A literatura juvenil de autoria feminina e seus reflexos: uma análise da obra A conta-gotas, de Ana Carolina Carvalho

Autores/as

  • Eliane Aparecida Galvão Ribeiro Ferreira Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP
  • Silvana Augusta Barbosa Carrijo Universidade Federal de Goiás – UFG
Palabras clave: Estética da Recepção e do Efeito, Literatura juvenil de autoria feminina, Leitor implícito, Narrador

Resumen

DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v7i3.1210

Este texto tem por objetivo problematizar questões concernentes às especificidades do subsistema literário juvenil. Para respaldar essa problematização, almeja-se apresentar uma análise da obra pós-moderna A conta-gotas, de Ana Carolina Carvalho (2015). A escolha desse livro justifica-se, pois considera-se que sua leitura exerce função social, na acepção de Hans Robert Jauss (1994), pois permite ao leitor, muitas vezes habituado a uma produção cultural em massa, ampliar seus horizontes de expectativa. Para a consecução do objetivo, busca-se, a partir do aporte teórico da Estética da Recepção e do Efeito (JAUSS, 1994; ISER, 1996 e 1999), refletir sobre quais elementos presentes na estrutura de apelo da obra de Carvalho (2015) podem torná-la atraente para o leitor em formação. A opção por esse aporte teórico deve-se ao fato de a obra juvenil, em sua estrutura de apelo, procurar claramente interação. Pela análise da obra, pretende-se também refletir sobre a produção de autoria feminina no campo de estudos literários no contexto da pós-modernidade e identificar quais elementos na narrativa de A conta-gotas (2015) determinam o papel do leitor implícito e as disposições do narrador.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Eliane Aparecida Galvão Ribeiro Ferreira, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP

Doutora em Letras, professora na graduação e pós-graduação da Universidade Estadual Paulista “Júlio
de Mesquita Filho” – UNESP – Câmpus de Assis – SP – Brasil.

Silvana Augusta Barbosa Carrijo, Universidade Federal de Goiás – UFG

Doutora em Letras, professora na graduação e pós-graduação da Universidade Federal de Goiás – UFG
– Câmpus de Catalão – GO – Brasil.

Citas

AGUIAR, V. T. de; CECCANTINI, J. L.; MARTHA, A. Á. P. (Orgs.). Narrativas juvenis: geração 2000. São Paulo: Cultura Acadêmica; Assis, SP: ANEP. 2012.

ANDRUETTO, Mª T. Por uma literatura sem adjetivos. In: ______. Por uma literatura sem adjetivos. Trad. Carmem Cacciacarro. São Paulo: Editora Pulo do Gato, 2012, p. 52-70.

AZEVEDO, R. Literatura juvenil: aspectos, dúvidas e contradições. 2010. Disponível em: . Acesso em: 15 out. 2014.

BAKHTIN, M. Questões de literatura e estética: a teoria do romance. 4.ed. Trad. Aurora F. Bernandini. São Paulo: Edunesp, 1998.

BEAUVOIR, S. de. O segundo sexo: a experiência vivida. Tradução de Sérgio Milliet. 2.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

CARRIJO, S. A. B. À imagem e semelhança de Diadorim: identidade e relações de gênero na narrativa juvenil “Ana Pedro” (1994), de Miguel Jorge. In: AGUIAR, V. T. de; MARTHA, A. Á. P. Literatura infantil e juvenil: leituras plurais. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2014, p. 109-126.

CARROLL, L. Alice: edição comentada. Ilustr. John Tenniel. Introd. Martin Gardner. Trad. Mª L. X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

CARVALHO, A. C. A conta-gotas. São Paulo: Edições SM, 2015.

CECCANTINI, J. L. Uma estética da formação: vinte anos de literatura juvenil brasileira premiada (1978-1997). 2000. 462f. Tese. (Doutorado em Literatura) Universidade Estadual Paulista – UNESP, Assis.

______; PEREIRA, R. F. (Orgs.). Narrativas juvenis: outros modos de ler. São Paulo: Editora UNESP; Assis, SP: ANEP. 2008.

______. Conflito de gerações, conflito de culturas: um estudo de personagens em narrativas juvenis brasileiras e galegas. Letras de Hoje. Porto Alegre. v. 45, n. 3, p. 80-85, jul./set.2010.

COLASANTI, M. Uma idade à flor da pele. In: ______. Fragatas para terras distantes. Rio de Janeiro: Record, 2004, p. 79-100.

COLOMER, T. Uma nueva critica para el nuevo siglo. CLIJ. Cuadernos de literatura infantil e juvenil. v. 145, p. 7-17, 2002.

______. A formação do leitor literário: narrativa infantil e juvenil atual. Trad. L. Sandroni. São Paulo: Global, 2003.

CRUVINEL, L. W. F. Narrativas juvenis brasileiras: em busca da especificidade do gênero. 2009. 188p. Tese (Doutorado). Universidade Federal de Goiás – UFG.

DALCASTAGNÈ, R. Consciências embotadas: multiplicidade e falibilidade das vozes na narrativa contemporânea. Revista da Anpoll, São Paulo, v. 12, 2002, p. 123-146.

DIETZEL, V. L. Recepção literária na Alemanha: entre o diálogo cultural e algumas escritoras brasileiras contemporâneas. In: SANTOS, L. C. dos (org.). Literatura e mulher: das linhas às entrelinhas. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2002.

