Linguística da Enunciação e Tradução Audiovisual: subjetividade na tradução de legendas do filme Infancia Clandestina
Resumo
DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v7i0.1137
O presente trabalho objetivou analisar como os modos de subjetivação do tradutor repercutem no processo de construção das legendas de determinadas cenas do filme Infancia Clandestina. Para tanto, foram selecionadas duas versões da obra – uma em DVD com as legendas oficiais (A) e a outra em download com legendas de fansubbing (B) -, escolhidas justamente para que houvesse um processo de comparação entre traduções. Nas análises, procurou-se identificar a polissemia presente nos diálogos das cenas, com o intuito de reconhecer os sentidos selecionados pelo tradutor das legendas e discutir se esses sentidos foram orientados pela literalidade ou se pela adequação entre as línguas no momento da enunciação. Após as análises, verificou-se que os modos de subjetivação do tradutor repercutiram no processo de construção das legendas selecionadas do filme. É possível concluir que o tradutor (A) utilizou, em sua enunciação, de uma abordagem mais literal, na maioria dos casos, traduzindo código por código. Por sua vez, o fansubber (B) enunciou quase sempre de modo peculiar, evidenciando a subjetividade em suas legendas. Na maioria das cenas selecionadas, o fansubber (B) não conseguiu equivaler totalmente os sentidos entre as legendas traduzidas e aquilo que o áudio representa nesses trechos do filme, assim como com o que está retratado nas cenas e nos diálogos selecionados, todavia, acredita-se que tal tradução não interfira na compreensão global do filme por parte de quem assiste à versão (B).
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