que se quer esconder: o permeado por histórias de tragédias, preconceitos, injustiças e violência nas relações econômico-sociais, em que centenas de milhares de negros passaram, da noite para o dia, de um regime de dor, exploração e humilhação, para um regime pré-democrático, em que a igualdade de direitos e oportunidades deveria prevalecer. A História, infelizmente, contanos outro enredo: aquele em que os negros e os seus descendentes foram alijados e/ou não adequadamente integrados às regras de uma sociedade baseada no trabalho assalariado. Com base no Censo de 2010, énos permitido saber que a população negra soma hoje 50,1% dos cidadãos brasileiros e que existe – ou melhor, que ainda persiste – um abismo entre brancos e negros difícil de ser ultrapassado. Sem ficar nos números, que podem ser consultados no site do IBGE (www.ibge.gov.br), basta observar o acesso aos serviços básicos de saúde, saneamento e educação, e as informações econômicas relacionadas à renda e ao emprego, para percebermos que muito ainda temos que avançar rumo a tão propalada democracia racial. Mesmo com as marcas visíveis deixadas pela escravidão e os fenômenos relacionados a ela na formação da sociedade brasileira, muitas pessoas e pesquisadores das Ciências Humanas fazem seus escritos como se no Brasil nunca tivesse existido escravidão. Dentro da necessidade de se ampliar ou de não se fazer esconder o passado que nos toca, é que este Dossiê – “A escravidão e seus vestígios” – foi organizado. Em seus pouco mais de “500 anos de história”, o Brasil contou com o sistema escravista nada menos que 388 anos. Neste período, como nos ensinou Luiz Felipe de Alencastro, em O trato dos viventes, “a escravidão não dizia respeito apenas ao escravo e ao senhor, mas gangrenava a sociedade toda”, criando um padrão de relações sociais e de trato político que deixou marcas graves na sociedade brasileira.

  • História e Gênero
    v. 4 n. 2 (2013)

    Nos últimos trinta anos, inúmeros foram os estudos e pesquisas relacionados a questões de gênero no Brasil. Os quais propiciaram maior compreensão acerca das interações humanas. Indubitavelmente, a distribuição de poder entre homens e mulheres é desigual e, frequentemente, sua disputa ocorre de forma violenta. Ou seja, o conceito de gênero pode ser compreendido como uma relação de poder e dominação do homem sobre a mulher. Demonstrando que o papel masculino é consolidado historicamente  e reforçado por modelos sociais – como a patriarcal. Essa dinâmica social culminou em relações violentas entre os sexos e demonstra que a submissão das mulheres não é algo espontâneo, mas sim, uma indução no processo de socialização das pessoas. Associado aos movimentos feministas, os conhecimentos sobre as questões de gênero constroem e reconstroem a categoria em um evolver histórico, expressando como homens e mulheres se organizam socialmente, evidenciando como a parceria entre tais movimentos e a academia, através de diversos laços – lato sensu e stricto sensu, congressos, conferências, cursos entre outros – valida e valoriza as ações políticas empreendidas pelos movimentos, subsidiando-os teoricamente e, como também, em inúmeras situações, concedendo aos mesmos sua infraestrutura, possibilitando a integração entre ambas as instâncias. Neste sentido, a Revista Ariús, do Centro de Humanidades da Universidade Federal de Campina Grande, representa importante agente difusor de conhecimentos pluralistas, apresentando a diversidade e a contribuição desses para os que militam – na perspectiva acadêmica e política – à frente das questões humanas e sociais.

  • Nordeste coisa de cinema
    v. 4 n. 1 (2013)

    Representar o “Outro” constitui um dos maiores desafios, mas também uma das mais avassaladoras tentações do ente que convencionamos denominar “ser humano”. Talvez não seja despropositado afirmar que o impulso – cognitivo e emocional – que nos impele ao conhecimento e, consequentemente, ao ordenamento do mundo, é uma marca universalmente partilhada, ainda que apresente variações (por vezes dramáticas ou, ao contrário, apenas sutis) segundo os períodos históricos, ideologias políticas, preceitos morais e religiosos, contextos socioculturais, imperativos econômicos, interesses políticos e/ou mercadológicos, e assim por diante. Ainda assim, os múltiplos idiomas por meio dos quais os sujeitos procuram conhecer, reconhecer e representar os seus (nossos), “outros” guardam um quê de mistério – ou melhor, emergem a partir de uma necessidade imiscuída a um sentimento de incompreensão ou impotência e é justamente essa qualidade que (n)os leva a imaginá-los, fantasiá-los, idealizá-los, subjugá-los, amá-los ou odiá-los.

  • Teoria e Método
    v. 3 n. 2 (2012)

    É lugar comum a constatação de virada epistemológica a que foi submetida as ciências históricas no século passado tipificado na apropriação de novas abordagem, novos objetos, e novos problemas (LeGoff & Nora, 1988), exigindo novos exercícios teórico s e metodológicos para o sabre e o fazer históricos. Em 1985 a professora Sandra Pesavento dava conta de que oitenta por cento do que se fazia em história no Brasil era em diálogo com a história cultural. Isto pode significar uma demarcação identitária para a historiografia brasileira, mas não deixa de acender um sinal de alerta, no sentido de submeter todo e qualquer objeto a um paradigma comum de análise, como, por exemplo, na crítica que Gomes (2002) faz sobre as relações desta com a historiografia religiosa. Este número de nossa revista dedicou-se a teoria e o método, notadamente na sua aplicação a objetos potencializados dentro da história como a literatura e a imagem.