ESTEBAN, S. G. A literatura juvenil, uma etiqueta forçada. Revista Emília: leitura e livros para pequenos e grandes leitores. 17 de agosto de 2018. Disponível em: . Acesso em: 20 ago. 2018.

FERREIRA, E. Ap. G. R. Construindo histórias de leitura: a leitura dialógica enquanto elemento de articulação no interior de uma biblioteca vivida. 2009. 456p. Tese (Doutorado em Letras). Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, Assis.

INSTITUTO SINGULARIDADES. Disponível em: . Acesso em: 17 set. 2018.

JAUSS, H. R. A história da literatura como provocação à teoria literária. Trad. Sérgio Tellaroli. São Paulo: Ática, 1994.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 1999.

ISER, W. O ato da leitura: uma teoria do efeito estético. Trad. Johannes Kretschmer. São Paulo: Ed. 34, 1999.

______. O ato da leitura: uma teoria do efeito estético. Trad. Johannes Kretschmer. São Paulo: Ed. 34, 1996.

LAURETIS, T. de. A tecnologia do gênero. In: HOLLANDA, H. B. de. Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.

MARTHA, A. Á. P. No olho do furacão: situações-limite na narrativa juvenil. In: AGUIAR, V. T. de; CECCANTINI, J. L.; MARTHA, A. Á. P. Heróis contra a parede. São Paulo: Cultura Acadêmica; Assis; ANEP, 2010, p.121-142.

______. Diários de jovens: confissões e ficção: In: AGUIAR, V. T. de; CECCANTINI, J. L.; MARTHA, Alice Á. P. (Orgs.). Narrativas juvenis: geração 2000. São Paulo, SP: Cultura Acadêmica; Assis; ANEP, 2012, p.. 161-182.

NASCIMENTO, N. de A. Uma cadeia imoral: de Emma Bovary à dama da era Kubitschek. In: HARMUCH, R. A.; SALEH, P. B. de O. (orgs.). Identidade e subjetividade: configurações contemporâneas. Campinas: Mercado de Letras, 2012, p.35-55.

PAZ, A. F. Literatura que tamém podem ler os nenos. In: ______. O rastro que deixamos: memoria. Vigo: Edicións Xerais de Galicia, 2012, p. 178-190.

RAMOS, A. M.; NAVAS, D. Narrativas juvenis: o fenómeno crossover nas literaturas portuguesa e brasileira. In: Elos: Revista de Literatura Infantil e Xuvenil, n.2., 2015, p. 233-256.

RESENDE, Bz. Contemporâneos: expressões da literatura brasileira no século XXI. Rio de Janeiro: Casa da Palavra: Biblioteca Nacional, 2008.

REYES, Y. As fronteiras incertas da literatura... juvenil? In: ______ Ler e brincar, tecer e cantar: literatura, escrita e educação. Trad. R. Petronio. São Paulo: Editora Pulo do Gato, 2012, p. 30-41.

ROBLEDO, B. H. Los jóvenes y la literatura. In: ______. El arte de la mediación: especios y estratégias para la promoción de lectura. Bogotá: Grupo Editorial Norma, 2010, p. 171-187.

SANT’ ANNA, A. R. de. Paródia, paráfrase & Cia. São Paulo, Ática, 1988.

SANTIAGO, S. O entre-lugar do discurso latino-americano. In: ______. Uma literatura nos trópicos. São Paulo: Perspectiva, 1978, p.11-28.

SCHOLLAMER, K. E. Ficção brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, p. 2009.

SILVA, Mª M. M. C. Ta. Uma escrita de transição: contributos para uma reflexão sobre literatura juvenil. In: RECHOU, B. R.; LÓPEZ, I. S.; RODRÍGUEZ, M. N. (Coords.). A narrativa xuvenil a debate (2000-2011). Vigo-ES: Edicións Xerais de Galicia, 2012, p. 13-34.

SILVA, M.; NAVAS, D.; FERREIRA, E. Ap. G. R. Produção literária juvenil e infantil contemporânea: reflexões acerca da pós-modernidade. São Paulo: BT Acadêmica/ANEP, 2018.

STEINER, G. Alfabetização humanista. In: ______. Linguagem e silêncio: ensaios sobre a crise da palavra. Trad. G. Stuart e F. Rajabally. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, p. 21-29.

YUNES, E. Literatura de fronteira: um caso sem ocaso (ou a escritura de Bartolomeu Campos de Queirós). Revista Textura, n.29, set./dez. 2013, p.123-131.

VALENTE, T. A.; CECCANTINI, J. L. (Orgs.). Narrativas juvenis: literatura sem fronteiras. São Paulo: Cultura Acadêmica; Assis, SP: ANEP. 2014.

______ . (Orgs.). Narrativas juvenis & mediações de leitura. São Paulo: Cultura Acadêmica; Assis, SP: ANEP. 2015.

ZOLIN, L. O. A literatura de autoria feminina brasileira no contexto da pós-modernidade. In: Ipotesi, Juiz de Fora, v.13, n.2, p.105-116, jul/dez. 2009, p.105-116.

Publicado

octubre 13, 2023

Cómo citar

FERREIRA, E. A. G. R. .; CARRIJO, S. A. B. . A literatura juvenil de autoria feminina e seus reflexos: uma análise da obra A conta-gotas, de Ana Carolina Carvalho. Revista Letras Raras, Campina Grande, v. 7, n. 3, p. 154–176, 2023. Disponível em: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/1512. Acesso em: 21 nov. 2024.

Sección

Literatura juvenil e jovens leitores

Artículos más leídos del mismo autor/a