A ilha de Muipíti: memória na poesia dos poetas moçambicanos Rui Knopfli e Luís Carlos Patraquim
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.10059969Resumo
Os poetas moçambicanos Rui Knopfli e Luís Carlos Patraquim são conhecidos pela maneira como a memória se configura em suas obras. Nesse sentido, chama-se a atenção para o poema “Muipíti”, publicado por Knopfli em A ilha de Próspero, de 1972, em que, a partir das recordações do sujeito poético vividas na ilha de Moçambique, chamada pelos africanos macuas, antes da chegada dos portugueses, de Muipíti, tem-se uma série de reflexões acerca do colonialismo e da memória. Com efeito, nota-se que o poema em questão tem por propósito misturar as vivências individuais com as de Moçambique, país onde a ilha fora a antiga capital. Posteriormente, na seção “Os barcos elementares”, publicada em Vinte e tal novas formulações e uma elegia carnívora, de 1991, Patraquim retoma o poema de Knopfli em “Muiphíti”, cuja grafia do nome da ilha ganha agora um “h” a mais. No texto poético, nota-se que a memória é, mais uma vez, o ponto central. Contudo, evidencia-se que o poema tem por intuito retomar outro, o escrito por Knopfli, a quem Patraquim homenageia em outras ocasiões. Assim sendo, o intuito do artigo é o de, a partir de uma perspectiva teórico-comparativa, investigar a maneira como a memória se configura nas duas ilhas de Muipíti propostas, a de Knopfli e a de Patraquim, tendo em vista o aspecto intertextual que envolve os dois textos poéticos.
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