  • História e Política
    v. 3 n. 1 (2012)

    Temos um número tornado especial da nossa Revista, o que se deve ao diálogo interdisciplinar, aberto a outros saberes, no Dossiê Política e História. Os textos apresentados neste número não foram apenas de visitação à história política como mais correntemente conhecemos na historiografia. Predominantemente, os textos neste número abrem diálogo da política e a história do presente. Assim são as discussões de Clóvis Melo sobre as conclusões da sua pesquisa descritiva, que sugere que as práticas instituídas no país mantém um modelo consolidado ao longo do tempo. José Maria Nóbrega relata o status permanente da nossa democracia em busca de consolidação, mensurando o nível de accountability horizontal de algumas instituições coercitivas, instituídas em nossa sociedade.  Mais próximos da tradição historiográfica em si estão os textos de Ariosvalber Oliveira, Jean Patrício e Emerson Lucena e Fabio San Martins. O primeiro e o último remetem a tematizações cuja demarcação temporal é o Brasil Império. Ariosvalber toma o problemática a relação crônica e a pesquisa histórica para entender tramas políticas e os interesses dos liberais e conservadores em torno da questão da abolição e suas conseqüências, ao passo que San Martins sobre as questões econômicas que do Império incorporaram-se aos problemas da ordem republicana nascente. Jean Patrício e Emerson Lucena voltam-se a um período mais recente da vida republicana, a Quarta República

  • Religião
    v. 2 n. 2 (2011)

    Afasta-se o tempo em que as percepções mais estreitas das relações sociais e das sociabilidades se animaram por banir ou enclausurar os estudos das histórias religiosas, atribuindo-lhes adjetivos que depunham contra os próprios enunciadores, sobretudo, no contexto de vários cursos de História, quando se manifesta entre os discentes crescentes interesses pelos temas religiosos. Lembra Gomes (2002), ao referir a emergência da História Cultural como não –sinônimo da expropriação de outras construções dos saberes históricos, que a nova história religiosa que postula a nítida distinção e a inequívoca articulação dos dois campos parece a tendência mais promissora, sem entender articulação como “mixagens semânticas e instrumentalizações indevidas...” e reconhece que a nova história religiosa tenta responder as novas questões colocadas pelos renovados campos da história, multiplicando, desta forma, novos objetos, novas problemáticas, novas abordagens, novas temáticas.

  • República
    v. 2 n. 1 (2011)

    Este dossiê objetiva colocar em discussão temas diversos sobre a República Brasileira. Para tanto, um conjunto de autores brasileiros debruçaram-se sobre este contexto histórico, lançando seus olhares, suas leituras, pondo em problematizações seus objetos de pesquisa. Com esta tônica, a historiadora Juçara Luzia Leite, da Universidade Federal do Espírito Santo, fez uma atenciosa leitura sobre a “república dos mangues”, estudando a situação do cotidiano das prostitutas que trabalharam na República do Mangue de 1954 a 1974, bem como a atuação policial no referido período e local. No artigo, “Mangue como República: Um Caso de Polícia no Rio de Janeiro”, a autora partiu das fichas policiais das prostitutas e tomou a questão das relações de poder como relações culturais, lendo essa área destinada exclusivamente à prática da prostituição que funcionava sob a orientação médica periódica.

  • Brasil Imperial
    v. 1 n. 2 (2010)

    Tendo a acreditar que, dentre os indicadores privilegiados para a compreensão da cultura de uma época, um dos mais formidáveis seja sua produção historiográfica. A História é um saber caracterizado pela reunião de vestígios que trazem aos nossos dias uma presença transfigurada do passado. Esta operação de transfiguração, entretanto, não se faz ao acaso. A evocação dos mortos e sua ressurreição discursiva tem como móvel questões que dizem de nossa contemporaneidade. Os efeitos de real construídos pelos historiadores alimentam certa fome de respostas. Nunca é supérfluo recordar que os passados recompostos pelas mãos que historiam não correspondem a nada mais que uma seleção de vestígios e fontes, baseada em dada quantidade de escolhas. Lidamos sempre, não com reflexos reais de um pretérito presente, mas, antes de mais nada, com nossa capacidade de construir e demandar uma versão a respeito dele.

  • Brasil Colônia
    v. 1 n. 1 (2010)

    Aos leitores apresento a primeira revista científica do Programa de Pós-Graduação em História da UFCG e, notadamente, do Curso de História da Unidade de História e Geografia. Com o presente dossiê, a Mnemosine Revista inicia uma trilogia que seguirá com "Brasil Império" e "Brasil República". Objetiva-se possibilitar a divulgação de trabalhos de pesquisadores que tratem de temáticas desde a colônia até os dias atuais. O Dossiê Colônia foi organizado a partir de temas escolhidos livremente por seus respectivos autores e, acreditamos, revelando uma diversidade de interesses de discussões historiográficas, metodológicas e de diálogo com as fontes. Nos últimos anos, vem sendo publicados diversos trabalhos sobre Brasil Colônia, apesar de ser em menor proporção em relação aos trabalhos vinculados às temporalidades Império e República, no entanto, é perceptível um avanço no uso das fontes pelas redescobertas das pesquisas em arquivos brasileiros e no exterior. Os trabalhos dos últimos anos no campo do Brasil Colônia revelam que as práticas sócio-culturais construídas na América Portuguesa eram repletas de transgressões, sejam políticoadministrativas entre centro e metrópole, sejam nas práticas de sociabilidade discorridas em torno das festas, das lutas políticas de negação à ordem metropolitana, das relações de gênero, da diversidade dos planos educacionais que fugiram às regras religiosas, entre outras ressignificações que o cotidiano dos homens e mulheres luso-brasileiras conseguiam desconstruir a lógica do Projeto Colonial Português.

    Coordenadora do Dossie

    Juciene Ricarte Apolinário, Universidade Federal de Campina Grande, PB

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